Guida Vianna fala sobre a terceira idade e relembra a adolescência: “Sempre fui feminista”, contou


Depois de receber diversos prêmios por sua atuação na peça Agosto, a atriz comentou sobre a sua participação no elenco de O Sétimo Guardião. “A trama tem uma mistura boa”, afirmou

O ano de 2018 foi importante para Guida Vianna. Ícone do teatro nacional, a atriz teve todo o seu trabalho e talentos reconhecidos em diversas homenagens e cerimônias. A última foi no Prêmio Fita de Teatro no qual ela levou para casa o Prêmio Especial do Júri. Depois de uma extensa temporada de sucesso com o espetáculo Agosto, a artista está se dedicando à novela O Sétimo Guardião. “A trama tem uma mistura boa. O elenco conta com vários atores de teatro e gente na faixa dos 60 anos como Lilia Cabral, Ana Beatriz Nogueira, Zezé Polessa, Marcos Caruso e eu. Isto é muito bacana, porque, afinal, a dramaturgia abre espaço para todos, permitindo uma mistura de gerações. Além disso, todos conseguem trocar informações e dicas de atuação”, comemorou.

Guida Vianna ao lado de Letícia Isnard na peça Agosto (Foto: Divulgação)

Com um elenco bem diverso e com vários atores mais experientes, O Sétimo Guardião acabou trazendo uma pluralidade que muitas vezes foi questionada nas telinhas. “Há um rejuvenescimento da sociedade. Atualmente, os jovens ainda são considerados adolescentes até os 25 anos e isto se expandiu para todas as idades. Os 50 são os novos 40 e por aí vai. As coisas mudaram, todo mundo prolongou a qualidade de vida aprendendo a se cuidar. No meu caso, continuarei trabalhando enquanto tiver espaço”, garantiu.

Guida Vianna garantiu que sempre foi feminista e lutava conta a repressão através da liberdade de seus costumes (Foto: Divulgação)

Defender a pluralidade em cena é apenas uma das pautas que a atriz gosta de levantar. Guida Vianna sempre foi uma mulher das artes e, por isso, sempre fez questão de tocar em temas relevantes para sociedade em cada um de seus trabalhos. Em tempos onde o feminismo é cada vez mais divulgado -e necessário-, a atriz garantiu que sempre endossou esta luta. “Sempre fui feminista. Fui adolescente durante a ditadura e a minha maneira de ser diferente era trazer costumes mais liberais. Eu usava um biquíni bem curtinho quando ia à praia, em Ipanema, e fumava maconha. Nós lutávamos contra a censura em qualquer tipo de arte, sempre fazíamos questão de dizer se houve cortes”, explicou.

Guida Vianna apoia o movimento feminista atual, mas acredita que a sociedade sofreu alguns retrocessos (Foto: Divulgação)

Enquanto em sua juventude Guida lutava mais pela liberdade dos costumes, atualmente, a batalha é mais voltada para o social através da busca por direitos trabalhistas igualitários, de acordo com a atriz. Apesar de enxergar esta diferença, a artista confessou que vê mais semelhanças do que diferenças nas bandeiras de ambas as gerações. “Acho que a sociedade deu um passo atrás, porque as bandeiras que elas estão levantando atualmente já foram lutas da década de 70. Nós brigamos pelo aborto, pelo direito da mulher, pelo divórcio e pela diversidade sexual. A batalha é a mesma, mesmo trazendo o conceito do ‘meu corpo minhas regras’”, criticou.

Apesar das semelhanças nada agradáveis, a artista garantiu que só conseguiremos um saldo positivo se o movimento continuar. Mesmo com os retrocessos, Guida Vianna garantiu que a persistência é fundamental. “Tem que existir. Acho maravilhoso. As meninas têm que batalhar por aquilo que querem. As mulheres estão mais conscientes que devem participar da luta feminista, o que é ótimo. Na minha geração, poucas brigavam por isto. Era uma tribo”, explicou. Girl Power, não é mesmo? Seguimos na luta.