#SaiaDaCaixa de Helen Pomposelli com Fred Barroso, chef executivo do Le Vin, que declarou sua paixão pela gastronomia: “Tem que se doar para trabalhar na cozinha”


De acordo com o chef, para quem quer seguir na carreira gastronômica, é preciso se perguntar: “tem certeza?” “Porque não é aquela coisa linda que você vê na TV. São longas horas e jornadas enormes de trabalho”, disse Fred à colunista do site HT Helen Pomposelli

*Por Helen Pomposelli

Fred Barroso é chef executivo da rede Le Vin (Foto: Divulgação)

Atrás de todo bom restaurante existe um grande chef e atrás de um grande chef, uma história de muita dedicação que não poderia faltar na vida de Frederico Barroso, carioca de 30 anos, chef executivo do grupo Le Vin, que tem como fiel companheiro seu cão, o Chef!

Fred morou por 20 anos em São Paulo e atualmente mudou-se de “mala e panelas” para o Rio com o objetivo de gerenciar as cozinhas cariocas da rede Le Vin, que agora pertencem somente a seu pai, Francisco Barroso. “Meu maior desafio é manter a qualidade e padrão nos pratos, serviços e produtos que a casa oferece. Eu não quero deixar de criar, mas eu sou muito novo ainda e estou querendo estar numa cozinha. Eu posso ter meus momentos de criação e assinatura nas receitas numa sugestão da semana ou uma vez por mês. Porém, no futuro, depois de moldar a casa, trabalharei na cozinha autoral, que agora segue uma linha mais clássica”.

Fred e seu cachorro Chef (Foto: Divulgação)

Fred passou a infância, até seus cinco anos, no Rio, e depois mais dez anos nos Estados Unidos, onde ficava horas na cozinha com a avó observando e aprendendo a cozinhar. “Foi muito natural, eu adorava ficar com a minha avó paterna catando feijão e escolhendo os melhores para ela. Lá, como não tinha carne de sol na cozinha americana, ela fazia a sua própria para salgar o feijão. Além disso, aprendi a fazer frango com quiabo, uma receita de cozinha de casa gostosa com bastante legumes, pois eu era alérgico a corante, conservante e chocolate”, lembra Fred que depois estudou por um ano num colégio interno na Suiça.

Mas foi com 21 anos que Fred iniciou realmente a sua vida profissional , quando voltou da Itália, onde morou por dois anos, completando o curso de Enogastronomia em Firenze. “Antes de ir para a Itália, eu quase concluí meu curso no Anhembi Morumbi, mas sai no último trimestre porque tive uma divergência em uma aula de desossa, onde chamaram um açougueiro para fazer para gente.  Eu trabalho na cozinha desde meus 17 anos, ou seja, estou há quase quinze anos dentro da cozinha. Meu primeiro emprego foi com Adriano Kanashior. Fui limpar peixe e fazer trabalhos mais pesados na cozinha do restaurante By Adriano Kanash. Eu gosto de viver restaurante, estar restaurante”, diz Fred que logo que voltou de Firenze, montou o restaurante Figuratti nos Jardins em São Paulo que fechou há 5 anos.

Fred e seu cachorro Chef (Foto: Divulgação)

A rotina de Fred não foge a de um chef tradicional, cheio de histórias para contar, ele gosta da noite, é boêmio, mas prefere a noite de São Paulo. Vascaíno, gosta de bares e de tomar bons drinks.

Conselho de chef para quem quer seguir a carreira, perguntar para si mesmo: Tem certeza? “Porque não é aquela coisa linda que você vê na TV. São longas horas e jornadas enormes de trabalho. Você não vai sair da faculdade e ser chef. Mesmo tendo diploma de faculdade, vai entrar por baixo e não vai ganhar muito dinheiro. O final de semana não existe e é difícil trabalhar no lugar onde se diverte, pois você sempre vai querer estar junto com o pessoal. Em contrapartida, a satisfação é imediata. É demais! Vale o dia e a recompensa é muito rápida quando a resposta sai na primeira garfada do cliente. Aí vem como uma bomba, ou é bom ou é ruim!”

E para “ Sair da Caixa”? “Tem que se doar para trabalhar na cozinha, ser apaixonado e saber que é um exercício de repetição, ou seja, quanto mais fizer, melhor vai ficar”.

Boa, Chef!

Fred e seu cachorro Chef (Foto: Divulgação)