Ginecomastia, o aumento do volume das mamas em homens, é o tema da coluna de Dr. Alessandro Martins


O médico, em sua coluna quinzenal no site HT, enumera as causas do problema, diferencia ginecomastia de lipomastia, fala das cirurgias mais recomendadas e do pós-operatório. Vem ler!

*Por Dr. Alessandro Martins

Ginecomastia é o nome que se dá ao aumento das mamas em homens, também considerado como hipertrofia mamária masculina. A ginecomastia pode ter várias causas e ela se apresenta em vários momentos da vida do homem. Podendo ser fisiológica, no caso dos recém-nascidos, que possuem um aumento da glândula mamária por efeito do estrogênio materno e é comum também nos adolescentes, que no início da puberdade, podem apresentar ginecomastia por um atraso no início da produção de testosterona, o que os deixa, por um tempo, sob o efeito do estrogênio. Em adultos, existem várias causas, que podem ser causas medicamentosas ou relacionadas a algumas patologias. Dentre algumas patologias que levam à ginecomastia podemos listar insuficiência hepática e doenças testiculares, que podem levar a uma queda da produção de testosterona ou a um aumento da circulação de estrogênio, levando a esse aumento da glândula mamária no homem.

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Hoje em dia, uma das causas muito comum é a utilização de esteroides e anabolizantes. O anabolizante pode ter uma conversão, pode ser transformado em estrogênio e esse hormônio vai atuar na glândula mamária do homem levando a um aumento. Então, esses pacientes que fazem uso de esteroides apresentam ginecomastia no decorrer de seus ciclos. E é aconselhável que usem bloqueadores desses receptores de estrogênio na mama para que esse evento não ocorra.

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A ginecomastia tem diversas causas, que precisam ser diagnosticadas antes de qualquer intervenção (Foto: Reprodução)

Ginecomastia x Lipomastia

Outra coisa importante é diferençar ginecomastia de lipomastia. Ginecomastia seria o aumento real da glândula e a lipomastia seria o aumento de gordura na mama. Alguns pacientes podem ter um aumento do volume mamário não por aumento do tecido glandular, mas por um aumento de gordura. Isso é muito comum em pacientes acima do peso, obesos e pacientes ex obesos, que, mesmo após a perda de grande quantidade de peso, ainda apresentam o volume das mamas aumentados.

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Tratamentos

As técnicas de tratamento vão depender muito do tipo de ginecomastia e da sua causa. As que são efeito de medicações, de drogas, podem ter uma redução total ou parcial após a suspensão dos produtos. A ginecomastia quando ela é muito volumosa e inclusive pode ter assimetria, ou seja, o paciente pode apresentar uma mama maior que a outra, muitas vezes o tratamento se torna cirúrgico. Os cortes que vão levar nessas cirurgias vão depender muito do tamanho da mama. Mamas pequenas a gente consegue resolver com pequenos cortes na base do mamilo e da auréola. Ginecomastia maiores, principalmente se elas forem associada à sobra de pele, é necessário que esse excesso seja removido, como é o caso de ex obesos. Então são necessárias cicatrizes maiores, que podem até atravessar o tórax.

As diversas gradações da ginecomastia

Uma coisa muito comum é a associação de lipoaspiração com retirada da glândula, quando a gente tem uma ginecomastia que é mista, uma porção de lipomastia e uma porção de aumento real da glândula. Então, a lipoaspiração se associa à retirada da glândula para com isso melhorar o resultado estético da cirurgia e principalmente nesses pacientes relacionados a uso de anabolizantes e esteroides, já que a combinação da lipoaspiração com retirada da glândula melhora também a definição da musculatura peitoral.

Dr. Alessandro Martins é médico cirurgião plástico com subespecialização em reconstrução de mamas pós-mastectomia (Foto: Sergio Baia)

Pós-operátorio

Restrições comuns no pós operatório da ginecomastia são: atividade física e dirigir. Se assemelha muito à cirurgia da mama da mulher em relação a restrições. Então, o ideal é que o paciente fique de 15 a 30 dias, dependendo do tamanho da cirurgia, sem praticar atividades físicas e sem dirigir. O mais importante da ginecomastia é que é um sinal de alerta. Então, é importante que o paciente pesquise a causa e não somente trate cirurgicamente a ginecomastia sem reconhecer qual a causa que levou a esse aumento da glândula.

Câncer de mama

Em relação ao risco de câncer de mama, a ginecomastia é uma doença benigna, ou seja, ela não é um fator de risco para câncer de mama. Os fatores de risco para câncer de mama, em homens, que é uma doença rara, existem critérios esporádicos, ou seja, que são relacionados aos hábitos de vida, e alguns critérios genéticos. Entretanto, de modo geral, a ginecomastia não é um fator de risco para câncer de mama, mas é importante que todo paciente que tem sua glândula retirada num procedimento cirúrgico que é o tratamento da ginecomastia, essa glândula seja levada para estudo de análise, para ver se tem alguma alteração celular compatível com doença maligna nesse tecido que foi removido.

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