*Por João Ker
Com mais de 10 milhões de likes no Facebook, 4 milhões de seguidores no Instagram e outro milhão no Twitter, Anitta consegue a atenção do público quando quer. E foi exatamente isso que aconteceu quando ela avisou que lançaria o videoclipe de “No Meu Talento”, sua parceria com MC Guimê e a sequência do anterior “Ritmo Perfeito” [que você já viu aqui]. Ela merece palmas apenas por ter mantido a promessa da continuação – coisa rara entre as popstars -, mas a produção ainda vai além: ela marca a volta da cantora ao batidão do funk ao lado de um dos maiores nomes do movimento “ostentação”.
Anitta – “No Meu Talento” (Part. MC Guimê)
“Eu queria fazer uma nova roupagem para a música. Como ela tem uma batida forte, pensei no Guimé e, realmente, ficou muito bom”, comenta Anitta, em entrevista exclusiva a HT. Os fãs parecem aprovar: a estreia levou duas tags ao topo dos Trending Topics do Twitter, fez o vídeo circular três vezes no “TVZ” (programa do Multishow onde foi lançado com exclusividade) e já contabiliza mais de 300.000 acessos em menos de 24 horas. Na história, ela volta a dar vida à dançarina do clipe anterior, só que, dessa vez, perde o boy quando este descobre que, na verdade, Anitta é uma espécie de dançarina/stripper que sensualiza no pole dance para engravatados.
No momento, a popstar – que não gosta de (nem deve) ser rotulada como cantora de ‘pop’, de ‘funk’ ou de um ritmo só – está em super ascensão com a sua carreira já meteórica, algo que vem se potencializando desde que mudou seu time de empresários no ano passado. “Esses dois clipes foram gravados em sequência e foi o primeiro trabalho que realizei depois de assumir sozinha o controle total da minha carreira. Participei de todas as etapas desde a pré-produção até a finalização”, ela explica.
Anitta – “Ritmo Perfeito”
Para quem não sabe, Anitta é fã confessa de cinema (basta ver seu Instagram para se ter uma noção) e foi ela quem assinou o roteiro dos dois clipes, com a direção a cargo de Alex Miranda. “Eu amo cinema. Já assisti a tantos filmes que agora já fica difícil escolher novos, então acabo vendo os repetidos mesmo ou esperando novas criações. Me inspirei em parte do filme ‘Closer’ [Mike Nichols, 2004],onde Natalie Portman vira uma stripper, para criar o universo desse novo clipe ‘No meu talento. Também já utilizei como referência o filme ‘Flashdance’ [Adrian Lyne, 1983] em uma das fases do meu clipe ‘Na batida’. Alex Owens [a personagem principal] tem muito a ver comigo. Ela é muito determinada, forte, batalhadora e, ao mesmo tempo, muito simples. Não mede esforços para ir atrás de seus sonhos. Mas também gostaria de interpretar personagens completamente diferentes de mim“, explica a garota de 21 anos que hoje domina os charts e as rádios e, pelo visto, deve entrar nas salas de cinema em breve.
Anitta – “Na Batida”
Para futuras produções, Anitta já tem algumas cartas criativas na manga. “Como eu amo clássicos do cinema, poderia adaptar os filmes ‘Curtindo a vida adoidado’ [“Ferris Bueller’s Day Off”, John Hughes, 1986] ou ‘Construindo uma carreira’ [“Career Opportunities”, Bryan Gordon, 1981] para um clipe bem inusitado e divertido, no caso de uma música pra cima. ‘Show Bar’ [“Coyote Ugly”, David McNelly, 2000] para uma música mais sensual. E também poderia usar o contexto dos filmes ‘Simplesmente uma Mulher’ [“Just Like a Woman”, Rachid Bouchareb, 2012] ou ‘Elizabethtown’ [Cameron Crowe, 2005] em músicas menos agitadas”.
Hoje em dia, Anitta já é uma daquelas artistas plurais que caíram tanto no gosto popular a ponto de comandar multidões e serem figurinhas fáceis em qualquer evento que precise de uma estrela versátil e com carisma. Seu último evento desse porte foi o Carnaval da Bahia, onde ela se apresentou, pela primeira vez, para milhares de pessoas no “Bloco Eu Vou!”: “Foi o dia mais feliz da minha vida. Me senti especial, quebrei mais uma barreira em meu trabalho. Eu amo a Bahia e acho que é porque a energia do povo é muito parecida com a dos cariocas. O axé e o funk têm batidas incríveis, muito envolventes e feitas pelo povo, com letras e arranjos dançantes que não deixam ninguém ficar parado. Acho que por isso deu tão certo essa mistura que fiz no meu bloco. Acredito que isso é o futuro: misturar diferenças, quebrar rótulos, se permitir e se dar o direito de fazer o que quiser. No meu caso, cantar o que quiser”, enfatiza.
Como toda celebridade no centro das atenções, Anitta também é alvo contante de críticas, principalmente em uma era onde o anonimato da internet permite que as pessoas falem o que quiserem sem muitas consequência. A última polêmica envolvendo a artista foi a escolha do seu outfit para o casamento de Fernanda Souza e Thiaguinho: um vestido preto, coladíssimo ao corpo, com uma fenda poderosa nas pernas e um decote inteligente na área dos seios. Pela descrição já dá para imaginar que se trata de um Versace. Mas, o “problema”, de acordo com os internautas, foi o fato de a artista usar uma peça da Riachuelo [lembram da coleção que Donatella assinou para a fast-fashion brasileira?], como se ela estivesse proibida de usar peças “mais acessíveis”, mesmo que estivesse deslumbrante na ocasião.
“Achei um tanto quanto contraditório. Estrelar publicidade para essas lojas representa status, mas vestir na vida real não? Sou uma pessoa de opinião. Não me visto para mostrar ao público quanto eu tenho no banco. Me visto para me sentir maravilhosa. E estava me sentindo assim no dia. Eu tinha outras opções, algumas grifadas e muito caras, mas quis usar o que me senti melhor. Sendo caro ou barato, não me importa. Já usei grife inúmeras vezes (inclusive estava com sandálias e acessórios grifados no dia[a bolsa, por exemplo, era Mugler]), mas também uso roupas até da feirinha se eu achar que me caiu bem”, rebate. E certa está ela. Afinal, desde quando a moda se tornou algo elitista a ponto de os looks precisarem de preço para serem considerados bons? Por mais celebridades como Anitta: que falam o que pensam, fazem o que querem e não têm medo de quebrar as regras convencionais do mimimi.
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