Marcelinho da Lua lança parceria com Marcelo D2 e abre gravadora: “Quero trabalhar novas ideias e novos artistas, ou velhos artistas com novas ideias”


Tido como um dos DJs de maior expressão no país, ele ainda divulga o próximo registro fonográfico: “Fizemos releituras completamente diferentes das versões originais. O álbum está bem eclético”

Um dos DJs mais renomados da cena carioca está prestes a lançar o seu próprio selo oficial. Figurinha fácil no line-up das festas mais badaladas do Rio de Janeiro, Marcelinho da Lua tem aproveitado o tempo livre, que nem é tão grande assim, para trabalhar. Considerado um dos maiores representantes da era contemporânea, ele acaba de jogar no mundo o single “Quando Eu cantar Ia Ia”, uma parceria com Marcelo D2 e o grupo Chupeta Elétrica, que promete se tornar o hit do verão. Mas não se espante se por acaso achar que já ouviu as estrofes em algum outro lugar. Afinal, a composição já foi gravada por ninguém menos que o mestre do samba Zeca Pagodinho. Em entrevista exclusiva ao site HT, o DJ revelou que 2017 será de muito trabalho e realização de sonhos através de um novo negócio. Desce mais!

Marcelinho da Lua colocou o povo para dançar no Arena Banco Original (Foto: Felipe Panfili)

Marcelinho da Lua colocou o povo para dançar no Arena Banco Original (Foto: Felipe Panfili)

“Acabei de abrir o meu próprio estúdio, tudo muito artesanal, mas que em breve a ideia é que ele se transforme em um selo. A intenção é que se torne uma gravadora muito em breve. Tudo no seu tempo, porque existe toda uma questão de burocracia que a gente tem que resolver. É um estúdio para desenvolver ideias. Quero trabalhar novas ideias e novos artistas, ou velhos artistas com novas ideias”, adiantou o produtor musical. Desde 2007 sem lançar um disco, Marcelinho adiantou que está prestes a lançar um novo registro recheado de participações especiais. “Fizemos releituras completamente diferentes das versões originais. O álbum está bem eclético. Ainda está em construção, mas tudo indica que vai ser uma parceria com a Sony Music. A ideia é manter uma carreira fonográfica bem mais regular do que antes”, ponderou. O projeto conta com participações de nomes como Lucas Santana, Rogê e Otto.

Apesar do mundo digital ter praticamente exterminado a venda de CDs ao redor do mundo, o DJ confessou que se dá muito bem com as novas plataformas. Para ele, é fundamental que um produtor musical esteja atento a todos os movimentos que envolvam as artes. “As coisas chegam para somar. Falta uma discussão aberta sobre o tema. De uma forma geral a gente tem que aprender a conviver com a modernidade. Eu procuro sempre pela qualidade sonora da produção, seja ela online ou física”, indicou ele, que destacou os motivos para ter ganhado tamanha notoriedade em sua profissão. “Basicamente foi o respeito ao trabalho e o profissionalismo. A tentativa de apresentar uma qualidade melhor que a dos outros colegas. Manter os ouvidos afinados também é muito importante. Conhecimento musical e como a indústria fonográfica funciona. Seja ela underground ou mainstream. Como a gente trabalha com a boemia tem que muita disciplina. Porque não é só o lado bom da festa. Tem o lado do trabalho e respeito com todos os trabalhadores que atuam embaixo do sereno da madrugada”, disse.

DJ está prestes a criar seu próprio selo (Foto: Divulgação)

DJ está prestes a criar seu próprio selo (Foto: Divulgação)

Agora, Marcelinho da Lua já atingiu um patamar que dispensa maiores apresentações, no entanto, o DJ criticou as festas que não dão tanto destaque para outros colegas durante a divulgação dos eventos. Como divulgadores das novidades musicais, ele acredita que ainda há uma subdivisão no que diz respeito aos mestres das pickups. “Eu não sei se há pouco investimento, mas acho que existe, sim, pouco aproveitamento do espaço. É preciso promover os eventos de uma forma integral. Cada lugar tem o seu público. Entre o top do cartaz e o DJ, sempre terá um público específico para cada momento da festa. Muita gente subestima, mas somos polinizadores das músicas. Nós somos responsáveis por trazer as novidades. As redes sociais fazem muito bem esse papel, mas sem o profissionalismo que existe por trás do que fazemos”, criticou ele.

Entretanto, com a chegada do verão, as festas não param de acontecer na Cidade Maravilhosa, mas da Lua aposta na diversidade para atrair todo o tipo de gente para os grandes eventos. “É preciso dar luz a todos os ambientes, misturar as gerações, as classes sociais e os gêneros, sejam eles quais forem. Tem que haver o convite para misturar a galera. Festas boa, é a que te dá opções, sem destinção de sexo e classes sociais. Esse é o Brasil nu e cru”, completou.