Juliano Cazarré brilha na entrega do Troféu Redentor por seu desempenho em “Boi Neon” e declara: “Existe pudor ao retratar o nu masculino”


No longa-metragem, que foi eleito como o melhor de ficção pelo júri especializado do Festival do Rio, o ator vive um boiadeiro que descobre sua paixão pelo universo da moda

No ar como o MC Merlô de “A regra do Jogo”, Juliano Cazarré não tem feito sucesso apenas na telinha da TV, mas também foi um dos atores mais elogiados e prestigiados durante a última edição do Festival do Rio, na qual participou com o grande vencedor do Troféu Redentor (saiba mais aqui), “Boi Neon”, eleito o Melhor Longa de Ficção pelo júri especializado. No filme de Gabriel Mascaro, Juliano interpreta Iremar, um vaqueiro que descobre sua paixão pelo universo da moda e, logo, não poderia estar mais distante de seu papel no horário nobre da Globo.

“Desde o início, vi que esse era um personagem com muitas nuances, masculino e delicado ao mesmo tempo. Logo de cara, esse aspecto me interessou”, contou o ator ao site HT. No longa, Juliano além de mostrar a mudança de direção na vida do de Iremar, também protagoniza cenas de sexo e nudez que, apesar de ganharem a direção sensível de Gabriel e passarem pelo tratamento sublime de Diego Garcia (que venceu o Redentor de Melhor Fotografia pelo trabalho), são bastante explícitas e chamaram a atenção do público. “Eu não me senti exposto com a experiência, me senti honrado. Até porque, na minha primeira peça, em Brasília, eu ficava completamente pelado no palco. No meu primeiro filme (“A Concepção”, de José Eduardo Belmonte), eu também aparecia nu”, explicou.

Juliano Cazarré chegou à cerimônia de entrega do Troféu Redentor acompanhado da esposa, Letícia Cazarré (Foto: AgNews)

Juliano Cazarré chegou à cerimônia de entrega do Troféu Redentor acompanhado da esposa, Letícia Cazarré (Foto: AgNews)

O ator ainda aproveitou o tema para criticar a diferença de tratamento entre a nudez do homem e da mulher no cinema mundial. “Existe muito machismo no cinema. O ‘Boi Neon’ tem uma pegada estética de olhar para o corpo masculino sem o viés homossexual, o que é pouco explorado nos filmes. Existe um certo pudor ao retratar o nu de homem. Parece que ninguém aguenta ver pinto, quê isso!? E com a mulher já é uma história diferente”, opinou.

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“Ele tem um pouco de tudo, misturado no liquidificador do Cazarré. Tem inspirações da Anitta, Ludmilla, Marcinho, Nego do Borel, Latino… O que eu tento é afastá-lo de mim mesmo o máximo possível”, explicou o ator, que ainda comentou o clima nos bastidores da novela: “Damos gargalhada o tempo todo, e é uma delícia trabalhar com a Susana (Vieira)”. O ator ainda contou que se acostumou a andar sem camisa pelo set e pelo PROJAC, graças às várias cenas em que aparece com o peitoral do MC exposto. “Na arara dele não tem nenhuma camiseta! Daí eu aproveito o calor e já fico assim mesmo. Está passando na TV, afinal de contas”, brincou, explicando que não tem feito exercícios específicos para o papel e que mantém as medidas (1,80 m de altura e 80 Kg) há muitos anos. E o que ele espera para o futuro do personagem? “Eu vejo que ele está tentando se emancipar da mãe, mas ao mesmo tempo viver com ela é muito cômodo. Com as Merlozetes (interpretadas por Letícia Lima e Roberta Rodrigues), eu sinto que ainda teremos muito jogo de ‘gato e rato’. Se dependesse de mim, ele ficaria com as duas. Mas aí é com o João (Emanuel Carneiro, autor)”.