No Dia Mundial do Rock, listamos cinco motivos pelos quais o gênero continua forte e relevante hoje (e sempre)


Do vigor das lendas ao sangue novo que circula por festivais e shows pelos país inteiro, lembramos como a influência do estilo musical permanece e imprime sua atitude para além do palcos, até passarelas e telas de cinema

Há exatos 30 anos, Phil Collins subia ao palco do festival Live Aid e desejava que aquele fosse marcado como o Dia Mundial do Rock, dado o line-up poderoso do evento, que contava ainda com Paul McCartney, Elton John, Queen, Rolling Stones, David Bowie, U2 e muitos outros. Hoje, a data é celebrada e, claro, HT não poderia deixar que ela passasse em branco.

Bem, nós aqui resolvemos embarcar na data para homenagearmos o gênero (mais uma vez) e provarmos por a + b que, hoje, o rock continua tão relevante como sempre foi. No máximo, dividindo os holofotes com outras vertentes musicais. Afinal, rock é mais do que uns solos de guitarra, é atitude, movimento cultural que transcende o som, é história de resistência e luta em todo o mundo, com vários representantes de peso por aqui, de Pitty a Los Hermanos. Duvida? Então vem com a gente:

1. Nossos ídolos ainda são os mesmos: como você viu ali em cima, o Dia Mundial do Rock foi criado há exatos 30 anos, tempo suficiente para a roda da fama girar e reabastecer os palcos e festivais com todo um sangue novo que vem desmembrando o rock em seus subgêneros por aqui e por ali. Acontece que grande parte dos ‘originais’ continua em atividade. Os Rolling Stones estão em turnê mundial, enquanto Paul McCartney vem se renovando com pontes entre outros gêneros e o U2, também em turnê, fez uma das parcerias mais inovadora com o iTunes ainda no ano passado. Ou seja, além de respirar novos ares, o rock jamais esqueceu suas raízes – e a força que elas têm.

U2, ainda este ano, na estreia da turnê "iNNOCENCE + eXPERIENCE" (Foto: Reprodução)

U2, ainda este ano, na estreia da turnê “iNNOCENCE + eXPERIENCE” (Foto: Reprodução)

2. Do palco para as telas: a força do movimento rock, suas vertentes e seu impacto cultural são tão importantes que viraram tema de inúmeros documentários. Desde a importância da guitarra em “It Might Get Loud”, à irreverência politizada em “Tropicália”. O mais recente inevitável exemplo é “Kurt Cobain: Montage of Heck”, em cartaz nos cinemas do país, que mostra como foi a vida do maior ídolo grunge de todos os tempos. Claro, o universo rock’n roll também ultrapassou os limites da realidade e já chegou à ficção, como prova do fascínio do público por um mundo cheio de mistérios e mitos. Dentre os destaques, o clássico indie “Quase famosos” (“Almost famous”, de Cameron Crowe, 2000) e o mais recente “Ricki and the flash”, com roteiro de Diablo Cody, que trará Meryl Streep no papel de uma roqueira, com estreia prevista ainda para esse ano.

Trailer de “Kurt Cobain: Montage of Heck”

3. Do palco para as passarelas: no grunge da Saint Laurent Paris, no punk de Giorgio Armani, no universo tão próximo da Cavalera e seus Cavarockers – olha só a Pitty, nossa estrela mais rock’n’roll arrasando de jaqueta Cavalera -, nas prateleiras de lojas de departamento como a Leader e em editoriais de todas as revistas de moda do mundo, a declaração fashion que o rock fez, seja através do xadrez, do DIY, da jaqueta de couro ou da bandana, ainda é vigente e inspira a juventude hoje em dia da mesma forma que fazia há 20, 30 ou 40 anos.

4. Pé na estrada: se o Live Aid era o responsável por unir grandes nomes do rock em 1985, hoje em dia a profusão de festivais (isso sem falar nas turnês solo, que se multiplicaram nas últimas três décadas) que tomou conta do cenário mundial consegue muito bem difundir ainda mais o gênero, mesclando o melhor do novo com os grandes clássicos. Por aqui, o Rock In Rio tentará reviver a magia do Queen, com Adam Lambert nos vocais, além de trazer também Metallica, System of a Down e Slipknot. Isso por que, ainda em abril, o Lollapalooza trouxe Smashing Pumpkins, Interpol, Robert Plant e Jack White no mesmo fim de semana. Para quem achava que muitos desses grupos não passavam de bandas de garagem quando foram lançados, mostrar fôlego décadas depois é motivo para aplausos.

Franz Ferdinand se apresenta no Lollapalooza Brasil (Foto: Vinícius Pereira)

Franz Ferdinand se apresenta no Lollapalooza Brasil (Foto: Vinícius Pereira)

5. O tempo não para: é importante venerar os ícones, mas é essencial abrir espaço para o novo, porque ele sempre vem. E, quando o assunto é rock, não adianta se apegar ao preciosismo de achar que o gênero é imutável e estrito, porque a banda toca por outro caminho. É incrível ver como o som sujo das guitarras conseguiu se fundir ao eletrônico (como o Skrillex fez com o The Doors), ao pop (Fergie com Slash ou Anitta com Arnaldo Antunes) ao hip hop (nada com a icônica apresentação do Imagine Dragons com Kendrick Lamar no Grammy, ou a parceria de Pitty com Emicida)e por aí vai. Isso sem falar nas novas vertentes e gêneros que surgem de maneira espontânea, sabendo abrir espaço no presente sem deixar de reverenciar o passado.


Imagine Dragons apresenta “Radioactive” com Kendrick Lamar no Grammy

Confira abaixo uma galeria de fotos exclusivas clicadas por Vinícius Pereira, com uma seleção dos melhores shows de rock que passaram pelo Brasil nos últimos cinco anos, de Paramore e Hole a Muse, Alice In Chains, Red Hot Chilli Peppers e muito mais:

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