Imagina alguém chegar na sua casa e abrir seu armário para fazer uma limpa nas roupas. Esta é a realidade do programa Desengaveta, do GNT, no qual a produção invade o closet dos famosos sob a liderança da apresentadora Fernanda Paes Leme para tirar o que está sobrando. Devido ao quadro, Fernanda começou a se relacionar mais intensamente com o mundo da moda, que já era uma paixão antiga. “A minha relação com a moda, por conta do programa, ficou bem mais estreita. Gosto muito deste universo, mas não o ligo, necessariamente, ao consumo, porque, para mim, significa arte e criação. Não estou dizendo que sou contra comprar, até porque eu também faço, mas acho que tudo possui o seu peso. É preciso estar atento para a forma que estamos consumindo a moda”, afirmou a apresentadora.
A base do programa é orientar as celebridades a como se vestir com pouca coisa. Muitos participantes acabam se chocando com a quantidade de peças que possuíam no closet e que nunca usaram. “Temos que evitar excessos, porque o planeta vai acabar”, lembrou a atriz. Seguindo esta ideia, o programa do GNT coloca todas as peças excedentes à venda na loja on-line do show após a exibição. Toda a renda é revertida para o INCAvoluntário.
A apresentadora sempre aplicou esta sustentabilidade na sua vida. A atriz organiza o Bazar Fê Paes Leme que já está caminhando para a sexta edição. As peças expostas à venda são doadas por amigos e familiares da musa, sendo que toda a verba arrecadada é revertida para cerca de dez ONGs, como a Adziwa Orphan Care, no Malawi. “Nunca fui muito consumista, no sentido de ver uma tendência e pensar que precisava ter. Sempre questionei muito o que iria comprar, para não fazer algo por impulso. ‘Será que preciso mesmo? Será que invisto nisto?’. Foco muito em peças atemporais. Gosto de comprar produtos em brechós e de garimpar. Os artistas acabam tendo algo a favor que é ter um stylist que produz a roupa para usarmos e depois devolvermos. Isto não deixa de ser um pouco consciente”, concluiu.
Além de comprar peças já usadas, a atriz aposta na reciclagem de materiais. O look que usou no Senai Brasil Fashion, por exemplo, contava com franjas de plástico. “Temos que acreditar na moda sustentável se quisermos continuar vivendo neste planeta”, afirmou. Para ela é importante saber todo o caminho por onde a confecção da roupa passou. É fundamental conhecer o material usado na fabricação e qual foi a mão de obra usada. “Às vezes, nós pagamos mais caro, mas não é por um capricho ou uma vaidade, na verdade é porque estamos apostando em uma marca que produz de forma consciente. As pessoas precisam ser remuneradas. O barato pode sair caro, porque existe uma possibilidade de ter trabalho escravo envolvido”, lembrou.
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