O Modernismo brasileiro revela sua força através da mostra “Mercado de Arte”


Com obras inéditas ou fora de circulação há mais de 20 anos, a exposição mostra a força atemporal de artistas como Brecheret, Anita Malfatti e Vicente do Rego Monteiro e ainda traz criações de artistas gringos

*Por João Ker

O ano é 1922 e os protagonistas da história são uma turma de jovens artistas brasileiros que, inconformados com o jeito como as coisas andam no país em termos culturais (sim, isso não é de hoje), resolvem se mexer. Munidos com suas experiências europeias e suas inquietações, eles criam a “Semana de Arte Moderna” em São Paulo, com o intuito de apimentar o cenário nacional e revolucionar os movimentos artísticos do Brasil. À época, a Semana de cinco dias foi vista por olhares descrentes e pouco convencidos; com a perpetuidade do tempo, seu valor inestimável finalmente alcançou a devida e merecida notoriedade. Agora, parte do furor deste momento volta à capital paulista através da nova mostra coletiva “Mercado de Arte”, na Ricardo Camargo Galeria.

Com curadoria do próprio Ricardo Camargo, a mostra é uma homenagem ao 120 anos de nascimento do escultor ítalo-brasileiro Victor Brecheret, um dos grandes nomes responsáveis pelo movimento modernista. Obras inéditas do artista e outras que não são expostas há 20 anos juntam-se às de seus companheiros Anita Malfatti (“Paisagem com Lago”), Vicente do Rego Monteiro (“Descida da Cruz” e “Le Coupe”), José Pancetti (“Vaso de Flores”) e Antonio Bandeira (“Composição Abstrata”) em um panorama de raridades que muitos hoje em dia ainda não tiveram o prazer de presenciar.

E nem só de passado vive museu (ou galeria). Atuais vanguardistas brasileiros também ganham seu espaço nesta mostra que irá reunir 44 trabalhos nacionais e internacionais. Daqui, Antonio Henrique Amaral (“Oban”), Edgar de Souza e Luiz Paulo Baravelli (“O Homem Que Mora No Sol”) representam a força do movimento artístico na década de 1990 até os dias atuais. De fora, trabalhos inéditos do pintor britânico David Hockney (“Ossie Clark”), do construtivista uruguaio Joaquín Torres García (“Constructivo con Corazón” “Constructivo con Sol y Luna”), do mexicano Diego Rivera (“Cabeça de Camponês”) e de muitos outros completam a pluralidade de linguagens e expressões que essa grande Mercado de Arte expõe na terra da garoa. “Esta diversificada edição do Mercado de Arte, com trabalhos vigorosos e delicados, marcam a atualidade atemporal das obras de arte de qualidade”, conclui o curador Ricardo Camargo.

 

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Fotos: Divulgação

 

SERVIÇO:

Exposição: Mercado de Arte

Curadoria: Ricardo Camargo

Expografia: Attilio Baschera e Gregorio Kramer

Textos: Daisy Peccinini, Ricardo Camargo e Roberto Comodo

Abertura: 22 de Maio de 2014, quinta-feira, das 19h às 23h

Período: De 23 de Maio a 21 de Junho de 2014

Local: Ricardo Camargo Galeria – www.rcamargoarte.com.br

Rua Frei Galvão, 121 – Jd. Paulistano – São Paulo, SP

Tel.: (11) 3031 3879, 3819 0277

Horário: Segunda a sexta das 10h às 19h aos sábados das 10h às 14h