Exclusivo! Rio de Janeiro ferve com eventos de arte no fim de semana e Vik Muniz declara: “Não adianta ser acessível se não for valorizada”


Um dos nomes mais consolidados internacionalmente nas artes plástica ainda comentou sobre o papel das feiras e como “a obra acaba se transformando em mercadoria”

Cariocas e turistas de passagem pelo Rio participam de um fim de semana atípico, como já contamos aqui: no Centro, uma profusão de eventos ligados à arte – como o Art Rio, o Art Rua e o festival Visualismo – agitam a agenda cultural da cidade, oferecendo uma programação vasta e a preços módicos ou grátis. E HT foi conversar com Vik Muniz, um dos maiores nomes nas artes plásticas do Brasil, sobre feiras, coletivos e a atual situação da arte no país, durante o leilão beneficente de 25 anos da Sociedade Viva Cazuza, no qual ele foi o curador responsável pelas obras.

Como HT frisou durante a abertura do Art Rio, é preciso saber dosar o lado comercial da arte com a expressão do ponto de vista íntimo de quem a produz, sem se deixar perder em meio ao capitalismo que rege o mercado. E, para Vik, é aí que está a questão central dos eventos: “Eles estão substituindo a experiência do íntimo que as galerias oferecem. É quase como o que acontece na indústria fonográfica, na qual a maioria dos profissionais, hoje, foca em lançar músicas/singles, mas não corpos de trabalho completos”, avalia.

Em entrevista, Vik Muniz diz: "Não adianta a arte ser acessível se não for valorizada" (Foto: Divulgação)

Em entrevista, Vik Muniz diz: “Não adianta a arte ser acessível se não for valorizada” (Foto: Divulgação)

Para Vik Muniz, há um problema essencial nesses formatos de programações: “A obra acaba se transformando em mercadorias, e quem está ali não tem o tempo necessário para observar com atenção o trabalho do artista. Não adianta ser acessível se não for valorizada”, disse. Para ele, há um função clara na maneira como a arte é encarada hoje: “Ela contribui para a sociedade a partir do momento em que se popularizou  e atingiu as diferentes camadas de público”, afirmou o artista, que tem uma de suas obras expostas no Visualismo, da Praça Mauá.

Obra de Vik Muniz desenvolvida para o festival Visualismo, na Praça Mauá (Foto: Divulgação)

Obra de Vik Muniz desenvolvida para o festival Visualismo, na Praça Mauá (Foto: Divulgação)