*Por Helen Pomposelli
Coach de imagem, auto-conhecimento e comunicação
O caminho de Dora Freind começou cedo, pois, aos 11 anos, começou fazendo teatro, com 16 ganhou um prêmio em Veneza e, com 18, entrou na faculdade de artes cênicas na UNIRIO. “Não houve um momento em que eu escolhi ser atriz, porque, para mim, era como se isso já estivesse implícito na vida. Viver, sendo eu, era fazer teatro. Nunca dissociei a profissão da vida pessoal. Meu crescimento nas duas áreas sempre andou junto”, lembrou.
Atualmente, Dora interpreta a Barbara em Malhação Vidas Brasileiras.“Cheguei ao elenco da Malhação neste ano para uma pequena participação, mas a minha atuação foi colocada em evidência e, assim, conquistei mais espaço para a minha personagem, que retornou à trama e ganhou mais destaque e uma história, com novas situações e desdobramentos no roteiro da novela”, explicou. A ariana, jovem e libertária, busca sua afirmação como mulher independente, perfil que traduz atitudes das jovens atuais – com a luta pela igualdade que dialoga com todas as classes sociais do país. “A Barbara, minha personagem, é uma adolescente bem resolvida, bissexual, divertida, sensual e autoconfiante. Ela chega na trama para empoderar a prima que tem uma autoestima baixa por sofrer gordofobia. Barbara é radical, militante, mas sempre luta pelos seus ideais com um sorriso no rosto. Estou adorando”, declarou.
Desde criança, Dora valoriza muito a mistificação da vida e acredita na potência e na força que tem a imaginação. “O lúdico e a subjetividade que o teatro carrega me encantam muito e foram muito importantes pra mim na infância. Eu vivia andando fantasiada pra todos os lugares e até hoje eu ando um pouco assim. Sinto que através da roupa eu concretizo um pouco o lúdico. É meu jeito de dar cor e texturas ao mundo. Também sempre fui apaixonada por fotografia”, anunciou.
Mas a atriz não escolheu apenas a arte de interpretar e também investe no seu dom de fotografar. Para ela, retratar é um jeito de congelar a imaginação, e o teatro é o descongelamento. “Na fotografia, eu trabalho o eternizar e, no teatro, trabalho o efêmero. Eu fui percebendo ao longo da vida que eu sou uma pessoa muito livre. Acredito que isso vem muito da minha criação. Meus pais nunca me educaram na base da proibição, do castigo, nem nunca colocaram a escola num pedestal. Nunca me definiram pelas minhas notas e nem pediam pra ver meu boletim. Além disso, sempre apoiaram muito meu trabalho, e tiveram o diálogo muito aberto comigo”, contou Dora para o Saia da Caixa, que afirmou, ainda, ter uma relação totalmente horizontal com seu pai, psiquiatra, e a mãe, psicóloga.
“A liberdade que eu tenho é o que faz com que eu seja alguém fora da caixa. Porque só de me sentir muito bem com meu corpo e de genuinamente não pensar em nada que eu mudaria nele agora, já é quase uma revolução vindo de uma mulher. Eu não me sinto ameaçada pelos padrões que tentam impor, e quanto à caixa…não me encolho pra entrar dentro dela. Estufo o peito, assumo meus princípios, meu tamanho, minhas texturas e, se eu não couber, que ela se alargue pra eu entrar, ou então me deixe do lado de fora, que assim eu ainda respiro melhor!”, decretou, antes de completar: “Ser livre, se amar e ter a si próprio como referência não é fácil. É construção diária”.
Conselho “ Saia da Caixa”? “Usar coisas externas paraauxiliar no interno. Ter hábitos e se rodear de pessoas que inspiram a sua versão mais genuína”.
Que lindo, Dora! Obrigada!
Artigos relacionados