Rua Augusta com arco do triunfo? Não é São Paulo, amor, é Lisboa!


Com vista aérea deslumbrante, o monumento recém-restaurado, na capital portuguesa, faz do arco o novo queridinho dos turistas!

* Por Bruno Muratori

Em sua próxima ida à Lisboa, pode esquecer o Castelo de São Jorge, Mosteiro dos Jerônimos ou a Torre de Belém. Nos últimos tempos, aquilo que tem dado a falar na capital portuguesa é um lugar que se tornou símbolo da renovação depois de uma catástrofe: o Arco Triunfal, ou Arco da Rua Augusta, que começou a ser construído em 1755, logo após o terremoto que arrasou a Baixa de Lisboa e até ocasionou um tsunami, acredita?! Pois, pois, sim sinhore! Pelas bandas de lá, a terra tremeu e abalou geral.

Recentemente, o Arco foi completamente remodelado e, em agosto, Lisboa ganhou uma nova atração turística. O acesso ao fabuloso terraço onde o visitante pode ter uma vista privilegiada sobre a emblemática Praça do Terreiro do Paço – uma das maiores da Europa, com cerca de  36000 m2, debruçada sobre a Baixa pombalina, a igreja da Sé, o Castelo de São Jorge e o Rio Tejo, de onde a caravela de Cabral partiu a caminho do Atlântico e chegou por aí.

Este slideshow necessita de JavaScript.

Fotos: arquivo pessoal

O caminho das pedras não é difícil: para subir, há elevador. Depois, 45 degraus separam a sala do relógio – onde se pode ver uma exposição que sintetiza a história do Arco, desde o início da construção até à sua conclusão, em 1875 – do balcão junto ao céu. Ao chegar lá em cima, o visitante é brindado com uma vista incrível e belas esculturas de Célestin Anatole Calmels – escultor francês que viveu grande parte da vida em Portugal – representando a glória, coroando o génio e o valor. Já no plano inferior, encontram-se esculturas de “grandes portugueses”, concebidas por Vítor Bastos e homenageando gente do calibre de Nuno Álvares Pereira, Viriato, Vasco da Gama ou o Marquês de Pombal. Sim, os portugueses têm orgulho daqueles que fizeram sua história. E o marquês, um dos representados e tido como uma das figuras mais importantes e controversas da história portuguesa, foi o principal responsável por todo o projeto arquitetônico, moderníssimo para a época, que reconstruiu Lisboa após o terremoto.

Outro ponto que impressiona, ao olhar de cima, é perceber como uma espécie de tapeçaria, em preto e branco, parece forrar as ruas da Baixa: é a beleza da calçada portuguesa… Sabe quando estamos no último andar de um apartamento na Av. Atlântica, em Copacabana, e vemos o calçadão? Pronto, é a mesma coisa, só que em Lisboa tudo faz sentido, com esse cenário belíssimo do velho mundo. O texto inscrito no topo do arco remete à descoberta de novos povos e culturas: VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS DOCVMENTO.PPD – “Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas”.

Devido às limitações do espaço, o Arco não pode ser visitado por mais de 700 pessoas. Então, se estiver em Lisboa, se liga e tenta chegar cedo, aproveitando o máximo. Viajar pra ficar em fila não rola, não é mesmo?! O Arco da Rua Augusta está aberto ao público diariamente, entre as 09h00 e as 19h00, e o ingresso custa 2,5 euros por pessoa, mas a entrada é gratuita para crianças até aos cinco anos.

*Carioca da gema e produtor de eventos, Bruno Muratori é uma espécie de fênix pronta a se reinventar dia após dia. No meio da década passada, cansou da vida de ator e migrou para a Europa, onde foi estudar jornalismo. Tendo a França como ponto de partida, acabou parando na terra do fado, onde se deslumbrou com a incrível luz de Lisboa e com o paladar dos famosos pasteis de Belém, um vício.