Enquanto a Brother Of Brazil leva discurso inflamado ao Rock in Rio 2015, Supla comenta filiação de Marta Suplicy ao PMDB: “Deve ter suas razões”


O cantor de punk ainda falou com HT sobre como foi se apresentar ao lado da lenda Glen Matlock, guitarrista dos Sex Pistols, e a importância de se abordar política em um festival como o RIR

Presente no palco do Rock In Rio desde sua segunda edição, em 1991, e completando 30 anos de carreira junto com o festival, Supla foi o responsável por abrir a maratona de shows de hoje no evento, apresentando-se ao lado do irmão, João Suplicy, com a banda Brothers of Brazil. E, como manda o figurino, o duo de punk rock ainda contou com uma participação mais do que especial ao longo da tarde no Palco Sunset: Glen Matlock, guitarrista e compositor responsável por grande parte das músicas do Sex Pistols. Em entrevista exclusiva ao HT logo após descer do palco, Papito contou como conheceu Glen e se sentiu ao apresentar com uma lenda do rock, a função política de sua performance e o que acha da recente filiação de Marta Suplicy ao PMDB.

Durante os 50 minutos de show, os Brothers of Brazil não deixaram de lado o tema político e as críticas sociais com a faixa “Tudo pelo poder”, na qual se dizem cansados de todos os partidos e suas respectivas ganâncias ao longo da letra e, na versão ao vivo, ainda teve incentivo de protesto por parte de Supla. “Se você também está de saco cheio, então levanta o dedo do meio aí!”, gritou, recebendo como resposta uma chuva de mãos ao ar e gritos de yeah. “É muito importante abordar esse tema em um evento com tanta projeção. Esse é o momento que você tem coisas a dizer, então acho que tanto o PT, PSDB, PMDB têm que tomar vergonha na cara. Não é só a Dilma! Vejo muitos políticos apontando o dedo para ela e com culpa no cartário. Tem é que tomar vergonha na cara, porque se alguém investigar, vai ver que tem história suja sim”, desabafa.

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Por ser filho de Marta e Eduardo Suplicy que seguiram carreiras muito públicas e claras no governo ao longo dos anos, Supla não tem medo ao falar sobre política. Seu pai, por sinal, foi ao Rock in Rio 2015, chegando no meio da apresentação e atraindo uma multidão de fãs e paparazzi ao longo da performance. “Meu pai é muito ponta firme. Ele está nisso pelas razões certas”, comenta Supla.

Essa vontade de fazer o bem e de ajudar o próximo é a mesma motivação por trás da carreira política de sua mãe, Marta Suplicy, como conta o próprio Supla ao HT. Ainda hoje, poucas horas antes de o filho subir ao Palco Sunset, ela desfez seus vínculos com o PT e se filiou ao PMDB. Quando questionado sobre o assunto, o músico comenta: “Ela vai ter que se explicar. Ela deve ter suas razões para ter saído do PT. Acho que isso é algo que ela tem que falar. Só sei que ela não está envolvida em nenhum caso. Ela foi muito bem na periferia de São Paulo. Todos a amam por lá. Realmente acredito que ela tenha a melhor das intenções, porque minha mãe não precisa disso”.

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Pronto para se lançar na carreira solo ao mesmo tempo em que toca paralelamente o Brothers of Brazil, Supla ainda não esconde a empolgação ao ter tocado com Glen Matlock e conta que os dois se conheceram em Londres há muitos anos e, após uma série de coincidências e encontros aleatórios. Supla achou que, finalmente, era o momento certo de convidar a lenda do rock para uma parceria ao vivo. “Foi uma honra para mim. Quando eu comecei a cantar punk, jamais imaginaria que conseguiria me apresentar ao lado de um dos maiores caras do gênero, responsável por grande parte das letras do Sex Pistols. De verdade”.