A segunda temporada de 3% já está disponível na Netflix trazendo para o mundo um elenco de recheado de artistas brasileiros. A série conta a história futurista de um mundo que está chegando ao limite devido à escassez de recursos. Somente uma parte pequena de terra é fértil, chamada Maralto, e nela vivem pessoas que foram rigorosamente selecionadas para viver naquela sociedade, a partir de um processo seletivo que acontece todos os anos na parte pobre. Entre o time de atores nacionais, está Bruno Bellarmino que interpreta o grande vilão do continente. O rapaz é o chefe da polícia do lado pobre e possui o aval dos grandes lideres do Maralto para fazer o que quiser. Na ausência total de um estado, ele assume o poder. “Ele é a figura total de um miliciano, porque trabalha para o estado, mas é um bandido. Isto é muito interessante neste papel, porque mesmo sendo uma história fictícia, trata-se de um enredo real. Na trama, as pessoas lutam para conquistar um pedaço rico do mundo em vez de derrubar o miliciano e tentar resolver os problemas do seu território, fazendo do local onde mora um mundo melhor”, lamentou o ator.
Esta trama faz parte do gênero de fantasia ao retratar uma sociedade do futuro. Apesar de ser inteiramente feita por brasileiros, é um tema pouco reproduzido no cinema nacional. “Acho legal ter séries com assuntos muito diferentes no mercado para aumentar a diversidade. É importante trazer conteúdos ousados. A série fez muito sucesso nos Estados Unidos, porque era um produto diferente feito aqui. Muitas vezes o nosso mercado nacional é um pouco conservador, mas no exterior este conteúdo está sendo muito valorizado. Não dá para manter a mesma forma de sempre, temos que quebrar paradigmas”, comentou. De acordo com o próprio, está sendo muito importante contar uma história diferente.
3% não é o único trabalho do ator que estreou este ano. Ele está em mais outras quatro séries sendo duas de canais estrangeiros. O convite para participar destes programas com papéis super bacanas é apenas umas prova para Bruno de que as coisas estão dando certo. “Fico muito feliz pelo reconhecimento porque é fruto de muito esforço e uma dedicação diária. Estar nestes projetos é uma constatação do meu trabalho e isto só me faz ficar mais esperançoso para que apareça outros tão bons quanto. Estou em uma fase muito boa da minha carreira. Acho que agora os diretores vão começar a me notar mais”, comemorou.
O ator interpreta um personagem histórico em Rio Heroes, da FOX PREMIUM. A trama fala sobre um evento dos anos 90, idealizado pelo lutador de jiu-jitsu Jorge Pereira, que acabou dando início ao MMA. Ele teve uma ideia de pegar as lutas e filmá-las para colocar na internet. Aqui no Brasil apostas do gênero não são permitidas, então ele e americanos, por exemplo, conseguiram burlar as leis. Bruno Bellarmino faz o Jair Cabeçada, um homem de origem humilde que não teve muita instrução, mas tinha muita força de vontade e viu na luta uma possibilidade de ascensão. “Estas pessoas ganhavam muito dinheiro e, inclusive, o rapaz que inspirou o meu personagem. Na época, ele contou que ganhava por noite cinco mil reais. Imagina uma pessoa que era pedreiro, mas recebia 20 mil no final de semana. Era uma espécie de loteria para os jovens. Eu não faria, mas não posso julgar um cara que queria crescer na vida daquela forma. Quem sou eu para condenar alguém que quer dar uma felicidade para os seus familiares sem prejudicar ninguém. Eles eram guerreiros mesmo”, considerou. Devido ao sucesso da primeira, já foi confirmada a segunda temporada de Rio Heroes. “Vou participar de novo e, inclusive, o meu personagem bombou na internet. Pelo o que li, as pessoas falavam que ele tinha um olhar vivo e este feedback me deixou muito feliz”, informou.
De lutador a topógrafo, Bruno também aparece na nova série do History Channel, Mil Dias: A Saga da Construção de Brasília, que fala sobre os primórdios da nova capital. Dessa vez, faz um rapaz que levava uma vida simples no Rio de Janeiro, mas vê a construção da capital uma chance para se reerguer. A partir disso, se lança no projeto de Juscelino Kubitschek para tentar a sua felicidade. “Os meus personagens sempre se confundem muito com a minha vida, porque sempre acabam falando sobre algo que estou vivenciando naquela hora. Quando viajei para Brasília tive uma sensação muito parecida com a dele, porque apesar do lugar já ter sido construído há uma ideia de recomeço. Fiquei pensando como aquele rapaz deixou toda a civilização para trás na busca de um ideial”, explicou.
Apesar de estar sendo chamado para atuar em canais estrangeiros como a FOX e o History Channel, até o momento, ele não teve de fato um convite para trabalhar no exterior. No entanto, é possível que este cenário mude rapidamente, afinal, até elogios já recebeu. “Quando estava filmando Supermax, um produtor norte-americano, que não me recordo o nome, mas que fez Breaking Bad me pediu para enviar um material em inglês para uma série americana. No entanto, na época não estava tão bem neste idioma. Acabei dando mole. Mas fiquei muito feliz porque ele disse que eu era diferente de outros atores no sentido de ter uma força no olhar”, comemorou.
Além do universo estrangeiro, o ator também está trabalhando muito em projetos de canais nacionais como é o caso de Natureza Morta, do Cine Brasil TV. Na trama, ele interpreta Mauro Pitibú, um policial civil de São Paulo que está investigando uma série de assassinatos envolvendo mulheres, jovens e modelos. “Cheguei a visitar a Polícia Civil de São Paulo e quando estava lá um grupo de policiais me convidou para participar da captura de um preso. Este cara teria mandado matar um sujeito em Osasco. Na viatura, estava eu, com colete à prova de balas, e outros três policiais com munição. A sirene estava ligada e fomo cortando todos os sinais, foi muito interessante porque consegui entrar no clima de perseguição. Quando chegamos ao lugar, eles me mandaram ficar no carro e eu fiquei bem preocupado nesta hora. Não aconteceu nada demais, mas era muito doido por estar conhecendo um homem de negócios que tinha mandado matar alguém. Eu tinha que, durante as gravações, manter aquela percepção e tensão de que estava ao lado de uma assassino”, contou. Na trama, o seu par romântico é a atriz global Nanda Costa, com quem interpretou cenas quentes de sexo e nudez.
Ele também faz uma participação em Carcereiros da TV Globo. Na trama, ele interpreta um mestre de jiu-jitsu que possui problemas com outro profissional do ramo. “Os produtores de elenco dizem que sou um ator de personalidades muito marcantes para fazer personagens fortes e dramáticos, que exigem muito do ser humano para expor sentimentos. É difícil a gente transmitir o nosso pensamento através de um olhar, por exemplo. Quero que as pessoas se assemelhem aos meus papéis pela proximidade dos sentimentos humanos. Como artista, não quero ser famoso. Pretendo que os meus personagens se destaquem muito mais do que eu”, confessou.
O ator sempre busca avaliar a repercussão de seus papéis através das redes sociais. Ele contou que tem até contas falsas para checar o que o povo está falando. “Fico muito feliz para saber a opinião dos outros e por causa disso crio até mesmo fakes para poder saber o que estão comentando , porque se eu colocar a minha cara fico com receio de falarem alguma coisa para agradar. Por este motivo, prefiro saber o que está tocando o público e sempre vejo comentários dizendo que sou ator de personagens densos. Isto é muito bom para mim”, contou. Neste meio, ele afirmou que não recebe muitos comentários negativos de haters, mas quando acontece faz questão de responder à altura com o próprio perfil. “Quero que eles percebam que existe uma pessoa real. Opinião é uma coisa, mas ser grosseiro é falta de educação. Isto faz os internautas pararem. Teve uma vez que fiquei tão triste com um comentário e quando respondi o rapaz ficou sem jeito e hoje virou até fã”, relembrou. E tem como não ser fã?
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