Na Arena Banco Original, na noite deste sábado, um coro foi formado. Para o Armazém 3 lotado, Frejat subiu ao palco do festival para entoar pelos quatro cantos do espaço canções que que são verdadeiros clássicos da música brasileira. Seja em “Exagerado, “Por Você” ou “Amor para Recomeçar”, o ex-Barão Vermelho teve a companhia de milhares de vozes em seu show. Além do público animado que garantiu o caráter espetáculo da noite de ontem, Frejat ainda recebeu Maria Gadú no palco como participação especial. A parceria dos cantores foi um encontro de duas gerações da música brasileira e celebrou nossa cultura em grande estilo.
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Antes de subir ao palco, a dupla contou ao HT que havia preparado um repertório que misturava improviso, clássicos e, claro, muito talento. Pelo fato de Maria Gadú estar morando em São Paulo, ela e Frejat não conseguiram ensaiar antes novas músicas para este show. Se isso foi um problema? Claro que não. “Não tivemos a oportunidade e a chance de ela vir de São Paulo para a gente conseguir parar e ensaiar juntos. Então, eu sugeri algumas músicas do meu repertório que ela se identificava e o resultado ficou bem legal”, como foi em “Malandragem”, por exemplo, eternizada na voz de Cássia Eller.
Honrada de estar ao lado de um dos artistas que a influenciaram sua construção musical, Maria Gadú não escondeu a admiração pelo ex-Barão. Em entrevista, a cantora revelou que nos ensaios alternava entre a Gadú artista e a fã. “Eu confesso que fico muito bobona quando estou ao lado dele. Mais cedo, na passagem de som, eu fiquei por alguns segundos prestando atenção no que eu tinha que entender e fazer e por vários outros parada admirando”, disse Maria Gadú. Para Frejat, no palco, as diferenças de geração se isolam em prol de um bem maior: a arte. “O barato, no fundo, é a música. A gente tem esse tipo de comunicação que é maravilhoso, porque muitas vezes iguala os artistas. Às vezes, são duas pessoas de idades, gerações e estilos diferentes mas que, quando se juntam, ficam em harmonia. Eu também já tive a experiência de cantar com quem é referência para mim e o que eu acho é que, no palco, tudo se iguala, porque a música é uma democracia única e maravilhosa”, analisou.
Apesar de gerações, idades e estilos diferentes, como apontou Frejat, ele e Maria Gadú vivem um momento importante e diferente em ambas as carreiras. Enquanto para Frejat é hora de dizer adeus de uma parte de sua história, para a cantora, é tempo de recomeçar. Esta semana, o cantor e guitarrista anunciou sua saída do grupo Barão Vermelho depois de 35 anos de sucesso. Embora marcante e difícil, a decisão, para Frejat, foi algo natural. “Isso para mim já estava decidido desde o ano passado. Então, apesar de estar todo mundo sabendo agora, na minha cabeça já era um fato consolidado. Talvez, por isso, muitas pessoas estejam estranhando o fato de eu estar muito tranquilo em relação a uma questão que é tão pessoal na minha vida. Afinal, me separar de um grupo depois de 35 anos não é tarefa fácil, mas já estava acontecendo há um certo tempo”, contou Frejat que será substituído por Rodrigo Suricato. “Ele é um menino ótimo, super talentoso, bom guitarrista e excelente músico. Mas eu não tive nada com isso. A escolha pelo meu substituto foi do grupo”, avaliou o músico que completou desejando sucesso à nova formação. “Não tem baixo astral nenhum. Só carinho”, completou.
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Já para Maria Gadú, este é um momento de retorno à ativa musical. Como ela definiu, foram quatro anos de hiato fonográfico em que a cantora ficou sem lançar um novo disco e também teve complicações na sua voz por causa do cigarro, um vício antigo na vida de Gadú. Embora tenha feito shows durante esse período, a volta oficial da cantora ao cenário musical brasileiro foi marcado pelo lançamento do seu terceiro álbum, “Guelã”, em 2015. “Esse período foi muito importante, porque eu tive tempo para mudar diversas ideias, e acabei alterando tudo. O meu último disco é completamente diferente sonoramente dos anteriores. Embora todos reflitam a minha personalidade autoral, eu acho que o ‘Guelã’ é o mais solitário”, analisou Maria Gadú que não escondeu a dificuldade quando o assunto foi o sério problema que teve com sua voz. “Eu tive que tomar decisões como parar de fumar e entrar em uma rotina séria de exercícios, porque eu estava muito limitada. Mas, agora, eu estou completamente confortável de novo. Eu acho que esse problema que eu tive foi uma oportunidade para eu aprender a cantar de um jeito novo, já que eu tive que descobrir uma nova forma de usar a minha voz”, contou a artista que, em 2017, já deve entrar em estúdio para a gravação do próximo álbum, que será lançado no ano que vem.
Neste domingo, a programação plural da Arena Banco Original segue intensa. Às 15h, Ana Velloso e seu time completam a trilogia de musicais infantis com o espetáculo “Forró-miudinho”, que conta a história do gênero nordestino para os pequenos. Às 17h, a festa “Pôr do Samba” encerra mais um fim de semana no Armazém 3 com shows de Mart’nália, Péricles e a roda de samba comandada por Thiago Martins. Vem curtir com a gente o domingão de sol!
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