Haute Couture: Karl Lagerfeld estreia com a Fendi um dia depois do cassino Chanel, John Galliano volta à boa forma e Armani aposta no pink punk


E mais: Elie Saab mostra seu romance nostálgico, enquanto Giambattista Valli exerce sua excentricidade criativa

Depois de trazer as ninfas da Versace e saudar a volta de Ulyana Sergeenko ao line-up, a Semana de Haute Couture continua a todo vapor por Paris. Na manhã desta quarta (8/7), John Galliano voltou à velha e boa forma à frente da Maison Margiela, enquanto Karl Lagerfeld fez a estreia da Fendi na alta costura. Isso porque ainda ontem o kaiser havia criado um cassino de luxo para a Chanel no Grand Palais.

Abaixo, você confere esses e outros destaques que vêm agitando a Cidade Luz, como o punk pink da Armani Privé, o romantismo nostálgico de Elie Saab e a excentricidade criativa de Giambastia Valli. Vem com a gente:

Karl Lagerfeld estreia a Fendi na haute couture, John Galliano volta à boa forma e o pink punk da Armani

Karl Lagerfeld estreia a Fendi na haute couture, John Galliano volta à boa forma e o pink punk da Armani

Giambattista Valli:

Se excentricidade era a palavra de ordem do desfile, como o próprio estilista disse, ela podia ser vista desde acessórios como maxibrincos e óculos escuros de lentes gigantes e redondas, até um caleidoscópio de silhuetas que apresentam volumes inusitados, com plumas de avestruz adornando os quadris e as barras de alguns modelos. Os vestidos-camisões mantêm a elegância do desfile, mesmo que acompanhados de calças que são totalmente dispensáveis no quesito prático do look, mas dão um quê a mais de originalidade ao styling.  Claro, o glamour não poderia ficar de fora, então rendas, saias pouf e babados de tule com aplicações de florem em 3D também fazem com que a coleção continue sendo uma das queridinhas de atrizes e cantoras para os red carpets.

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Chanel:

Falem o que quiserem de Karl Lagerfeld, mas o estilista tem fôlego e visão criativa, algoq ue provou novamente com o desfile da Chanel. Armando um luxuoso cassino no Grand Palais, o kaiser colocou Julianne Moore, Kristen Stewart, Lara Stone, Jemima Kirke, Vanessa Paradis e Lily Rose-Depp de “figurantes” e apostadoras, todas com modelitos desenhados exclusivamente para elas.

Kristen Stewart, Julianne Moore e Lara Stone, as musas de Karl Lagerfeld, fazendo suas apostas no kaiser durante o desfile de alta costura da Chanel (Foto: Reprodução Instagram)

Kristen Stewart, Julianne Moore e Lara Stone, as musas de Karl Lagerfeld, fazendo suas apostas no kaiser durante o desfile de alta costura da Chanel (Foto: Reprodução Instagram)

Enquanto isso, a coleção resumiu não só a mão do designer como a própria essência da Mademoiselle Chanel: elegância e futurismo com um quê de ousadia. A primeira parte do desfile, carregada dos clássicos casaquinhos estruturados e de ombros reforçados, foi cortada a lazer e impressa em 3D, na perfeita união entre o clássico e moderno. Em seguida, alguns modelos mais à frente vinham com uma clara referência a esse embate humano x tecnológico, seja por plumas que traziam um ar de spikes em volta do espaço, seja pelos sapatos que pareciam saídos direto de um filme de sci-fi. Coroando o mood, Kendall Jenner foi a escolhida para fechar o desfile com um terninho que dá voz à tendência do andrógino, a qual permeou todo o desfile graças à beleza escolhida pelo designer. Com sua inquietude criativa, Karl não apenas se mantém alinhado com o presente, mas sempre de olho – e mãos – no futuro.

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Armani Privé:

Punk ou Schiaparelli? Foi essa a pergunta que muitos dos convidados que atenderam ao último desfile de Giorgio Armani se fizeram. Intitulada “Schoking” – uma referência em nome e tom à cor imortalizada pela estilista -, a coleção da Armani abusou do rosa berrante desde a passarela aos looks, que combinaram a tonalidade com bastante preto e outras cores “noturnas”, como azul marinho, esmeralda e roxo. Com muitas franjas, ombros reforçados, peplum, silhuetas esguias e uma paleta de cores fortes, a coleção trouxe a irreverência do punk – atenção aos cabelos uniformizados – com um poder sensual que passou longe do DYI do movimento.

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Maison Margiela:

 

Voltando à velha e ótima forma, John Galliano apresentou na manhã desta quarta-feira a coleção de couture da linha “Artisanal”, da Margiela, mostrando que não veio ao mundo fashion para brincar. A palavra de ordem é desconstrução, e o estilista sabe trabalhar esse aspecto como ninguém, mesmo que exagere de vez em quando: nas suas mãos, uma calça se transforma em jaqueta, um blazer se morfa em vestido, e um saco de batatas inflado é algo high-fashion que só Lady Gaga entenderia. Assimetrias se revezam entre tecidos como o neoprene e o tafetá, ao mesmo tempo em que as modelos lutam para enxergar através do excesso de volumes. Em uma mescla de referências artísticas, globais e pessoais, o resultado só poderia ser Galliano.

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Elie Saab:

Uma coisa é certa em qualquer desfile ou modelito Saab: não faltará glamour. Em sua coleção de alta costura não foi diferente. Vestidos leves, cheios de brilho e sensualidade, com predominância de tons dourados e rendas que cobrem os spots certos das transparências. As silhuetas de princesas e noivas dão o clima romântico e encantador do estilista, que dessa vez veio com autorreferência ao trabalho produzido no início dos anos 1990, com o último look inspirado no vestido que desenhou para a esposa usar em seu casamento há 25 anos.

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Jean Paul Gaultier:

Levando o público para uma viagem pelo litoral da Bretanha, o estilista conseguiu incorporar os costumes e a história do local à coleção, seja com os chapéus “coiffes”, típicos da região, ou com as listras navy que, não coincidentemente, são também a marca registrada de Gaultier. Jeans customizados e pintados à mão combinados top croppeds abriram a coleção, que terminou com pepluns, trench coats, saias circulares e uma pitada de exagero.

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Fendi:

Não contente em entregar uma das mais elogiadas coleções de alta costura com a Chanel, Karl Lagerfeld sentiu que estava com tempo livre e resolveu incluir também a Fendi no line-up. Claro, o resultado não decepcionou: peles nos mais variados tamanhos e formatos, com uma classe e um autoral que se espalharam por casacos com capuz até o chão, aplicações de flores e calças de vinil que não deixaram o sexy de lado. Se você não for um defensor dos animais ou um ativista da PETA, essa foi uma coleção difícil de resistir.

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