Victor Dzenk: “com tanto estresse, da próxima vez, paro no Copa D’Or”!


Entre modelos descalças, a eletrônica de Daft Punk e Giorgio Moroder e a fixação dos hair designers por Axl Rose, moda é música no que quase levou estilista à loucura

Em nosso périplo para desvendar aquilo que acontece no Fashion Rio, demos uma passadinha-surpresa no camarim do mineiro Victor Dzenk, como quem não quer nada, só para bisbilhotar o que tava rolando. Queríamos dar uma sacada e conferir se o estilista estava pilhadão, depois de voltar para o evento após três anos de ausência. Entretanto, Victor estava calmo e deu uma palhinha jogo-rápido para a gente, enquanto organizava os últimos detalhes do show: “Não foi brincadeira montar esta coleção, lançada apenas 22 dias depois do último desfile que fiz, mês passado, no Minas Trend. Loucura total, na próxima vez, termino internado no Copa d’Or”, brincou, afirmando que considera importante para a marca voltar ao evento carioca.

Ao lado de Fernando Silva, seu braço direito com quem assina a coordenação de estilo da grife, ele contou que adicionou uma pegada rock’n’roll à atmosfera marroquina que tem influenciado seu estilo ultimamente. “Dessa vez, temos a pegada dos anos 1980, com bastante esporte de luxo. Guardei os ilhoses para os looks dos homens, e desenvolvi duas estampas para cada sexo’, ia conversando e listando aquilo que considera importante comentar. Fernando ainda reiterou que o novo CD do Daft Punk foi um fio condutor do trabalho de estilo, naturalmente se referindo ao fato de que moda mesmo é puro comportamento  dialoga com as artes em geral.

Ele completa que a dupla se deixou também levar pela música eletrônica de Giorgio Moroder, o produtor e compositou italiano que renovou a cena disco na virada dos 1970/80 com o uso massivo de sintetizadores, produzindo para Donna Summer ‘Love to love you baby’ e ‘I feel love’. Moroder ficou muito famoso pelas trilhas de cinema, algumas de gosto duvidoso, outras que ganharam a simpatia do público em filmes como ‘Flashdance’, ‘Cat People’, ‘Scarface’, ‘Top Gun’ e ‘História sem fim’, além da banda sonora para a versão restaurada de ‘Metrópolis’, o classicão sci-fi expressionista de Fritz Lang. Embora costumemos dar todo o crédito do pioneirismo na música eletrôncia ao Kraftwerk, Moroder foi importante à beça!

Enquanto isso, o cantor Yann Hatch, que abriu e fechou o desfile com um mash up que é sucesso na internet, estranhava o entra e sai de um backstage. Filho da atriz Claudia Alencar – que não pode prestigiar o filho no evento porque estava em Floripa -, ele se acostumou, tanto atrávés do trabalho da mãe quanto em sua jornada como ator e cantor, a um camarim mais intimista. E contou para a gente: “o cantor tem um momento solitário quando entra no backstage e se prepara, antes de pisar no palco. É a primeira vez que faço show em um desfile e achei uma loucura a movimentação aqui. Nada é privê”, comentou, ainda se referindo ao fato de que adorou o convite de Victor para sua performance porque adora moda e sua realção com música e comportamento. “Por isso mesmo enveredei pela música pop, toda a sua roupagem tem muita moda”. Yann, de 25 anos, conheceu o estilista no início do ano, quando este vestia sua mãe na série do Multishow ‘Filho da Mãe’, na qual também atuava. Agora está agora naquele dilema: está conversando com gravadoras, as coisas estão evoluindo, mas também acha sedutora a ideia de se manter independente. Vamos ver!

Um pouco mais à frente, a dupla de beauty artists Edilson Ferreira e Ewerton Pacheco, com quilometragem rodadésima em desfiles, campanhas e editoriais, dava os últimos retoques nas madeixas da modelada. Eles cuidaram dos cabelos, enquanto o time da MAC ficou por conta da maquiagem. Edilson comentou: “pegamos um pouco dos cabelos soltos ao vento com bandana, usados pelo Axl Rose, do Guns’n’Roses“, mostrando o cabelão liso e longo do modelo Lucas Kittel como exemplo. Ewerton completou: “metemos a chapa para ele ficar lisão, bem esvoaçante, como naquelas corridinhas frenéticas que o roqueiro costuma dar no palco”.

A super top saradésima Renata Kuerten, por sua vez, brincava com seu lado moleque, rindo com os amigos e circulando descalça pelo camarim, enquanto não chegava sua vez.  Nem parecia que no dia seguinte ela já estaria na loucura, pegando um avião para Sampa e encarando logo cedo uma sessão de fotos.

Fotos: Vinícius Pereira