*Por Fábio Bibancos
Acredite se quiser, mas a partir de agora, nossos pacientes poderão armazenar as células-tronco (CTs) do dente, e manter em um banco de células. Nunca sonhei em meu início de carreira como dentista que faria tamanha diferença na saúde futura de meus pacientes. É tão impactante a notícia, que serei o primeiro a utilizá-lo: meu filho precisa remover o siso (o dente do juízo) e vou aproveitar a oportunidade para armazenar CTs! Aí, no futuro, a ideia é utilizar o material para produzir órgãos, como músculos, dentes, pele, cartilagem, tecido nervoso, entre outros. Simplesmente incrível!
Ao longo da vida, órgãos e tecidos vão perdendo sua função – seja por alguma doença ou pelo processo natural de envelhecimento. E é aí que surgiu o interesse pelas CTs. Cientificamente, elas são células que se multiplicam com muita facilidade e podem se transformar nos mais diferentes tipos de tecidos e órgãos.
Quando se iniciaram as pesquisas com as CTs, o principal objetivo era criar em laboratório uma maneira para que as células, quando transplantadas, substituissem aquelas que perderam suas funções básicas. Na década de 1950 foram realizados os primeiros transplantes bem-sucedidos de CTs para o tratamento de doenças do sangue. Desde então, as terapias em pesquisa com células tronco são muito amplas e tem como objetivo garantir tratamentos contra várias doenças e eventualidades inesperadas, como por exemplo, uma queimadura de pele.
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Percebendo o grande potencial do tratamento, começaram a surgir os bancos de preservação das CTs, que realizam a coleta e a criopreservação destas células (as quais são armazenadas em tanques de nitrogênio líquido o tempo que for necessário, a uma temperatura de -196oC). E para garantir um futuro mais tranquilo para os filhos, muitos pais passaram a armazenar o cordão umbilical, na esperança de garantir um “seguro” para a criança.
Porém, muitos não tiveram a oportunidade de congelar as células-tronco do cordão umbilical do seu bebê. Como aconteceu no meu caso. E é aí que entra o dente de leite na jogada. Ele é uma fonte muito rica de células tronco e, ao contrário do cordão umbilical, pode ser recolhido num período maior de tempo, e não apenas na hora do nascimento.
Vale lembrar que as células-tronco do cordão umbilical e do dente são diferentes:
Ah, mas e os adultos? Eu posso usar meu dente do siso? Pode, mas quanto mais cedo for coletado o dente, maior a taxa de sucesso.
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É importante ressaltar que não se deve sair por aí removendo os dentes dos pacientes. É preciso bom senso do profissional e a técnica odontológica adequada. E, antes de tudo, é necessária uma indicação para a extração, como por exemplo, quando há um dente do siso incluso (impactado).
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Moral da história: Em um futuro próximo, seu dentista poderá colocar um “dente de verdade” ao invés de uma prótese. Já pensou nisso? É a tecnologia trabalhando para garantir um futuro saudável para as próximas gerações.
Quer saber como funciona? Envie e-mail para clinica@bibancos.com.br ou mensagem via Facebook: https://www.facebook.com/institutobibancos/
Olha que bacana o vídeo explicativo:
*Fábio Bibancos é cirurgião-dentista especialista em Odontopediatria, Ortodontia e Mestre em Saúde Coletiva, formado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Com consultório em São Paulo e no Rio de Janeiro, Fábio é autor de “Um sorriso feliz para seu filho” (CLA Editora), “A Guerra dos Mutans”, “Boca!” e “Sorrisos do Brasil”, além de já ter sido eleito Empreendedor Social 2006 pela Schwab Foundation (ligada ao Fórum Econômico Mundial de Davos) e integrante do Fellow Ashoka (uma rede de empreendedores sociais presente em 65 países). Além de assinar uma coluna semanal neste espaço, está à frente do projeto Turma do Bem, a maior rede de voluntariado especializado do mundo: o dentistas do bem.
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