Paulo Vieira estreia como apresentador e fala sobre BBB: “A princípio, não. Mas todo mundo tem um preço”


O humorista celebra o comando do ‘Rolling Kitchen Brasil’, no GNT, e fala sobre a experiência. Além disso, avalia a construção da carreira e fala do desejo de imprimir sua assinatura nos trabalhos nas TV. Ele também virou assunto recentemente, quando em um vídeo publicado no Instagram, Boninho fez questão de negar a participação de Paulo e da apresentadora Ellen Roche no BBB22, diante de especulações. Segundo o diretor, o trabalho de montagem do elenco ainda não está sendo feito. E, afinal, Paulo revela se participaria ou não deste reality: “Quem disse que não fui chamado? (risos) Não, não fui. Mas isso é muito relativo. Todo mundo tem um preço e a Globo é muito rica, por isso eu nunca digo que não vou para o Big Brother. A princípio, é não. Porque não me vejo naquela realidade, acho que não me sairia bem. Mas, como eu disse, todo mundo tem um preço e a Globo é muito rica, não vamos nos fechar para nenhum negócio (risos)’

Paulo Vieira estreia como apresentador e fala sobre BBB: "A princípio, não. Mas todo mundo tem um preço"

*Por Brunna Condini

Paulo Vieira é só alegria com sua estreia como apresentador no reality culinário Rolling Kitchen Brasil na última quinta-feira (21), no GNT. Na atração, uma produção da Endemol Shine Brasil, dois casais famosos disputam quem cozinha o melhor prato do dia em uma hora de prova. O comediante recebeu no primeiro programa os amigos Fábio Porchat e Nataly Mega enfrentando Tiago Abravanel e o marido Fernando Poli. “Quando encontro o Fábio em grandes momentos da minha vida sempre passa um ‘filme’. Ele acompanhou minha carreira desde o início, quando eu fazia teatro no Tocantins até a minha chegada à São Paulo e minha entrada na televisão. Depois o programa dele, a minha entrada na Globo, e, agora, a minha estreia como apresentador solo”, lembra Paulo. “Nesse ‘filme’ passa que estou no caminho certo, que tenho trabalhado duro e que isso, vez ou outra, dá sinais que está surtindo o efeito que desejo. É aquela história: ‘água mole em pedra dura, tanto bate até que fura’. Momentos como esse passam um ‘filme’ dizendo: “Olha, não ‘furou’ ainda, mas você está no caminho. Já tem um ‘furinho’, vai dar certo”.

Ele também virou assunto recentemente, quando em um vídeo publicado no Instagram, Boninho fez questão de negar a participação de Paulo e da apresentadora Ellen Roche no BBB22, diante de especulações. Segundo o diretor do BBB, o trabalho de montagem do elenco ainda não está sendo feito. Mas se Paulo fosse chamado, ficaria na dúvida, toparia? “Quem disse que não fui chamado? (risos) Não, não fui. Mas isso é muito relativo. Todo mundo tem um preço e a Globo é muito rica, por isso eu nunca digo que não vou para o Big Brother. A princípio, é não. Porque não me vejo naquela realidade, acho que não me sairia bem. Mas como eu disse, todo mundo tem um preço e a Globo é muito rica, não vamos nos fechar para nenhum negócio (risos).

Fábio Porchat e Nataly Mega, Paulo, Tiago Abravanel e o marido Fernando Poli: "Fiquei feliz que as pessoas tenham se divertido assistindo. É feito pra isso, pra alegrar as pessoas na quinta-feira a noite. Cumprimos o propósito” (Reprodução)

Fábio Porchat e Nataly Mega, Paulo, Tiago Abravanel e o marido Fernando Poli: “Fiquei feliz que as pessoas tenham se divertido assistindo. É feito pra isso, pra alegrar as pessoas na quinta-feira a noite. Cumprimos o propósito” (Reprodução)

O trabalho no reality do GNT atraiu Paulo pela possibilidade de imprimir sua assinatura. “Quero conquistar um lugar de credibilidade e respeito com o meu trabalho. Que me permita fazer as minhas produções autorais e estou na TV para isso. Por isso me dedico tanto ao meu trabalho e levo tão a sério tudo o que faço”. E celebra: “Em pouco tempo de programa já éramos um dos assuntos mais comentados da internet. E passamos boa parte do primeiro episódio como o mais comentado. Com comentários bons, críticas bacanas. Mais do que a repercussão, fiquei feliz que as pessoas tenham se divertido assistindo. É feito pra isso, pra alegrar as pessoas na quinta-feira à noite. Cumprimos o propósito”.

"Sou esse cara, na minha própria vida. Venho do stand-up. Vejo defeito em tudo, não costumo esconder erros, pelo contrário, valorizo erros e tiro deles comédia” (Divulgação)

“Sou esse cara, na minha própria vida. Venho do stand-up. Vejo defeito em tudo, não costumo esconder erros, pelo contrário, valorizo erros e tiro deles comédia” (Divulgação)

E divide uma curiosidade dos bastidores da nova atração: “Talvez algo que a gente não vá ver no programa, é que a galera cortava muita a mão. Tanto que, no segundo dia de gravações, precisamos que os bombeiros dessem um mini curso de como usar facas (risos). Sério, cortavam muito. E queremos que as pessoas vão ao programa, e que a gente não fique conhecidos como o lugar onde as pessoas se machucam, não é?”.

Você já disse que o apresentador de um reality não pode ser tão debochado…por quê? “Não é uma questão de não poder exatamente, é uma questão de perfil. Quando falei isso, foi pensando no Big Brother. Acho que determinados realities precisam de um apresentador que tenha credibilidade para dizer que aquilo ali faz um sentido. Que faça cumprir regras, tenha uma voz de autoridade e que dê tanto para o público de casa como para os participantes a certeza de que aquilo é muito importante e muito sério. Então, se fosse apresentar um programa desses, à minha maneira, ia ficar tirando onda com as dinâmicas, participantes, com a mecânica. Sou esse cara, na minha própria vida. Venho do stand-up. Vejo defeito em tudo, não costumo esconder erros, pelo contrário, valorizo erros e tiro deles a comédia”.

"Exerço minha profissão para ter um raio x do ser humano, da sociedade. Para ter um ofício que seja propositivo, e não para ter um trabalho que não faz do mundo um lugar melhor. Mas isso sou eu" (Divulgação)

“Exerço minha profissão para ter um raio x do ser humano, da sociedade. Para ter um ofício que seja propositivo, e não para ter um trabalho que não faz do mundo um lugar melhor. Mas isso sou eu” (Divulgação)

Sem polêmica

Recentemente o pedido de Luciano Huck por histórias inusitadas para um novo quadro no ‘Domingão‘ gerou burburinho na internet, já que o formato é similar ao do programa de Fábio Porchat no GNT, o ‘Que História é Essa, Porchat?’. Na ocasião, Paulo Vieira respondeu ao pedido com uma animação do amigo Porchat, o que também gerou repercussão. “Achei o pedido do Luciano Huck normal. A televisão vive de histórias. Ninguém patenteou contar histórias na TV. Isso é a base do nosso entretenimento. Até brinquei lá no Twitter com um gif do Fábio, mas era muito mais a zoeira em cima do Fábio do que do Luciano. Porque comparando os programas, o Huck, o ‘Domingão’ tem muito mais condição de trazer gente de qualquer lugar do país para contar histórias, tem mais dinheiro, alcance. Então, era muito mais sobre isso do que qualquer outra possibilidade”.

Por um mundo melhor

Aos 28 anos, Paulo começou no teatro aos 12 e, desde então, busca sempre estar ligado às referências e raízes. Tendo o humor como ofício e instrumento de reflexão, ele analisa: “Dá para fazer humor de tudo, a questão é: eu quero ser essa pessoa? Não. Então, o meu humor tem um discurso que representa aquilo que eu acredito. Humor é que nem radiação: dosado, você faz um bom ‘raio x’ do ser humano. Se você exagera, não sabe trabalhar aquilo ali, pode matar”, observa. “Exerço minha profissão para ter um ‘raio x’ do ser humano e da sociedade. Para ter um trabalho que seja propositivo, e não para ter um trabalho que não faz do mundo um lugar melhor. Mas isso sou eu. Também acho que a arte não ‘tem que ser’ nada. Então, não aponto dedos dizendo que alguém que não faz isso ou aquilo, não deveria existir ou algo parecido. Sei de mim e busco essa coerência”.

"Acho que a arte não 'tem que ser' nada. Então, não aponto dedos dizendo que quem não faz isso ou aquilo, não deveria existir ou coisa parecida. Sei de mim e busco essa coerência no meu trabalho” (Divulgação)

“Acho que a arte não ‘tem que ser’ nada. Então, não aponto dedos dizendo que quem não faz isso ou aquilo, não deveria existir ou algo parecido. Sei de mim e busco essa coerência no meu trabalho” (Divulgação)

O que não tem a menor graça no Brasil? “O comediante hoje no Brasil precisa ser uma espécie de alquimista, milagreiro, de transformar esse país sem graça nenhuma em algo risível, para suportarmos essa realidade”. E lamenta: “A nossa falta de educação não tem a menor graça. Temos uma educação que nos afasta daquilo que somos enquanto país, não valorizamos nossa cultura, que é o que nos mantém de pé enquanto nação. Nosso país não se compreende, portanto tem uma ‘bússola’ desregulada, fica sem caminho. E é por ter a ‘bússula’ desregulada que o Brasil entrou nesse governo que estamos. É a gente que não se entende como nação, buscando algo no meio do escuro. O Bolsonaro é um pouco isso, é o ‘suco’ da nossa falta de educação espremida na urna”.

"É por ter a ‘bússula desregulada’ que o Brasil entrou nesse governo que estamos. É a gente que não se entende como nação, buscando qualquer coisa no meio do escuro" (Divulgação)

“O comediante hoje no Brasil precisa ser uma espécie de alquimista, milagreiro, de transformar esse país sem graça nenhuma em algo risível, para suportarmos essa realidade” (Divulgação)

Se não fizesse humor, faria…“Com certeza seria o que sou: inquieto. Tenho muitos interesses. Poderia ser compositor, e componho, vou lançar um EP ano que vem. Poderia ser escritor, mas escrevo. Vou lançar um livro em 2022 pela HaperCollins e tenho um contrato para mais dois. Poderia ser empresário e sou. Tenho uma agência de viagens no Jalapão em que investimos parte do dinheiro em educação na região. Tenho uma empresa de shows, de tecnologia. Além de ser ator, apresentador, já tenho outros interesses, então não sei mesmo. Ah, gosto de artes plásticas e é algo que ainda não sei fazer, não investi”.

"Se não fizesse humor com certeza seria o que sou, inquieto. Faço muitas coisas diferentes, tenho muitos interesses" (Divulgação)

“Poderia ser compositor, e componho, vou lançar um EP ano que vem. Poderia ser escritor, mas escrevo. Vou lançar um livro em 2022 pela HaperCollins” (Divulgação)