#SaiaDaCaixa de Helen Pomposelli desta semana apresenta Luiz Isique, bailarino especializado em dança indiana Bollywood e professor de yoga


Hoje, Luiz desenvolveu um método de aula chamado Yoga Workout, inspirado em seus estudos de yoga com influências pelo americano Dyllan Werner, professor que mistura a metodologia da yoga com a calistemia, um treinamento funcional sem pesos usando o próprio corpo para trabalhar a musculatura.

*Por Helen Pomposelli

O “Saia da Caixa” de hoje começa com uma saudação ao sol! Conhecemos a trajetória de Luiz Isique, 31 anos, bailarino especializado em dança indiana Bollywood e professor de yoga na My Yoga, em São Paulo, e nos apaixonamos. Recém-chegado de Manaus, onde ministrou aulas de yoga durante o retiro Yoga & Detox na Amazônia realizado pela Auroraeco no hotel Juma Lodge, situado bem no meio da floresta, Luiz Isique tem sempre um pranayama ou um mudra especial para indicar em suas aulas onde combina filosofia e prática. Nascido no interior de São Paulo, aos 18 anos mudou-se para a capital para estudar design gráfico. “Naquela época, com apenas 18 anos, não tinha uma noção certa do que queria fazer para o resto da minha vida. Escolhi design, porque era um curso que tinha ligação com artes de uma forma mais comercial. Sempre gostei muito de arte, mas não tinha nenhuma formação e queria estar no meio”, diz Luiz, que sempre teve uma busca grande por autoconhecimento. Para se ter uma ideia, desde seus sete anos, já tinha interesse em Budismo, Ocultismo, Tarot, meditação e filosofias orientais. Sempre se sentiu meio diferente em suas escolhas, pois com apenas 9 anos começou o Kung Fu, porque gostava muito do movimento e da acrobacia das artes marciais.

Já a yoga entrou em sua vida como uma prática e terminou como professor. Quando começou achava que era um alongamento e não tinha noção do que poderia mudar na sua vida. Por fazer yoga num espaço muito tradicional da prática, aprendeu também uma parte filosófica e ficou apaixonado. Perseverante, passou à praticar sozinho todos os dias em casa e mergulhou de cabeça na filosofia. “Certo dia, uma amiga me chamou para fazer uma aula de yoga e aí foi uma revelação muito grande pra mim. A prática respondia o que eu precisava no corpo e muito dos questionamentos que eu tinha sobre o meu papel no mundo dentro do viés de corpo, mente, alma e espiritualidade.”, diz. “Antes de eu terminar a faculdade de design eu já trabalhava num studio de criação, e, assim que acabei o curso, me matriculei no curso de formação de yoga. A princípio, a minha idéia era me aprofundar e não dar aulas. O curso tinha um ano de duração e as coisas foram acontecendo juntas. Ao mesmo tempo, que eu sentia que ficar o dia inteiro em frente do computador não era pra mim e não fazia sentido na minha vida, me aprofundava cada vez mais na Yoga. Foi então, já bem desanimado, decidi pedir demissão”, explica Luiz, que nessa época já estava com 22 anos, no meio do curso de formação de yoga.

“A mudança do design pela yoga com a minha família foi bem tranqüilo. Eles disseram que queriam me ver feliz. Tive a felicidade de sacar isso muito cedo, pois ainda morava com meus pais e não era um problema enorme. Para finalizar a formação eu tinha que fazer um retiro em Santa Catarina, fui pra lá e conheci pessoas que me deram oportunidade para dar aula particular. Foi no meu mergulho no yoga que eu percebi o quanto eu sempre tive interesse na Índia, pois sempre gostei de tudo da Ásia. Comecei a ver e gostar de filmes de Bollywood e até a estudar hindi, a língua indiana”, completa. Mas foi em um centro cultural há quatro anos, quando Luiz conheceu uma professora de dança de Bollywood, que percebeu que estava realmente se aprofundando na cultura indiana. “Ela me convidou para fazer uma fazer apresentação com o estilo musical de dança indiana contemporânea baseado nas coreografias de filmes e isso me preencheu”, explica o professor, que já se apresentou no programa Eliana e até gravou para a MTV. Luiz Isique não pára, professor da escola My Yoga e da casa Jaya, já foi duas vezes à Índia, Uma delas foi em 2011 onde fez um curso de especialização em yoga no Kaivalya Dhama e depois passou um tempo num Ashram perto de Calcutá. “Fiquei lá como monge, trabalhando e estudando”.

Hoje, Luiz desenvolveu um método de aula chamado Yoga Workout, inspirado em seus estudos de yoga com influências pelo americano Dyllan Werner, professor que mistura a metodologia da yoga com a calistemia, um treinamento funcional sem pesos usando o próprio corpo para trabalhar a musculatura. “Eu gostei, porque trazia uma boa base de fortalecimento muscular. Sempre fui muito magro e depois que comecei a fazer o método fiquei com mais tônus. Comecei a utilizar essas referências reunindo com a prática de vinyasa e da hatha”, explica.

Mas, e pensar fora da caixa? Como é? “A primeira coisa é tentar buscar referências que sejam fora do seu nicho habitual, deixar um pouco de lado dogmas e princípois que foram impostos pela sociedade e família. Assim buscar novas referências fora disso, viajando e conhecendo lugares humildes, pessoas com outras formas de viver e que são felizes. A partir do momento que você começa a praticar qualquer coisa de autoconhecimento, você começa a entender os problemas e aflições dos outros. O ideal é escolher uma prática que quiser dentro do yoga, meditação, dança, arte marcial, filosofia para que você consiga enxergar as coisas num outro ângulo”, entrega. Namastê, Luiz!