No Minas Trend, HT bate um papo com a queridinha das celebrities Patrícia Bonaldi, que afirma:”Quero vestir Angelina Jolie”


Nesta entrevista exclusiva, a estilista fala sobre mania de perfeição que beira o TOC, o respeito ao DNA das clientes e marcas associadas e a androginia de Tilda Swinton

Queridinha master das celebrities, Patricia Bonaldi surpreendeu o povo fashionista ano passado quando anunciou o surgimento do grupo de moda capitaneado por ela – Nohda – e que hoje engloba, além da marca que leva o seu nome e a PatBo, Lucas Magalhães e Apartamento 03. Agora, prestes a fazer o segundo desfile da PatBo na São Paulo Fashion Week na próxima segunda-feira (13/4), ela abre um espaço em sua concorrida agenda para um papo exclusivo com HT no Minas Trend. Confira!

Seu mapa astral – signo solar em touro (tenacidade) com ascendente em câncer (afetuosa doçura) e lua em aquário (fadada a viajar em prolífica, mas libertária relação com os outros) – talvez seja a melhor explicação para a sua trajetória. Afinal, não é todo dia que uma grife de roupas de festa ganha aceitação tão grande das famosas. Seu caso pode ser considerado único no mercado nacional, onde globetes são disputadas a tapa e tratados de Tordesilhas estabelecidos a torto e a direito entre marcas e estrelas. E sua unanimidade equivale a medalhões de outras áreas como Pelé, Fernanda Montenegro, Luiza Brunet e Elke Maravilha, que todo mundo curte. HT vai direto ao ponto, perguntando qual o segredo para ela seduzir de forma tão intensa o seu público: “Bruxaria?”. Ela responde na lata, com a mesma objetividade de uma taurina: “Caminho natural de um apuro que tenho com o meu trabalho, com o acabamento, essas coisas tão funbdamentais. No dia a dia, quase uma mania de quem tem TOC “, brinca.

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Foto: Henrique Fonseca

 

Ela, que desde pequenininha mandava as costureiras fazerem suas próprias roupas, é categórica em afirmar que o sucesso não bateu gratuitamente à sua porta e que tudo foi construído com a tal perseverança de quem é regido por touro: “Não nasci em berço esplêndido, tive uma infância simples, mas amo o que faço e essa dedicação é passada para as clientes, que vêem amor naquilo que eu produzo”, cita, lançando mão do lado canceriano. Aliás, esse aspecto também é visível no sorriso de garota quando ela diz: “Levo minha carga emocional ao trabalho, ninguém deixa de ser gente para virar profissional”.

Tanto que, quando chega em casa, demora a pegar no sono. Ela confessa: “Fico horas com a cabeça no travesseiro, antes de dormir, elucubrando, elucubrando…”. É, isso deve ser a soma de câncer com aquário, sem dúvida.

O curioso é perceber em Patricia que esse caráter emocional se desdobra na objetividade plena e numa roupa que, apesar de não ser arquitetônica – no sentido mais Balenciaga da palavra –, dispõe de um rigor de construção semântico: “Minha moda tem semelhança com o trabalho dos arquitetos no sentido de elaborar espaços, superfícies que depois serão adornadas pelos revestimentos e acabamentos. Nessa hora, a estilista dá vez à decorada e é quando trabalho os bordados e aplicações. Por isso mesmo, a profissional mais importante na minha equipe é minha modelista”.

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Foto: Henrique Fonseca

Deixando de lado a taurinice e indo de encontro ao lado viajante de aquariana, HT pergunta sobre quem ela gostaria de vestir nos tapetes vermelhos lá fora. Patricia, que já produziu Ellie Goulding para uma premiação através do seu agente em Londres, revira os olhinhos e fala, quase com entusiasmo de criança: “Ah, amaria vestir Angelina Jolie, Cate Blanchett, Gwyneth Paltrow, acho elas lindas de morrer. Mas também aquela mais baixinha, que fez ‘Closer’, qual é mesmo o nome dela?”, se referindo à Natalie Portman. Já na música, ela fica com Taylor Swift.

Mas, levando em conta o caráter feminino de suas criações, HT resolve testar a designer, quase como num quiz show: “Okay, você falou de atrizes internacionais que são mulheres muito fortes, mas que sabem fazer uso do seu sexo. E Tilda Swinton, um ícone de estilo, mas um tanto andrógina?”. Ela não se faz de rogada: “Olha, eu respeito muito o DNA da minha marca, que prima pelo gosto da minha cliente brasileira, que tem esse lado fêmea muito aflorado. E respeito também a assinatura do Lucas Magalhães e do Luiz Claudio (Silva, da Apartamento 03), cujas marcas estão hoje sob a minha chancela. Mas amaria vestir a Tilda, quem sabe abrindo mão da cor, um elemento tão impregnante no meu trabalho, e partindo para o pretinho…”