“Poesia é paixão e sentimento. Por isso tem poder de tocar as pessoas”, diz Paulo Sabino sobre mostra ‘Somos Somas’


A primeira exposição do carioca alterna poemas gravados em celular pelo próprio artista, além de nomes como Charles Gavin, Mabel Velloso, Claudia Roquette-Pinto, Ricardo Silvestrin, Maíra Freitas, Péricles Cavalcanti, Adriano Nunes, Carlos Rennó e Monica Mendes, que terão suas imagens projetadas em grandes formatos. Os poemas inéditos do autor serão exibidos em monitores no Oi Futuro, no Flamengo, a partir de 5 de agosto

O poeta carioca Paulo Sabino abre a mostra ‘Somos Somas’, no Oi Futuro, dia 05 de agosto

*Por Rafael Moura

“Essa mostra é uma interseção de artes e afetos”. Foi assim que o carioca Paulo Sabino começou o papo com o site HT para contar sobre sua primeira exposição ‘Somos Somas‘, que terá vernissage hoje, dia 5 de agosto, no Oi Futuro Flamengo, com curadoria de Alberto Saraiva, dentro do ‘Programa Poesia Visual e Digital’. “A poesia é paixão e sentimento, por isso tem o poder de tocar as pessoas”, enfatiza o poeta. A exposição que explora diferentes linguagens traz imagens de artistas e poetas como Charles Gavin, Mabel Velloso, Claudia Roquette-Pinto, Péricles Cavalcanti, Maíra Freitas, Carlos Rennó, Ricardo Silvestrin, Monica Mendes e Adriano Nunes lendo poemas de Sabino em imagens projetadas nas galerias do Centro Cultural.

Nascido em Olaria, subúrbio do Rio de Janeiro, Paulo é conhecido como agitador cultural e produtor do sarau ‘Ocupação Poética’, conta que “ocupar esse espaço é de extrema importância e é um alívio comprovar que ainda existem instituições que investem nas manifestações culturais da nossa terra”, enfatiza. Para Sabino é um honra integrar esse projeto que já levou ao público trabalhos de Ferreira Gullar, Antonio Cícero, Wlademir Dias-Pino, Jorge Salomão, Bruna Beber, Alexandre Dacosta, Eduardo Kac, Luciano Figueiredo, Óscar Ramos, Mabel Velloso, Neide Sá, Christovam de Chevalier, Regis Bonvicino, Ronaldo Ferrito, João Bandeira, Alex Varella, Omar Salomão, Victor Arruda, Lia do Rio, Omar Khuri, Lucio Agra. “O namoro com o Saraiva vem desde 2017, antes do lançamento do meu livro ‘Um para dentro todo exterior‘ (2018, da Autografia editora, com orelha do poeta e filósofo Antonio Cícero e prefácio da escritora Nélida Piñon). Ele já conhecia meu projeto de poesia urbana e o ‘Pílulas Poéticas‘, no Lá Dó Si Lar, mas o match só veio em esse ano com a mostra, o que resultou em um casamento lindo”, comemora.

Charles Gavin é um dos convidados da exposição “Somos Somas”, de Paulo Sabino, no Oi Futuro Flamengo

Os 19 poemas, autorais, foram gravados com o celular explorando o potencial desse novo ‘produtor de conteúdo’ unindo as diferentes linguagens das artes digitais. O artista convida outros amantes da palavra para participar das obras apresentadas, criando uma rede de pessoas em torno da poesia. Em um grande painel no térreo do centro cultural será reproduzida a biblioteca do produtor cultural, cenário constante em seus vídeos poéticos, postados regularmente nas redes sociais. “Queremos aguçar os sentidos. A mostra é sensorial e visual”, enfatiza. São nove textos recitados por Paulo e dez pelos convidados, que foram selecionados entre o curador e o trovador. “Essa escolha foi do coração, o Alberto sugeriu a Mabel, que foi uma das integrantes do projeto. Eu sugeri a Maíra, que tem a websérie Lá Dó Si Lar, que eu participo. Tem o Gavin que conheci no Ocupação Poética, ele foi nas três edições”, exemplifica.

Desenvolvido há nove anos o Programa Poesia Visual e Digital é pioneiro na difusão e pesquisa desse gênero artístico que promove o diálogo entre a escrita e as artes visuais. “Por conta dos motes do programa fizemos uma imersão para explorar essas linguagens da melhor forma possível. Eu estou achando um barato, sempre gostei muito da interseção entre as artes. Confesso que nunca fui muito tecnológico, mas eu gosto de namorar com essas inteligências. Eu sou poeta, eu escrevo, gosto de flertar com esses vocabulários, com o vídeo, videoarte, cinema, fotografia… No fim tudo acaba convergindo para o mesmo lado: emocionar o público”, ressalta Sabino.

A história da poesia do Brasil começa no século XVI, com a chegada dos padres da Companhia de Jesus ou, mais exatamente com José de Anchieta, e nunca se fez tanto poesia como atualmente, vide o sucesso de eventos como a FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) e da Festa Literária das Periferias (FLUPP). “Eu acho que o brasileiro admira a poesia como gosta de arte em geral. Percebo muitas pessoas tocadas pela poesia. Quando o texto é bem declamado, com sentimento, tem uma grande chance de ser captado e de emocionar a todos”, conta.

A musicista Maíra Freitas é uma das convidadas da mostra ‘Somos Somas’, de Paulo Sabino, no Oi Futuro.

Serviço:

Somos Somas

Centro Cultural Oi Futuro – Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo

Visitação: 5 de agosto a 15 de setembro

Terça a domingo, 11h às 20h |Térreo e Nível 2

Entrada franca.

Classificação etária: Livre