No ar como Pôncio Pilatos, o italiano Nicola Siri completa 16 anos de carreira no Brasil


Entusiasta das artes e com uma longa experiência em televisão, teatro e cinema, o ator contou ao site HT sobre novos desafios, papeis antigos e suas opiniões sobre tolerância e cultura no país

De Padre Pedro a Pôncio Pilatos, há uma grande trajetória entre os dois papeis. Nicola Siri, o “eterno Padre Pedro”, de Mulheres Apaixonadas, em dezembro comemora 16 anos de atuação no Brasil. O ator vive Pôncio Pilatos em “Jesus”, nova trama da Record, contando com mais um papel forte para sua lista de experiência em televisão, teatro e cinema. Nicola, de família brasileira e italiana, deixou Gênova para morar no Brasil e hoje já tem sua própria família no país, esposa e filhos.

Depois da notoriedade na novela Mulheres Apaixonadas, muitos papeis e experiências vieram juntos, como ele conta ao site HT. Atualmente, o ator vive a experiência imersiva de pesquisar sobre a história de Jesus.  “É uma grande joia poder fazer Pôncio, vivendo o papel com a Larissa Maciel, esposa do personagem. A gente está sempre tentando aprofundar mais, explorar mais cada papel. Eu tenho estudado muito, inclusive o momento histórico, assisti a filmes, li livros. Esse é o caminho para desenvolver o personagem”, conta Nicola.

Foto: Rodrigo Lopes

Mesmo vivendo outros papeis o ator ainda é celebrado pelo Padre Pedro. “Tenho muitas saudades da novela! Tenho gratidão eterna por toda essa equipe, pela Lavinia Vlasak pelo papel, sempre que nos encontramos lembramos a época das gravações. Ainda temos uma química muito grande em cena. Sou muito abordado por esse papel ainda, inclusive pelos meus amigos. Chico Buarque me chama de ‘eterno Padre Pedro’”, comenta rindo.

O ator italiano também se mostra, depois de quase 16 anos, muito apaixonado pela profissão e ri quando toca no assunto. “Cada personagem é diferente e causa um frio na barriga, uma empolgação. Eu amo meu trabalho! Quando eu tinha uns 6 anos, me perguntavam o que eu queria ser e sempre falei jogador de futebol e ator. Mas acabei crescendo e me formei em odontologia. Com 16, 17 anos eu já atuava em curtas de um grande amigo meu, mas era um hobby. Eu estudava teatro e atuação, saía mais cedo das aulas da faculdade só para assistir peças e estudar.

Foto: Rodrigo Lopes

O ator que começou no teatro quando morava na Europa, hoje não se vê sem novelas, principalmente pela experiência autoral de trabalhar um personagem durante 8 ou 9 meses e aprender como ele interage com filhos, amigos, esposa, amante, rivais, em situações mais variadas. Em sua lista de papeis, constam as novelas “Os ricos também choram”, do SBT, “Belíssima”, “Império” e “Totalmente Demais”, na TV Globo, e “Vidas opostas”, “Amor e intrigas”, “Poder Paralelo” e “Máscaras”, na Record. Também atuou nos seriados “Santo Forte”, “Magnifica 70”, “Sem Volta” e “Chuteira preta”, que estreia em breve pela PrimeBoxBrasil. No teatro, protagonizou “Uma última cena para Lorca”, “Herói” e “Cenas de um Casamento” de Bergman. Além, também, das passagens pelo cinema.

Entusiasta das artes no Brasil, Nicola Siri vê a onda de desvalorização no país. “Existe pouquíssimo apoio às artes, é uma onda nefasta. Arte é cultura, é essencial e fundamental. Arte e cultura também são escolas, faz parte da sociedade civil, do crescimento e do aprendizado. Ensina muito também sobre tolerância, como casamento entre gays e seus direitos, por exemplo. Qual diferença faz na sua vida se eles se casam? Não tem motivo para ser intolerante, precisamos prestar atenção às pessoas, compreender suas histórias, abraçá-las”, defende Nicola.