*Por Brunna Condini
Atravessando uma pandemia e o necessário isolamento, as relações humanas acabam sendo vistas com novos olhares: carência, saudade, medo, super convivência…ficamos mergulhados em um mar de sensações e sentimentos. E quando no meio disso tudo, o amor é posto à prova? Durante a quarentena os casais também têm experimentado um cotidiano diferente e foi esse universo tão íntimo que inspirou Jorge Furtado -a criar a série ‘Amor e Sorte’, que tem previsão de estreia em 8 de setembro, na TV Globo.
A produção, tem quatro episódios independentes, três deles com direção artística de Patricia Pedrosa, que assinou também a direção artística de ‘Cine Holliúdy’, ‘Shippados’ e ‘Todas as Mulheres do Mundo’, e outro com a direção artística de Andrucha Waddington. Cada um dos capítulos contará com a participação de duplas de artistas, como os casais Caio Blat e Luisa Arraes, Lázaro Ramos e Taís Araujo, Emílio Dantas e Fabíula Nascimento. E terá ainda Fernanda Montenegro contracenando com a filha, Fernanda Torres.
“A situação limite que estamos vivendo, confinados, em convivência forçada, amplifica todos os princípios da relação. Casamentos, amizades e parcerias são colocados à prova numa quarentena e podem sobreviver, mais fortes, ou sucumbir”, comenta Jorge Furtado sobre a mensagem em comum nos episódios, que foram gravados de forma remota, com material e equipamentos higienizados deixados na casa dos atores. Além disso, toda uma equipe trabalhou online com eles: fotógrafos, figurinistas, assistentes de direção, diretores, técnicos, produtores de arte, entre outros.
Refletindo sobre essa nova maneira de filmar e também comentando sobre o isolamento da vida real, o casal de atores Fabíula Nascimento e Emílio Dantas está no episódio ‘Territórios’. Os dois decidem se separar à noite e, no dia seguinte, o marido da ficção viajaria para um congresso. Só que, pela manhã, eles são surpreendidos pelo cancelamento do voo e do evento em que participaria por conta da pandemia. Para piorar a situação, elais suspeita que tenha testado positivo para Covid-19. Os dois precisam então ficar isolados dentro do mesmo apartamento, lidar com a situação caótica no mundo, e ainda enfrentar a crise na relação.
“Adorei pegar uma câmera na mão e executar um plano. Fomos entendendo de tudo na parte técnica para não nos deixarmos um ao outro na mão. Somos dois líderes por natureza. Faria de novo, só descansar uma semana”, brincou Fabíula. “Ter que ficar atenta à parte técnica fez a gente não ter tempo de criar esses personagens, então ficou bem genuíno”.
Ao lado da atriz, o marido, o ator Emílio Dantas relembrou seus tempos de produtor. “Ter que fazer a parte técnica em casa para contar essa história bateu em um lugar de recordar. Lembrei do meu primeiro emprego, há quatro anos, como produtor de vídeos. Deu saudade. E fiquei mais atento ao que poderia aprender, na parte de fotografia, por exemplo”, diz Emílio. “Acho que o mais difícil dessa experiência de gravar na nossa casa foi conciliar a vida prática com o trabalho”.
Felizes com o relacionamento na vida real, Emílio e Fabíula tiveram o desafio de viver na ficção um casal que decide se separar, em uma história ambientada na casa deles. “Não pensamos na parte da separação dos personagens, não chegou a afetar a gente, porque na verdade, estávamos preocupados com toda a parte de produção. Toda vez que estávamos ali, com atenção nesta parte técnica, pensávamos que deveriam ter uns 15 profissionais ao redor pelo menos, que não estavam, por conta da pandemia. Valorizamos ainda mais cada função. Espero que possamos estar todos juntos logo”, torce o ator.
O que ficou da experiência para o casal? “Que somos maravilhosos juntos, imbatíveis. Estamos há cinco meses nessa loucura da quarentena. Teve tempo para tudo, repensar, pirar, conversar sobre diversos temas, falar sobre a gente, sobre um futuro muito próximo”, analisa Fabíula. E completa: “Também refletimos sobre tudo que temos vivido. Diariamente somos pegos pelas notícias. Temos muita saudade da família, dos amigos. Então, seguramos a barra um do outro. Tem também a coisa de não “normalizar”. Essa história de falar “novo normal” me irrita um pouco. Devia chamar o “novo desconhecido”, não sabemos como vai ser. Outro dia mesmo, nós estávamos vendo vídeos de flash mobile, emocionados com o contato das pessoas. Tudo que está aglomerando mais de 3 pessoas está emocionando”.
Casais e família: da vida real para a ficção
Cada episódio da série aborda um ângulo diferente dos casais em questão nesta quarentena. Lázaro Ramos e Taís Araujo são os personagens do episódio assinado por Alexandre Machado, autor de produções icônicas, como ‘Os Normais’ e ‘Shippados’, no primeiro trabalho após a partida de seu grande amor e parceira de profissão, Fernanda Young. Neste episódio, ele retrata um casal confinado que, ao divergir sobre uma questão ideológica, chega a uma grande discussão matrimonial turbinada pelos nervos à flor da pele.
Caio Blat e Luisa Arraes protagonizam texto deles próprios e de Jorge Furtado, que fala sobre um relacionamento que começa exatamente quando as pessoas precisam entrar em confinamento. Emílio Dantas e Fabíula Nascimento protagonizam a história de um casal que caminha para o divórcio quando o isolamento começa, com texto assinado pelas autoras Jô Abdu e Adriana Falcão, que têm em comum séries de sucesso no currículo como ‘A Grande Família’.
O quarto episódio promete surpreender o público em cenas protagonizadas por Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, interpretando mãe e filha que precisam lidar com o isolamento e seus fantasmas do passado, com texto de Antônio Prata. O episódio conta com a direção artística de Andrucha Waddington, marido de Fernanda, que conduziu as gravações ao lado dos filhos, Pedro e Joaquim e do diretor de fotografia João Faissal. A equipe contou com produção remota de arte e de figurino e foi captado presencialmente na Região Serrana do Rio de Janeiro, onde a família passa esse período.
Artigos relacionados