Ares maternais e pedras cinzentas em simbiose na Galeria Laura Marsiaj, em Ipanema


As artistas Cristina Salgado e Renata de Bonis vão expor nos dois espaços da galeria, a partir de 18 de março

Scarpins e unhas vermelhas, a pele e o azul contemplativo, essa relação visceral da dimensão feminina na exposição de Cristina Salgado “A mãe contempla o mar” (ou “La mère regarde la mer”), contrastam com as pedras cinzentas de Renata de Bonis, em “Uma pedra por dia”, na Galeria Laura Marsiaj. A primeira será apresentada no espaço anexo da casa em Ipanema, a partir de 19 de março, enquanto a segunda fica na galeria principal, na mesma data. As duas exposições estarão abertas à visitação até o dia 23 de abril e a ianguração será em 18 de março, das 19 às 22 horas.

Renata de Bonis viajou pelo mundo em busca de paisagens ermas para desenvolver seu trabalho. Em 2009, ela passou uma temporada no deserto da Califórnia, frequentando parques nacionais como o Joshua Tree. Agora, voltou da Islândia, onde morou no ano passado buscando paisagens inóspitas para desenvolver suas pinturas e mostrar as “pedras coletadas no meio do caminho”. O resultado foi uma imagem sutil e equilibrada pelo uso opaco da tinta a óleo com cera e a paleta de cinzas esquálidos com pequena mudança de tons, que mostram a atmosfera melancólica dos ares coletados.

Já a exposição do espaço anexo se utiliza de um realismo e um pequeno inventário simbólic,  misturando elementos que remetem ao corpo humano, à pele na modelagem levemente rosada em papel maché, sapatos e dedos com longas unhas vermelhas. Itens que, claramente, mostram a dimensão feminina e maternal, seja no vermelho hipnotizante, seja no branco infinito e no azul contemplativo da paisagem marinha. Um mix de sentidos muito bem amarrados pelo nome da obra, segundo a curadoria da casa: “Esse entrelaçamento de formas orgânicas, maternais e paisagens marinhas são, de certa forma, junto com a homofonia das palavras mãe e mar em francês, o motivo do título em português: A mãe contempla o mar. La mère regarde la mer funciona como uma circularidade – trabalhos antigos e recentes que volteiam por um mesmo território de vocabulário simbólico e formal.”

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Fotos: Divulgação