“Pacarrete” ganha oito Kikitos e é o grande vencedor do 47º Festival de Cinema de Gramado


Além do comemoradíssimo Kikito de melhor atriz para Marcélia Cartaxo, a produção cearense “Pacarrete” levou ainda melhor filme do júri oficial e popular, melhor direção para Allan Deberton, melhor roteiro, melhor ator e atriz coadjuvantes e melhor desenho de som

Melhor Filme (Longa-metragem brasileiro): “Pacarrete”, de Allan Deberton ( Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto)

Depois de ser aplaudido de pé e ovacionado na sessão de terça-feira, o longa brasileiro “Pacarrete” ganhou oito Kikitos e arrebatou o 47º Festival de Cinema de Gramado. O costa-riquenho “El Despertar de Las Hormigas” foi o melhor filme entre os longas estrangeiros e a animação “Apneia” foi o melhor curta-metragem brasileiro. Estreando na mostra competitiva, a categoria de longas gaúchos premiou “Raia 4” como melhor filme.

Marcélia Cartaxo, melhor atriz no longa brasileiro “Pacarrete” ( Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto)

Além do comemoradíssimo Kikito de melhor atriz para Marcélia Cartaxo, a produção cearense “Pacarrete” levou ainda melhor filme do júri oficial e popular, melhor direção para Allan Deberton, melhor roteiro, melhor ator e atriz coadjuvantes e melhor desenho de som. “Veneza”, de Miguel Falabella, e “O Homem Cordial”, de Iberê Carvalho, conquistaram dois prêmios cada.

Empate: O prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante foi para Carol Castro, por “Veneza”, e Soia Lira, que atuou em “Pacarrete” (Foto: Edison Vara/Agência Pressphoto)

Já entre os longas estrangeiros, a escolha do júri premiou cinco filmes diferentes em seis categorias oficiais. “En El Pozo”, produção uruguaia dos irmãos Bernardo e Rafael Antonacceo foi contemplado com dois Kikitos: melhor roteiro e melhor direção. Além de melhor filme, “El Despertar de Las Hormigas” também levou menção honrosa para as meninas Isabella Moscoso e Avril Alpizar por suas excelentes atuações.

Entre os curta-metragens brasileiros, os Kikitos foram distribuídos para 11 produções diferentes. Animações, documentários e trabalhos experimentais foram contemplados pelo júri.

A edição 2019 do Festival de Cinema de Gramado foi marcada pela força do audiovisual brasileiro demonstrada pela qualidade dos concorrentes e pela união dos participantes em defesa do setor. O Palácio dos Festivais foi palco de protestos e manifestações de resistência que culminou na Carta de Gramado, assinada por 63 entidades. Nela destacou-se a importância do cinema para a cultura e autoestima de um país, assim como sua relevância na economia nacional. “Nossa cadeia produtiva é dinâmica e movimenta mais de R$ 25 milhões por ano, representando 0.46 do PIB brasileiro. Tem uma taxa de crescimento de 8.8 ao ano e é responsável por mais 330 mil empregos. Garantir o audiovisual fortalecido e livre é fundamental para a soberania nacional”, diz um trecho.

Foram distribuídos 15 prêmios para a categoria Longas-metragens Brasileiros, 10 para os Longas Estrangeiros, 15 para os Curtas Brasileiros e um para a categoria Longas-metragens Gaúchos.

Ao todo foram distribuídos R$ 285 mil em dinheiro, além dos prêmios Edina Fujii CiaRio/ Naymar (R$ 48 mil) e Tecna PUC-RS (R$ 30 mil).

Nova curadoria
Durante a cerimônia de premiação deste sábado, Edson Néspolo, presidente da Gramadotur, autarquia municipal responsável pelo evento, anunciou a nova curadoria do festival para 2019. Além de renovar a parceria com o jornalista Marcos Santuario, Pedro Bial e Soledad Villamil passam a integrar o curadoria.

Vencedores do 47º Festival de Cinema de Gramado

Longas Brasileiros
Melhor Filme: “Pacarrete”, de Allan Deberton
Melhor Direção: Allan Deberton, “Pacarrete”
Melhor Ator: Paulo Miklos, em “O Homem Cordial”
Melhor Atriz: Marcélia Cartaxo, em “Pacarrete”
Melhor Roteiro: Allan Deberton, André Araújo, Natália Maia e Samuel Brasileiro, por “Pacarrete”
Melhor Fotografia: Edu Rabin, por “Raia 4”
Melhor Montagem: Joana Collier e Fernanda Krumel, por “Hebe”
Melhor Trilha Musical: Sascha Kratzer, por “O Homem Cordial”
Melhor Direção de Arte: Tulé Peake, por “Veneza”
Melhor Atriz Coadjuvante: Carol Castro, em “Veneza” e Soia Lira, em “Pacarrete”
Melhor Ator Coadjuvante: João Miguel, em “Pacarrete”
Melhor Desenho de Som: Rodrigo Ferrante e Cauê Custódio, por “Pacarrete”
Prêmio especial do Júri: “30 Anos Blues”
Júri da Crítica: “Raia 4”, de Emiliano Cunha
Melhor filme do Júri Popular: “Pacarrete”, de Allan Deberton

 Longas estrangeiros

Melhor Filme: “El Despertar de Las Hormigas”, de Antonella Sudasassi Furnis
Melhor Direção: Juan Cáceres, por “Perro Bomba”
Melhor Ator: Fernando Arze, em “Muralla”
Melhor Atriz: Julieta Díaz, “La forma de las horas”
Melhor Roteiro: Bernardo e Rafael Antonaccio, por “En el Pozo”
Melhor Fotografia: Rafael Antonaccio, por “En el Pozo”
Prêmio especial do júri: para as meninas Isabella Moscoso e Avril Alpizar do filme “El despertar de las hormigas’, por suas excelentes atuações.
Menção Honrosa: para a direção de arte de “Dos Fridas”
Júri da Crítica: “El Despertar de Las Hormigas”, de Antonella Sudasassi Furnis
Melhor filme Júri Popular: “Perro Bomba”, de Juan Cáceres

Longas Gaúchos
Melhor filme: Raia 4, de Emiliano Cunha

Curtas Brasileiros
Melhor Filme: “Apneia”, de Carol Sakura e Walkir Fernandes
Melhor Direção: Diogo Leite, por “O Menino Pássaro”
Melhor Ator: Rômulo Braga, em “Marie”
Melhor Atriz: Cassia Damasceno, em “Mulher que Sou”
Melhor Roteiro: Renata Diniz, por “O Véu de Armani”
Melhor Fotografia: Sebastian Cantillo, por “A Ética das Hienas”
Melhor Montagem: Daniel Sena e Thiago Foresti, por “Invasão Espacial”
Melhor Trilha Musical: Carlos Gomes, em “Teoria Sobre Um Planeta Estranho”
Melhor Direção de Arte: Gutor BR, por “Sangro”
Melhor Desenho de Som: Gustavo Soesi, “Um Tempo Só”
Prêmio especial do júri: para as atrizes Divina Valéria e Wallie Ruy, em “Marie”, por nos permitirem vivenciar deslocamentos corporais inesperados e por imaginarem um futuro travesti num país que mais mata trans no mundo.
Júri da Crítica: “Marie”, de Leo Tabosa
Melhor Filme Júri Popular: “Teoria Sobre Um Planeta Estranho”, de Marco Antônio Pereira
Menção Honrosa: a Ester Amanda Schafe, de “A Pedra”, pela vigorosa interpretação e pelo talento promissor que revela.
Prêmio Aquisição Canal Brasil: “Marie”, de Leo Tabosa