“O glitter realça o brilho interno das pessoas”, conta Tatiana Baumworcel, fundadora do Purpurine. Entenda o projeto!


Jovem sentiu falta do material que virou hit no Carnaval de rua carioca há alguns anos e transformou a diversão em trabalho

Chega o carnaval e a purpurina começa a aparecer! Mas Tatiana Baumworcel – uma jovem carioca apaixonada pelo mundo das artes e comprometida o suficiente para transformar seus projetos em realidade – achava que ainda estava pouco. A estudante de publicidade, que já idealizou o próprio bazar que misturava a venda de peças de roupas e exposições de artes e música, começou um  novo projeto batizado “Purpurine”, no qual leva o glitter que sentiu falta nas ruas lá em 2015 para o Carnaval de todos os foliões.

O trabalho é feito com muita paixão: Tati – como é carinhosamente chamada pelos amigos – caminha com seu estandarte pelos blocos da cidade do Rio de Janeiro e faz maquiagens com purpurina para dar um brilho a mais na fantasia daqueles que desejarem. Ela olha a sua fantasia, percebe a paleta de cores e monta a maquiagem ideal para o seu look. Alguns começaram a chamá-la de glitter designer, mas para ela o processo é todo muito natural e deveria ser algo que já é intrínseco ao carnaval.

“Em 2015, eu saia por aí e percebi que só quem era muito do Carnaval estava com purpurina. Eu olhei aquilo e pensei ‘gente, todo mundo deveria estar com purpurina’. Fui no Saara, comprei o material e comecei a espalhar por todos os blocos que eu ia. Repeti essa ação em 2016, foi um sucesso, e esse ano que eu estou desempregada decidi tornar o Purpurine uma coisa maior”, conta a apaixonada por carnaval. O trabalho é realizado com a ajuda dos amigos e, por mais que ela revenda purpurina também, o que mais é pedido é a maquiagem personalizada.

Em tempos de alta consciência ambiental, uma matéria que recrimina o uso de glitter foi publicada recentemente. A reportagem aponta o microplástico como o maior agente causador da poluição nos mares. Tatiana, que é vegetariana e ligada as causas ambientais também, aponta a matéria como marketing de oportunidade e diz que muitas das nossas ações do dia a dia tem uma proporção maior na degradação do meio ambiente.

“É claro que temos que ter consciência ambiental. Comecei a procurar com os meus fornecedores bioglitter para atender a todos os públicos. Só que tem ter coerência. Não é o glitter em si que é o maior agente causador da poluição dos mares. É o microplástico. E pasta de dente tem microplástico, esfoliantes tem microplástico, garrafas pet muitas vezes são feitas de microplástico e ao longo do ano todo a poluição está sendo feita. Isso não anula a poluição causada pelo glitter, mas proporcionalmente não é tão ruim assim” comenta a estudante.

Para além das polêmicas, Tatiana conta o que realmente a motiva todos os dias: “Muita gente não percebe o brilho interior que tem. A purpurina é isso. Ela realça esse brilho. Todo mundo se sente mais bonito usando ela. Não tem gênero. Não é só pra mulher ou pra LGBT. Todo mundo pode usar”. O Purpurine está indo tão bem que esse ano ele vai para além do carnaval! A carioca quer fazer eventos e festas durante o ano todo.

“Nesse carnaval, comecei a fazer participação em umas festas fechadas e em eventos. Quero fazer essa ação o ano todo. Assim, uma noiva ou noivo pode nos chamar para glitterizar todos os seus convidados”, conta animada para dar o próximo passo.

Foto: Gabriel Castilho

Calme! Não se assuste! Tatiana deixa bem claro que as festas e eventos fechados jamais tirarão o Purpurine dos blocos. “A essência do Purpurine vai ser sempre a rua”.