Entre as polêmicas sobre o sorteio da Copa do Mundo, Fernanda Lima levanta a taça e arrebenta nas redes sociais


“No final das contas ganhou o Brasil, que não vai enfrentar nenhuma grande seleção nesta primeira fase, e Fernanda Lima, que virou assunto quente”, comenta Junior de Paula

* Por Junior de Paula

A escolha de Fernanda Lima e Rodrigo Hilbert para apresentar a cerimônia de sorteio da Copa do Mundo 2014, que rolou nesta sexta-feira, na Costa do Sauípe, na Bahia, começou em meio a polêmicas. O motivo do tititi é que Camila Pitanga e Lázaro Ramos, dois representantes da miscigenação tão cara ao nosso país, teriam sido preteridos pela Fifa para o cargo de apresentadores para dar lugar ao casal de ascendência loura. Pelo sim, pelo não, Camila se antecipou e garantiu que nunca nem foi convidada para tal posto, colocando panos quentes na saia justa imaginária. Alguns encararam como preconceito. Outros, mais sensatos, como uma simples escolha, já que Fernanda também já haviam participado da cerimônia de sorteio das eliminatórias, em 2011.

Linda em um Hervé Leger dourado, Louboutin altíssimos nos pés e um anel de tirar o fôlego nos dedos, assinado por Jack Vartanian, Fernanda virou o assunto mais comentado da transmissão. O site do tablóide inglês Mirror, por exemplo, afirmou que ela “roubou a cena no sorteio”. Na reportagem, os jornalistas chamam a atenção para que, durante a cerimônia, cerca de 10 pessoas citavam o nome dela a cada segundo no Twitter ao redor do mundo. Poderosa!

Se a polêmica em torno da falta de melanina dos apresentadores foi grande, a influência negra na nossa música e na nossa cultura foi presença maciça no sorteio. Desde o começo, misturando o samba de Alcione com o rap de Emicida, num bom dueto de Brasil Pandeiro, de Assis Valente, passando por Vanessa da Mata e Alexandre Pires, entregando o jogo burocraticamente com a ótima 1 x 0, de Pixinguinha, e a coreografia do grupo de Deborah Colker inspirada nos movimentos do futebol. Encerrando a apresentação, vieram Margareth Menezes e Olodum fazendo o povo se movimentar nas cadeiras ao som de We Are Carnaval. Cinco músicos negros e Vanessa da Mata, que nunca se cansa de gritar em verso “Eu Sou Neguinha”, representaram muito bem a negritude do nosso povo, enquanto Fernanda e Rodrigo faziam bonito e mostravam ao mundo que também somos ascendência europeia. Estava tudo lá, inclusive os clichês, já que não devemos, de forma nenhuma, nos envergonhar deles.

E no meio disso tudo ainda rolou um papinho no palco com a presidenta Dilma Rousseff, acompanhada do presidente da Fifa, , a apresentação do mascote Fuleco, acompanhado de Marta e Bebeto, as participações de Pelé e Ronaldo, e, claro, o sorteio para definir em que grupo ficaria cada uma das 32 seleções. Foi tudo meio morno, é verdade, sem grandes novidades ou fortes emoções, mas tudo bem ensaiado e protocolar. A não ser pela parte que Jerome Valcke tentou explicar as regras do sorteio para uma Fernanda Lima que balançava a cabeça fingindo entender o que ele dizia naquela mistura de inglês com francês do secretário-geral da Fifa.

No final das contas ganhou o Brasil, que não vai enfrentar nenhuma grande seleção nesta primeira fase, e Fernanda Lima, que virou assunto quente nas rodas de conversas pós-sorteio ao redor do mundo.

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Rodrigo Hilbert, Dilma Roussef, Joseph Blatter e Fernanda Lima (Reprodução TV)

 * Junior de Paula é jornalista, trabalhou com alguns dos maiores nomes do jornalismo de moda e cultura do Brasil, como Joyce Pascowitch e Erika Palomino, e foi editor da coluna de Heloisa Tolipan, no Jornal do Brasil. Apaixonado por viagens, é dono do site Viajante Aleatório, e, mais recentemente, vem se dedicando à dramaturgia teatral e à literatura.