Noite de arromba! Karaoquê de finos e desafinados, Bope cantando rap e Rosanah como uma deusa. Vem saber!


O lançamento da festa “Cassino dos Gatunos – Vem Karaokê”, no Teatro Rival, rendeu belas risadas e até suspiros

Tudo começa assim, você canta no chuveiro e deixa todo mundo a sua volta tapando os ouvidos. Com o tempo essa cantoria melhora e você recebe elogios, aí já se sente a própria Whitney Houston e corre para o primeiro barzinho da esquina com “videoke” e começa a soltar a voz. A cada brecha, a cada fim de expediente, você chama seus amigos para o danado do videoke da esquina e diz que é o melhor programa do mundo, mesmo que eles não se empolguem. Depois de um tempo vira regra de fim de noite, você já fica conhecida pelas músicas que canta e começa a ter aspirações maiores, mas não existe espaço para a artista que surgiu dentro de você, não é verdade? Pare de chorar, a banda Gatunos do Rocha pensou em você e criou um evento especialmente para mostrar o pop star que se esconde no seu corpinho de executiva: o Cassino dos “Gatunos-Vem Karaokê” é um evento em que você sobe ao palco, canta ao vivo, tem dançarina e banda ao fundo, que ainda ajuda se a voz não sair, incrementa o figurino, rodopia o microfone, rebola e dança na boquinha da garrafa se quiser. É a sua vez de brilhar!

O evento “Cassino dos Gatunos – Vem Karaokê” é uma parceria do Teatro Rival Petrobras com a banda Gatunos do Rocha e vai acontecer uma vez por mês, às quartas-feiras, a partir das 18h30, estilo happy hour. Um cardápio musical com os clássicos do rock, brega, romântico e MPB fica disponível em todas as mesas com inúmeros sucessos que podem ser escolhidos durante o evento. As letras ficam dispostas em uma pasta no palco, ou seja, ninguém precisa se preocupar em saber a letra decorada. Além disso, ainda pode se divertir recebendo, pelo telão do Rival, recadinhos anônimos sobre as suas performances. Para o lançamento do evento, os gatunos convidaram a musa com “H” no final, a lenda viva dos anos 80, a deusa Rosanah, a dona da música mais pedida em karaokês: “O amor e o poder”. Ela deu um toque especial na noite como madrinha do evento, cantando a música-lenda e um pout-pourri mostrando que seu vozeirão vai além do amor e do poder.

“Realmente “O amor e o poder” é sempre lembrando, ficou cult. Teve uma penetração tão grande, um sucesso tão estrondoso na época de seu lançamento, sendo recorde de venda de LP’s e execução em rádios, que passou a fazer parte da nossa cultura, atravessou gerações, toca até em matinês. Meus fãs me escrevem sempre dizendo que cantam muito em karaokês. Acho isso bacana, curto demais”, aprova a musa dos karaokês. Até a atriz Ângela Leal, que coordena a casa, twittou para os gatunos na hora do espetáculo e estava toda empolgada, só faltou cantar. O HT perguntou se esse povo estava fazendo muita bagunça na sua casa: “Imagina, estou me divertindo muito”, respondia.

O que mais animou a noite mesmo, e foi um show a parte, foram as performances dos calouros. Uma verdadeira diversidade de gênero, número e grau aconteceu naquele palco desatinado. A servidora pública, Renata Silva, cantou a plenos pulmões “Bem que se quis”, de Marisa Monte, naquele estilo fim de noite, fim de linha, naqueles dias após tomar todas. Teve também a famigerada “É o Amor”, de Zé Di Camargo & Luciano, que ganhou voz e versão de Roberta Miranda pela caloura Eliane. Já a caloura Paula, que fazia aniversário no dia, foi quem mais levantou a plateia. Sem medo de ser feliz, sem óculos, sem afinação nenhuma e com alguns graus de miopia. Ela subiu ao palco como quem desbravava uma enorme montanha, teve ajuda da divertidíssima atriz que faz parte da banda e arrancou belas risadas, Ana Markun, que procurava o óculos na bolsa da executiva, enquanto ela tentava ler a letra da música no palco, além do talentoso ator e cantor, Marcos de Oliveira, que a ajudou a lembrar a letra fazendo coro ao fundo. Ela levantou o público como ninguém, de tão mal que cantava, mas linda e feliz, cheia de plumas e paetês.

A mais cotada para a melhor da noite foi a pedagoga Nancy (nome artístico, viu?), que disse já até cantar em barzinhos. Aos 67 anos, subiu ao palco pisando forte e cantando “Quem sabe ainda sou uma garotinha…” e foi ovacionada com “Malandragem”, de Cazuza. O ator André Ramiro, consagrado pelo policial do Bope, no filme “Tropa de Elite”, foi outro que apostou em Dona Nancy, e fez uma bela atuação com a música de Wilson Simonal, “Nem vem que não tem”, além de levantar a plateia como bom rapper que é. Ele arrasou no improviso fechando com a frase, “Aí Rival, na moral, faz barulho”. “A música foi meu primeiro amor, antes de começar a atuar. Acho este projeto muito bom, porque interage de verdade com o público e dá a oportunidade de experimentar tocar com uma banda de primeira e se sentir um profissional da música, neste palco tão prestigiado”, defende o ator. Agora é preparar o set list, o gogó e esperar até a próxima edição.

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