O SENAI CETIQT está profundamente em sinergia com a modernização no cotidiano do setor têxtil e de confecção e dos novos rumos das indústrias. Diante da quarta Revolução Industrial, realidade que já bate à porta, compreender o papel das máquinas, assim como o das inovações que elas promovem, é essencial para entender as novas tendências e formas de comportamento. Mais do que qualquer outro fator, o profissional da moda precisa buscar conhecimento e saber reconhecer as transformações que a sociedade vem sofrendo. Neste momento atual, no qual players das indústrias, profissionais inseridos em toda a cadeia produtiva e consumidores têm refletido sobre as práticas que permearão – com certeza – o produzir moda no Brasil e no mundo já sentimos o reverberar de vozes sobre zero waste, sustentabilidade + consumo consciente e upcycling ressignificando uma nova produção. Alinhando essa visão com inovação tecnológica, forte característica da instituição, e com foco na indústria 4.0, o SENAI CETIQT apresenta a Pós-Graduação em Moda 4.0. Voltada para os mais diversos campos de atuação, desde designers até gestores de produtos e marketing e CEOs, o curso foi pensado para formar um criativo analítico, capaz de usar dados para tomada de decisões assertivas em empresas. Ou seja: a partir do curso, ele estará apto a questionar, analisar e encomendar dados para o desenvolvimento de uma coleção baseada em números e não apenas em pesquisa de tendências.
Você já pode cadastrar o seu interesse no site do SENAI CETIQT (www.senaicetiqt.com) para o Moda 4.0. São cursos que você pode fazer em qualquer lugar do país (e até do mundo) com uma viabilização de oito encontros presenciais no Rio de Janeiro. É um ambiente maravilhoso, incrível. Todo 4.0. E o que vai ser uma quebra de paradigmas. Foram idealizados sete módulos que irão focar no uso de inovações para a criação de produtos personalizados, abordando também questões de percepção dos novos tipos de consumidores e suas exigências. As aulas serão ministradas à distância (EAD) em um mix com os encontros presenciais. O curso está estruturado em sete eixos e tem duração de cerca de nove meses, com oito imersões em temas essenciais à absorção do entendimento dos principais conceitos relacionados à Moda na Nova Revolução Industrial, como: wearables, internet, inteligência artificial, big data, branding 4.0, realidade aumentada e omnichannel, dentre outros. Os alunos, ao absorverem os conceitos relativos à Quarta Revolução Industrial, estarão instrumentalizados a conceber produtos de forma alinhada às novas necessidades do mercado da moda.
“Queremos formar os primeiros profissionais do mercado em moda 4.0. Buscamos profissionais que tenham um olhar para o futuro, com perspectiva de mudar. Essa pós formará pessoas capazes de compreender a moda de forma disruptiva, provocando uma mudança na forma de conceber produtos. O foco é mudar o mindset de todos os profissionais da área de moda, da criatividade até a produção final. Os conceitos de inovação e tecnologia permeiam todo o curso, que se utilizará da gamificação como estratégia lúdica de aprendizagem. O objetivo é desenvolver a mentalidade startup para aplicabilidade na indústria, de forma a gerir uma produção mais enxuta e ágil”, enfatiza o estilista Akihito Hira, curador do curso.
Ele apontou a importância de falar sobre a moda 4.0 em um avançado estágio de evolução tecnológica. Segundo ele, a possibilidade de automação, personalização e customização dos produtos são as principais características dessa nova revolução: “É uma pós-graduação destinada mais para o público dos criativos. Designers de moda, designers de produto, designers de estampa. Mas é adequada também aos profissionais da área de gestão, gestão de produto e produtos de moda também podem fazer essa pós-graduação. A intenção é ter um público completamente democrático”.
O primeiro módulo, intitulado “Moda 4.0” irá enfatizar a necessidade do conhecimento para a sobrevivência no mercado de trabalho. Os papéis tradicionais se inverteram e o conceito de personalização transformou o consumidor em autoral. Hoje, ele não é mais apenas o destino final do produto, ele participa do processo e toma decisões.
Além disso, os alunos serão introduzidos a noções de direito e questões ligadas à moda 4.0. O objetivo é prepará-los para possíveis dúvidas e desafios, referentes aos procedimentos legais, que podem surgir no dia a dia. “Como vai ser a interpretação do direito? Quem é o criador? É um criador ou um co-criador? O direito também vai ter que ter essas particularidades. A estampa, se eu crio a estampa, quem detém o direito autoral? Sou eu, o designer ou a marca? É um momento de muita discussão, não existem leis pragmáticas para a moda, é tudo interpretativo. Abordaremos também a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais”, contou Akihito.
No ponto auge da pós-graduação, intitulado “Tecnologias para materiais e produtos”, os alunos participarão de um encontro onde conhecerão as tecnologias mais atuais de mercado como softwares, aplicativos, sistemas, maquinários, robôs na confecção e matérias primas inovadoras da área têxtil.
É interessante frisar que os participantes poderão acumular Fashion Coins, uma bonificação recebida durante o jogo, à medida que acessam os conteúdos do ambiente virtual, cumprem tarefas, respondem quizzes e compartilham conteúdos nas mídias sociais. Essas moedas poderão ser trocadas por maquinários e equipamentos virtuais que são necessários durante o jogo.
Em sua terceira imersão, que acontecerá no Fashion Lab do SENAI CETIQT, na unidade Riachuelo, o curso irá promover um questionamento sobre a incorporação de bandeiras na moda, os novos tempos e a inclusão de grupos periféricos. De acordo com Akihito, uma das principais características do profissional da moda 4.0 é a percepção de que o mundo mudou e que as pessoas querem ser representadas. Não há mais como ignorar essa transformação e o futuro é permeado pela inclusão. “Percebemos, quando fazemos pesquisas junto aos consumidores, que o consumo está muito mais inclusivo que exclusivo. A gente pensa muito nos grupos periféricos e nas diversidades. E a gente vê esses movimentos atuais na moda, por exemplo, na representação de pessoas com vitiligo, plus size e os negros”.
A quarta imersão focará nos diversos canais de venda que podem ser utilizados como forma de atingir os consumidores. Em tempos midiáticos, é importante que o aluno saiba como apresentar o seu produto para a sociedade, sempre diversificando as formas de compra, através de lojas físicas e virtuais. Afinal, o consumidor não quer ter dificuldades na hora da compra, vantagem proporcionada pela interação entre os canais.
“Não é mais a indústria que empurra uma tendência. Não vai dar para a gente ir para a Europa pesquisar tendências. A gente vai ter que entender o comportamento do consumo e alinhar essas pesquisas por meio de dados. O estilista não vai ser mais aquele que vai definir o que o consumidor vai querer. Vai ser o oposto. O estilista vai fazer dez golas de um modelo, dez botões, cinco mangas e cinco shapes. Eu vou chegar com um cardápio de opções e vou fazer um link para a minha camisa. Eu não quero a gola assim, quero a gola clássica. Não quero seis botões, quero três botões”, destaca Akihito.
E complementou frisando o caráter multidisciplinar que as profissões terão em paralelo com o avanço da inteligência artificial. Dessa forma, a coleta de dados referentes aos consumidores, permitirá que a marca trabalhe em uma coleção específica pautada nos seus gostos e desejos: “Um personal shopper, um personal stylist. De repente, pode ser tudo robotizado por meio de inteligência artificial. A gente entende muito da questão de colorimetria, por exemplo. A gente estuda cor de olhos, cor de cabelos e tom de pele para saber qual é a cor mais adequada para você. E, dependendo do seu biótipo, qual a forma mais adequada em termos de roupa. Acho que isso a gente consegue também programar, criar por meio de algoritmos uma inteligência artificial que possa sugerir a você que aquele tipo de roupa que você escolheu não vai te favorecer”.
“Aí entra Big Data, que é a união de muitos dados. Mas o que eu faço com esses dados? E como eu interpreto esses dados para desenvolver a minha coleção? Isso a gente também vai trabalhar nessa pós. O designer, o modelista, o designer de estampa interpretando dados para a tomada de decisão”, disse Akihito.
Na quinta unidade curricular do curso entrará de cabeça na sustentabilidade. O diferencial fica por conta do Biodesign, responsável por transformar materiais biológicos em produtos. Sempre em sinergia com a criatividade, o objetivo é criar projetos que unam inovação e a sustentabilidade alicerçada nos pilares: ambiental, social e econômico.
“Nesta imersão, o aluno da pós Moda 4.0 conhecerá todo conceito de economia circular, design circular, e também o biodesign (biologia no design), em que entra o biohacking que mistura a biologia com a ética de hacker. A quinta imersão é chamada de “Produtos com propósito” e por isso a importância do entendimento de economia circular. Porque o produto, além do propósito, tem que ter um ciclo de vida que seja circular. Ele é produzido, consumido e depois, ele vai ter que voltar para essa cadeia novamente”, explica Akihito.
O sexto módulo irá preparar o estudante para a elaboração do seu projeto de conclusão. Todo o aprendizado, acumulado ao longo dos nove meses, assim como as experiências adquiridas, servirão como base para o desenvolvimento desse trabalho.
O curso será concluído em sua sétima e oitava imersão, “Metodologia para projetos ágeis e enxutos” e “Projeto de Moda 4.0”. Na etapa final, os participantes terão os seus projetos avaliados por uma banca composta por um professor, profissionais da moda e empresas. A ideia é que as instituições presentes se interessem pelos trabalhos dos alunos, criando uma ponte entre sala de aula e mercado de trabalho. É uma importante chance para que eles possam aplicar todo o conhecimento adquirido e continuem a desenvolver os seus projetos, dando continuidade no mundo do trabalho.
Akihito Hira finalizou opinando sobre o futuro da moda e as transformações que a inovação 4.0 vem trazendo. Segundo o curador da pós-graduação em “Moda 4.0”, as máquinas irão trabalhar em cooperação com os seres humanos. Embora a automação seja uma realidade, as importantes decisões tomadas dentro da cadeia produtiva ainda serão viabilizadas por profissionais qualificados. Essa característica já pode ser testemunhada na alfaiataria, por exemplo, onde a tecnologia acelera os processos sem deixar de lado a personalização dos produtos. “Se a gente pensar a alfaiataria como um negócio de personalização, a indústria 4.0 vai vir com os processos de tecnologia e de automação para acelerar o seu desenvolvimento, mas de uma maneira customizada. Hoje, um alfaiate que levaria 30, 60 ou até 90 dias para fazer um blazer, pode, com a indústria 4.0, entregar em um prazo máximo de uma semana”.
MÓDULO | UC UNIDADE CURRICULAR | |
MODA 4.0 | Competências do designer de moda 4.0 | |
Tecnologias para materiais e produtos | ||
MODELAGEM INFORMACIONAL | Data science para análise de consumo | |
Moda 4.0: Uso de dados para tomada de decisão | ||
SUSTENTABILIDADE | Produtos com propósito | |
PROJETO INTEGRADOR | Metodologias para projetos ágeis e enxutos | |
Projeto de moda 4.0 |
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