Bastidores: conheça os jovens responsáveis pelo Folia Tropical que em 2017 investiram mais de R$ 6 milhões no Carnaval carioca


Guilherme Barros e Mickael Noah são publicitários, apaixonados pela festa brasileira e responsáveis pelo projeto que pelo quinto ano é destaque entre os camarotes da Sapucaí. Cada um com seu comportamento, os jovens contaram que as diferenças e semelhanças compõem a fórmula de sucesso: “O que facilita muito o nossa trabalho hoje é que a gente se completa”, disse Guilherme

A experiência e o conhecimento de três décadas de Sapucaí se misturam com a energia dos jovens e as novidades da noite carioca em uma combinação que é sucesso inquestionável. Em seu quinto ano de avenida, o Folia Tropical chega ao Carnaval carioca com o entusiasmo e a tradição de ser um dos camarotes mais respeitados da Marquês de Sapucaí. Em 2017, para continuar escrevendo a história do Folia, Guilherme Barros e Mickael Noah precisaram investir cerca de R$ 6,5 milhões no espaço. Os dois jovens, que se posicionam à frente dos negócios, são os nomes que ditam e fazem todo o projeto andar. No entanto, nos bastidores de Guilherme e Mickael, há também uma grande empresa. Na verdade, uma família.

5 anos de @foliatropical e 7 anos de @camarotecandybox ! Vemmmm carnaval!

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Ansiosos como estamos, fomos conhecer quem faz o Folia Tropical ser referência no mercado carnavalesco carioca há tanto tempo. Promovido pelo Grupo Pacífica, o camarote é de fato uma grande família. Apesar de Guilherme Barros e Mickael Noah serem os nomes à frente do Folia e as pessoas que fazem tudo funcionar, há um grande pai por traz disso. Pai no sentido de referência, de inspiração e de exemplo. Newton Mendonça é a fonte de histórias e experiência quando o assunto é Carnaval carioca. Ele, que trabalha há 30 anos com a festa de fevereiro, construiu a carreira fazendo camarotes coorporativos, e hoje, é o segredo por trás dessa super produção. “Para a gente ele é uma referência muito boa, porque não nos permitimos ficar cansados. Ele é um cara que está há 30 anos engajado em uma mesma proposta e sempre de bom humor e com muita energia. Então, nós, jovens, não podemos desanimar”, contou Guilherme Barros sobre a sociedade.

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Mickael Noah, Newton Mendonça e Guilherme Barros (Foto: Reprodução)

Já Newton Mendonça destacou que, mais que experiência, sua carreira no Carnaval do Rio de Janeiro se destaca pelo serviço. Sempre atento e preocupado em proporcionar melhores momentos aos seus clientes e convidados, ele é considerado o telefonista número um da empresa e o principal hostess do Folia Tropical. “O meu barato sempre foi servir, desde criança. Eu sou de uma família enorme e desde pequeno gostava de ajudar meus primos e pegava água e biscoitos para eles. Eu gosto de servir, está no sangue de toda a família”, lembrou Newton que também se destaca pelo poder de persuasão, principalmente na hora de vender ingressos para o camarote. Que, aliás, já está quase 100% esgotado.

Além da experiência e animação do lado paterno, a grande família por trás do Folia Tropical também tem um lado mais doce da mãe de todos. Esta é Agnes Mendonça, que durante todo o ano, é a fonte de carinho e amor do Grupo Pacífica e coordena toda a produção do camarote. “A Agnes é o coração. Dentro de uma empresa familiar, ela traz aquela doçura e um olhar mais carinhoso que é fundamental para tudo isso acontecer. Por isso, a gente faz de tudo para que ela esteja sempre bem, porque é essa energia que ajuda com que tudo flua diariamente”, destacou Guilherme Barros, que apontou mais uma personagem importante desta família/empresa. Combinando a persuasão de Newton com a doçura de Agnes, Tiwana Mendonça é a negociadora do grupo. Como Guilherme nos apresentou, ela, que ainda se dedica a sua outra empresa durante todo o ano, representa a energia e a ajuda fundamental da véspera do Carnaval. “Temos também a Tiwana, que não está no dia a dia da empresa porque fica com o Enzo, o neto xodó da família. Mas todo ano ela sempre dá um super suporte nos três meses que antecedem o Carnaval. A gente brinca porque ela é meiga e tem uma voz muito doce, porém, negociando ela é mais leoa que o pai”, contou.

Guilherme Barros, Agnes Mendonça e Mickael Noah (Foto: Reprodução)

No entanto, os “pais” nos bastidores são apenas uma ferramenta para alavancar o sucesso de seus “filhos”. Guilherme e Mickael, os jovens que estão na ponta do Folia Tropical, são responsáveis por trazer a vitalidade e as novas experiências para o conceito do camarote. Amigos de vida, os dois são formados em publicidade e contaram que a cada ano se especializam mais no assunto. “Nós não saímos da faculdade prontos para gerir um negócio nessas proporções. A cada ano nós ganhamos experiências diferentes que vão acrescentando na nossa função, seja física, emocional ou técnica”, apontou Guilherme sobre o negócio que este ano movimentou mais de seis milhões de reais.

Discretos, Guilherme e Mickael contaram que nunca quiseram se expor como responsáveis pelo Folia Tropical. Eles, que fazem o camarote mais longevo da Sapucaí, disseram que a mudança de opinião em 2017 veio ao lado da vontade de trazer a energia da juventude para o tradicional point do Carnaval. “Uma das razões para a gente estar querendo se expor dessa maneira em 2017 é porque queremos trazer um clima mais jovem para o camarote. Eu e Mickael queremos mostrar que, além de uma empresa que é uma grande e verdadeira família, há dois caras de 30 e poucos anos comandando tudo”, explicou Guilherme que, apesar do atual momento de mudanças, destacou que a  vitalidade sempre fez parte do Folia Tropical e do Grupo Pacífica. “A energia jovem já estava aqui desde o começo. O Folia nasceu de um projeto que tinha a experiência de 30 anos de Sapucaí do Newton com as ideias de quem frequenta a noite do Rio. Eu trouxe algumas sugestões e o Mickael outras, nós nos adequamos e criamos o conceito do Folia Tropical”, lembrou.

E por falar nisso, o Folia é a regido por dois amigos bem diferentes. Enquanto Guilherme Barros é o lado da noite e da agitação, Mickael Noah representa a calma e tranquilidade da sociedade. Combinação perfeita, os amigos e sócios apontaram que as diferenças e semelhanças entre eles podem ser uma das fórmulas do sucesso. “O que facilita muito o nossa trabalho hoje é que a gente se completa. Eu e Mickael temos pensamentos diferentes e perspectivas semelhantes, mas comportamentos muito opostos. Enquanto eu sou a pessoa que sai e vai para a rua, o Mickael é o que fica de casa. Eu sou da noite e da balada, e ele do dia e da praia. Mas isso tudo se complementa e funciona porque lutamos por um mesmo ideal, que é o sucesso e crescimento do Folia Tropical”, explicou Guilherme.

Família/equipe Folia Tropical (Foto: Reprodução)

Para conhecer mais os jovens que escrevem a história do Folia Tropical, a dupla se apresentou de forma completa e super pessoal. Além dos extremos apontados por Guilherme acima, nós complementamos: ele é mais falante e o Mickael mais quieto – já percebemos, né? Enquanto um era um apaixonado pelo Carnaval à distância, o outro já nasceu dentro da Sapucaí e trabalha com a festa há 20 anos. Guilherme Barros explica: “Eu vim de Uberlândia para o Rio para poder estudar, e cheguei antes do Carnaval. Na época, eu fiquei na casa de uma tia minha que morava em Copacabana e morria de medo de sair do próprio bairro. Só que eu era tão fascinado pelo Carnaval, que eu resolvi ir para o Sambódromo ver os carros passando. Então, fiquei lá na Presidente Vargas em uma arquibancada meio improvisada admirando. E hoje, eu vivo todo esse clima há alguns aos já”, lembrou animado.

Já Mickael Noah, é personagem da Sapucaí há duas décadas. Desde a adolescência, o publicitário e sócio do Folia Tropical trabalha com o pai. Quando mais novos, desempenhava funções mais simples e ajudava no funcionamento dos ambientes corporativos. Hoje, é responsável por toda a parte de estratégia e marketing do grupo/família e leva todo o seu expertise para o Folia Tropical. Entre tantas lembranças que compõem a vida carnavalesca de Mickael, o sócio destacou um dia que se repete a cada ano. Na terça-feira de Carnaval, o Folia Tropical recebe cerca de 500 crianças de abrigos e com necessidades especiais para assistir ao desfile das escolas de samba mirins. A iniciativa, batizada de “Amigos do Ton”, é um projeto que homenageia o irmão de Mickael, Ton, que tem necessidades especiais. “Esse é sempre o dia mais emocionante do meu Carnaval. Na terça-feira, nós já estamos acabados e sem nada de energia. O Carnaval como um todo é bem estressante e tem todo um investimento gigantesco por trás. Mas é um dia que eu chego lá e tenho uma sensação indescritível”, contou emocionado.

O projeto “Amigos do Ton” é em homenagem ao irmão de Mickael, Ton (Foto: Reprodução)

A emoção também é o elemento que marca as lembranças de Guilherme Barros. Em todos os seus dias de Sapucaí, o jovem contou que coleciona casos engraçados, tensos e inusitados dentro do Folia Tropical. “Entre tantas histórias, algumas me marcaram muito, principalmente as mais emotivas. Nesses anos de Folia Tropical e Candybox – festa que rola na sexta-feira e inaugura o espaço – nós temos alguns casais que se conheceram lá, começaram a namorar e hoje estão casados. Nós ficamos sabendo também de famílias que comemoram as bodas dos pais no Carnaval. Outro momento muito marcante foi quando eu vi a Maria Bethânia usando chinelo pela primeira vez. Mas, todo ano, tem um momento de expectativa muito grande para ver a fantasia da Sabrina Sato e da Viviane Araújo. Sem querer criar polêmica com as outras rainhas de bateria, mas eu sempre saio correndo para ver as duas”, disse aos risos.

O fato é que, cada um com seu jeito e personalidade, o Folia Tropical é o resultado da energia e vontade de dois jovens. Engajados com o camarote durante todo o ano – sim, o Carnaval para eles não se restringe apenas a fevereiro –, Guilherme Barros, Mickael Noah, com a família do Grupo Pacífica nos bastidores, se destacam no mercado da folia carioca por serem jovens com um investimento tão grande por trás. Cientes de toda a responsabilidade do trabalho, Guilherme e Mickael ressaltaram a importância do background que possuem. Apesar de muitos acreditarem que família e negócios não podem ocupar um mesmo ambiente, a dupla prova que este pode ser, sim, um resultado incrível. “Nem todo mundo vê com bons olhos uma empresa familiar. Mas nós somos um exemplo que deu certo. Nossos negócios são rentáveis, os problemas da família ficam lá fora e todos trabalham juntos o tempo todo de forma unida e parceira”, relatou Guilherme Barros.