Fábio Bibancos comenta sobre o perigo de níveis elevados de mercúrio em nossa corrente sanguínea. “Mas e aí, devo trocar as minhas restaurações de amálgama por resina?”


Cirurgião-dentista especialista em Odontopediatria, Ortodontia e Mestre em Saúde Coletiva, Dr. Fábio Bibancos explica sobre as formas de restauração dentária. Descubra qual a história das amálgamas e as vantagens de trocá-las por resina ou procelana!

*Por Fábio Bibancos

Quem não tem aquela restauração (as pessoas chamam de obturação, mas o termo técnico correto é restauração) escura no(s) dente(s)?

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Essa restauração escura é feita de amálgama – um material que contém prata, mercúrio e estanho, podendo haver também o zinco e o cobre – e foi o padrão para restaurações dentárias nos últimos 150 anos. Para você ter uma ideia de como ela é antiga, os chineses foram os primeiros povos a utilizar a “pasta de prata” em meados do século VII para preencher dentes quebrados ou cariados.

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A restauração em amálgama foi amplamente utilizada pelos dentistas, mas ela é antiestética; está sujeita a corrosão, implicando em pigmentação indesejável da estrutura dentária e ainda pode pigmentar a estrutura dentária, o que é muito indesejável. Outro fator de restrição é a necessidade de confecção de cavidades retentivas para o amálgama, pois não existe adesão do amálgama ao dente, causando assim desgastes excessivos em estruturas que poderiam ser poupadas.

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Pesquisadores do departamento de Ciência da Saúde Ambiental da Universidade da Geórgia descobriram que ter mais de oito restaurações de amálgama pode contribuir para níveis mais elevados de mercúrio em nossa corrente sanguínea.

Para testar isso, fizeram um estudo envolvendo 14.703 pacientes e compararam quantas restaurações cada indivíduo tinha, com os seus níveis de mercúrio na corrente sanguínea. Eles estavam procurando especificamente metal-mercúrio, que é o tipo mais tóxico.

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No final, eles descobriram que aqueles com oito restaurações tinham 150% mais mercúrio em seu sangue do que aqueles com nenhuma restauração de amálgama. Mas se você tem mais de oito restaurações de amálgama, o risco potencial de efeitos adversos é ainda maior.

Mais pesquisas são necessárias para descobrir exatamente como restaurações de amálgama podem aumentar os níveis de mercúrio na corrente sanguínea, entretanto, é melhor escolher um material de restauração diferente, como a resina ou em alguns casos, as restaurações de porcelana.

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O FDA (FoodandDrugAdministration), semelhante à Anvisa no Brasil, considera as obturações dentárias seguras para adultos, mas informa em seu site que “grávidas e pais com filhos menores de seis anos que estão preocupados com a ausência de dados clínicos a longo prazo sobre as restaurações devem conversar com seu dentista para uma melhor avaliação”.

Mas e aí, devo trocar as minhas restaurações de amálgama por resina?

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Sim! A troca do amálgama pela resina deve ser realizada não só por questões estéticas, mas principalmente para diminuirmos a quantidade de mercúrio, material altamente tóxico, no nosso organismo.

Consulte um dentista para uma avaliação correta do seu caso.

*O artigo da pesquisa: http://news.uga.edu/releases/article/dental-fillings-raise-levels-of-mercury-in-body-uga-study/

*Fábio Bibancos é cirurgião-dentista especialista em Odontopediatria, Ortodontia e Mestre em Saúde Coletiva, formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Com consultório em São Paulo e no Rio de Janeiro, Fábio é autor de “Um sorriso feliz para seu filho” (CLA Editora),  “A Guerra dos Mutans”, “Boca!” e “Sorrisos do Brasil”, além de já ter sido eleito Empreendedor Social 2006 pela Schwab Foundation (ligada ao Fórum Econômico Mundial de Davos) e integrante do Fellow Ashoka (uma rede de empreendedores sociais presente em 65 países). Além de assinar uma coluna semanal neste espaço, está à frente do projeto Turma do Bem, a maior rede de voluntariado especializado do mundo: o dentistas do bem.

Acompanhe aqui as postagens de Fábio Bibancos: https://www.facebook.com/institutobibancos/