#SaiaDaCaixa de Helen Pomposelli apresenta Eliane Lemos, psicóloga e fundadora do Instituto Entre Rodas, que tem como objetivo proporcionar uma vida melhor para crianças e adolescentes com deficiência


 Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde-, a fila de espera por uma cadeira de rodas é um dos maiores problemas enfrentados hoje pelo brasileiro com deficiência. Cerca de 2 milhões de pessoas precisam de um equipamento para se locomover no país, mas apenas 10% conseguem ter acesso aos equipamentos fornecidos pelo SUS – Sistema Único de Saúde. A média de espera é de 2 a 5 anos. E Eliane trabalha para mudar isso

*Por Helen Pomposelli

O “Saia da Caixa” adora mostrar pessoas com propósitos, que começam por uma simples ação para transformar o mundo ou por uma campanha que ajudam pessoas. Desta vez, falei com Eliane Lemos, psicóloga e fundadora do Instituto Entre Rodas, que tem como objetivo proporcionar o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes com e sem deficiência, que estudem em escolas regulares, seja através da doação de cadeiras de rodas, da conscientização ou do apoio aos cadeirantes. Segundo Eliane, o DNA do projeto traz o artigo 6º da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que reconhece que as mulheres e meninas com deficiência estão sujeitas a múltiplas formas de discriminação e, portanto, tomando medidas para assegurar às mulheres e meninas com deficiência o pleno e igual exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais. “O instituto é um organização de sociedade civil que tem alguns projetos como maior foco direcionada meninas e mulheres com e sem deficiência, como o projeto Auto-Estima, que trabalha com todos tipos de mulheres para levar informações sobre a Lei Maria da Penha, prevenção de doenças, palestras e oficinas abertas para quem quiser participar. Outro é Mães que Tecem, projeto direcionado para geração de renda de mulheres que tem filhos com deficiência, vitimas da violência, mulheres com deficiência e mulheres com deficiência no sistema prisional”, diz Elaine, que explica que muitas das mulheres regressas desse sistema quando voltam a buscar emprego não conseguem, por causa da sua ficha criminal.

Elaine também cita durante a entrevista o projeto Filhas da Gaia, direcionado para meninas entre 12 e 17 anos, que tem como objetivo o empoderamento adolescente, cuidar de gravidez precoce, preservação e prevenção DSTS e formar empreendedoras. “Esquecemos do adolescente, eles têm uma fase diferente na vida que precisa de um olhar humanizado, mais acolhedor”, confidenciou. Elaine, desde 1991, é psicóloga e desde cedo, tinha consultório, mas queria mais, e realizou uma especialização na USP, para atendimento para pessoa com deficiência. Terminando, a psicóloga foi convidada por um técnico para fazer avaliação de uma equipe cega de atletas e ai, foi a paixão! “Meu maior desafio é o recurso, ou seja,  ter dinheiro, pois sou pequena. Tenho um instituto que não consegue captar, tenho que sensibilizar a pessoa com a causa, fazer com que aquele empresário compre cadeiras de rodas. Nosso propósito é direcionado para crianças, independe de onde ela venha”, diz Eliane, que desde pequena sempre teve um olhar curioso pelas questões sociais, comprava briga pelos injustiçados, quando via alguém em desvantagem.  Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde-, a fila de espera por uma cadeira de rodas é um dos maiores problemas enfrentados hoje pelo brasileiro com deficiência. Cerca de 2 milhões de pessoas precisam de um equipamento para se locomover no país, mas apenas 10% conseguem ter acesso aos equipamentos fornecidos pelo SUS – Sistema Único de Saúde. A média de espera é de 2 a 5 anos.

“Tenho uma família simples, mas lembro de uma cena que me comoveu muito: quando uma família bateu na porta da minha casa para pedir comida, e eu lembro que a minha mãe não conseguia limpar a mamadeira para dar a eles, e como não conseguiu,  ela foi comprar uma mamadeira nova para poder doar com leite. Uma maneira melhor é começar do zero!”, diz a psicóloga que  sempre  matava aula para poder  estar com as crianças com deficiência que ficavam em salas especiais, exercitando empatia. Conselho para “Sair da caixa”? “Tem que chegar perto da realidade, tem que ir lá. Eu sempre digo, se você quer ajudar a sociedade,  tem que observar as pessoas , como principio básico e exercitar a empatia , se colocando no lugar do outro, sem colocar os sues valores. Aprender na escuta e exercitar a humildade, ajuda muito mais que o que eu leio nos livros!”

Parabéns, Elaine!