SPFW inverno 2014: na convergência de tipos humanos, da cobra do grafite à modelo que virou suco, ops!, livro


Entre um desfile e outro e a correria na sala de imprensa, pequenas pérolas da vida nada privada nos corredores da semana de moda

A edição inverno 2014 da São Paulo Fashion Week  está tendo o que contar. A começar pelo fato de o evento ter retornado ao Parque Villa-Lobos um ano depois, justo em um momento de total reciclagem na maneira de se viabilizar a moda no país. Apesar da crise que consome o setor, dessa vez, a tenda montada na área central está maior e mais estruturada do que antes, repleta dos lounges que antes haviam minguado. Bom termômetro. Além disso, a bela cenografia de Daniela Thomas colaborou para levantar o astral do público, com uns banquinhos lindos integrados na grama artificial e paineis gigantescos com imagens pixeladas.

Logo na chegada, os convidados podem conferir a instalação no espaço da Hot Wheels concebido pelo artista urbano Eduardo Kobra, às voltas com um projeto 3D que integra o grafite de um paredão com um carro. Conforme o público vai passando, o grafiteiro animadamente executa a obra, manuseando suas latinhas de tinta como quem mexe com brinquedo novo. Explica-se: acostumado a trabalhar em suportes bidimensionais, Kobra está que nem pinto no lixo, feliz por poder desenvolver um trabalho no qual integra as três dimensões em sua arte. Enquanto nos conta como foi esse processo de desenhar o lay out em uma papel para, depois, adaptar aquilo que imaginou para o espaço volumétrico, vai falando sem parar sobre quando começou aos 12 anos pichando muros e hoje a vida hoje em dia, quando viaja pelo mundo pulverizando sua arte. Globetrotter, nos últimos meses passou por Los Angeles, Moscou, São Petersburgo e, após uma mini temporada em São Paulo, já segue para São Francisco e o Kentucky. Para quem não, Kobra é aquele cara que executou o imenso painel da Avenida 23 de Maio em 2009.

Em uma imensa área central no espaço de convivência, foi montada a tradicional pop up store do evento. Demos uma passadinha para conferir as novidades divertidas que costumam aparecer a cada edição do evento, fugindo dos óbvios toy arts. Eles estão todos lá à venda, mas esnobamos e não demos a mínima. O nosso garimpo jornalístico foi direto no maravilhoso livro do fotógrafo Klaus Mitteldorf, Work, um calhamaço bem produzido contendo a obra do artista entre 1983 e 2013, editado pela Damiani. Dividindo espaço nas prateleiras com Klaus, o livro da dublê de modelo e escritora Michelli Provensi, ‘Preciso rodar o mundo’, que procura destrinchar um pouco o universo das top models no ponto de vista delas mesmas.  Encontramos Michelli circulando pela SPFW e entrevistamos a fofa, já que o lançamento acontece hoje, nesta terça feira. Toda darling, mas visivelmente pilhada, a gata nos disse que a expectativa é grande, pois sabe que seu texto vai passar pelo crivo de gente graúda, mas que está confiante, ressaltando ainda que ficou muito feliz com a participação de um timaço de peso na elaboração do projeto: Marcio Synch nas fotos, Graziela Peres na direção de arte, Renata Correa no styling e Felipe Jardim nas ilustrações. Ela merece e posou para a gente com com o livro na mãos, tipo filhote orgulhoso!

Fotos: Vinicius Pereira