#SaiaDaCaixa de Helen Pomposelli com Paula Costa e sua arte em flores


Paula começou no mercado como publicitária, foi gerente de marketing da Farm e depois, diretora da Fábula, projeto infantil da empresa. Teve a loja Gavea Garage, e, atualmente, se dedica às artes plásticas

* Por Helen Pomposelli
Coach de imagem e terapeuta energética vibracional (@helenpomposelli)

(Foto: Brunno Rangel)

Para os que pensam que trabalhar com arte é um caminho único, nossa personagem de hoje prova justamente o contrário: é um caminho múltiplo e cheio de mistérios… Entrevistei Paula Costa, artista de 36 anos, que lança essa semana o livro da
exposição “Transborda” que retrata obras da artista, feitas de flores e plantas bordadas. Conhecida por sua arte viva, com destaque para os bordados em flores e plantas, que inspiram uma reflexão sobre o tempo e a finitude, Paula Costa apresentou a série Transborda no EMCB – Espaço Movimento Contemporâneo Brasileiro em 2017.

Como a artista diz, sua idéia foi emoldurar o tempo no seu livro, pois suas obras não foram feitas para durar. Depois que seca, apodrecem. “Antes de ser artista profissionalmente, me sinto uma pessoa mais completa e equilibrada. Ter conseguido a mudança e me expressar através das artes é como se eu tivesse me encontrado no meu caminho. Hoje, aceito a minha pluralidade, pois sempre briguei muito com isso. Já sofri muito e hoje me aceito e abraço a causa. Sou artista plástica! Títulos são tão interessantes, os humanos precisaram um titulo para se colocar dentro de uma caixa… do rótulo do que é ser feliz. Antes de tudo, continuo achando que ainda é importante o que você é antes de ser qualquer outra profissão. Eu sou a Paula”, define.

(Foto: Brunno Rangel)

Mas tudo não eram tão flores assim… Paula tinha um escritório de direção criativa na Olegário Maciel, mas o formato do trabalho e o ritmo da moda não deixavam a artista feliz, pois atender os clientes era uma tarefa que às vezes era difícil. “Decidi fechar os contratos com os clientes e ir para um mergulho em mim mesma. Sentia que eu precisava me encontrar. Eu sempre soube que minha alma era artista e morando casada com um artista, vi que ele era um espelho. O tempo do artista é um outro tempo e eu me sentia desconectada do meu propósito”, diz Paula, que é casada com o Rodrigo Suricato, vocalista do Barão vermelho.

“Nesta época, fui fazer um exame na tireóide e tinha oito nódulos. Durante esse exame, que por sinal era bem invasivo, me deu um start. Depois do coração, é a tireóide, que está totalmente conectada aos nossos sentimentos. Me perguntei, o que eu preciso falar?”, diz a artista, que de onze para doze anos, realizou cursos de teatro e aos doze, fez testes para ser atriz e seu pai vetou. Hoje, Paula percebe como esse “não” mudou a sua vida profissional e como isso a fez se desconectar do seu coração.

Com a notícia da tireóide, Paula fechou o escritório e montou um atelier no seu quarto ainda sem saber o que ia fazer. Assim, fez uma imersão criativa em 2016 seguida de algumas aulas no Parque Lage. “Resolvi respirar arte. Mas , ainda sim, precisava do silêncio, era muito trabalho e responsabilidade e fui para o vazio em busca por mim mesma”.

Paula começou no mercado como publicitária, é formada em marketing e foi gerente de marketing da Farm e depois, diretora da Fábula, projeto infantil da empresa. Teve a loja Gavea Garage, repaginando móveis usados e com coleção autoral e depois de um ano sabático abriu seu próprio escritório de direção criativa que durou três anos.

“ Meu maior desafio maior hoje é conseguir continuar me expressando como artista e ser bem sucedida”. Conselho saia da caixa? “Mudar nunca é fácil, mas coragem é agir com coração, tomar essa decisão do auto-encontro. O rio sempre encontra o mar! E assim, o trilho do nosso propósito flui. Sou daquelas que acredita na voz do coração e que vale a pena arriscar sim. Todos devem ter coragem para se pegar no colo e se apropriar da sua historia e aí as mágicas começam a acontecer!”.
Obrigada, Paula!