*Por Helen Pomposelli
O Saia da Caixa de hoje fala rapidinho com Luana Cazzola, jovem de 27 anos e uma das fundadoras e CEO do site e aplicativo Foodivine, uma plataforma de delivery de produtos artesanais gourmet. Motivo da rapidez? Luana está de malas prontas para viajar hoje para a Califórnia, onde seu aplicativo foi selecionado pelo Sebrae para representar o Brasil no stand no Disrupt Tech-Crunch Conference no Vale do Silício. E como se não bastasse, também foi selecionado pelo Google para fazer uma pré aceleração num programa especial chamado Google Launchpad, no qual oferecem mentorias para direcionar as empresas.
Alegre e super relax, Luana, especializada em clínica médica, explica a sua escolha de vida. “Eu sempre busquei tentar manter um padrão por excelência. Desde como aluna no colégio Santo Agostinho no Leblon, onde eu estudava e mantinha uma bolsa por boas notas e desempenho, até na faculdade de medicina na UFRJ, quando passei em sexto lugar”, diz a empresária que trabalhou por três anos como médica em lugares como o Hospital Pró-cardíaco e no CTI no Copa D’Or.
Depois de satisfeita com as conquistas na área médica, Luana decidiu ampliar na área da alimentação criando o aplicativo. “Para muitas pessoas a comida é para comemorar ou pra afogar as mágoas, mas para mim sempre foi uma força motriz. Enquanto eu estava passando pelos desafios na área médica era a alimentação que me ajudava a ter foco e determinação. O alimento me dava força pra correr atrás. Eu estava trabalhando 84 horas por semana e quando eu chegava em casa exausta eu não tinha opções de delivery que me davam prazer“, conta a empresária, que sempre gostou de proporcionar experiências gastronômicas.
Segundo Luana, muitas pessoas vivem em um grau extremo de stress, acabam com o prazer gastronômico e transformam a alimentação numa fonte de culpa e frustração. Quando na verdade a alimentação é uma fonte de boas memórias e alegrias. “Eu defendo muito a teoria do papel emocional da comida. Não adianta a gente anular nossos desejos de comer, se não está sendo acompanhado por uma inteligência emocional, com uma visão de mundo otimista e saudável”.
Para ela, durante o seu dia-a-dia, sempre pretendeu usar a alimentação para o seu bem, como fonte de estímulos e socialização e memórias. “É tendo equilíbrio que você consegue comer e manter a sua saúde em forma. As pessoas ficam tão obcecadas por dietas que o alimento vira uma fonte de culpa”. Com mãe psicóloga e pai medico, para Luana foi fundamental a paixão dela pela medicina pois os pais sempre passaram o hábito de ter prazer com a saúde e a comida. “Eu ainda atuo como médica parcialmente, mas eu entendi que eu precisava mudar de ramo. Sofri muita resistência da minha família, já que eu, apesar de ter me dedicado por excelência, entendi que não preciso me resumir apenas a ser médica e me lancei em outros desafios, que é o empreendedorismo”, diz.
Segundo Luana, a idéia do aplicativo é diversificar o delivery numa linha artesanal e gourmet, que vai muito além de um pizza, japonês ou fast food e proporcionar uma diversificação de outras experiências como receber amigos, ter um café da manhã na cama, ter um churrasco gourmet, como ter um queijos e vinhos em casa. “Quero fornecer produtos diferentes como os queijos da Serra da Canastra, pães sem glúten, macarrons da Paradis, geléias com sabores criativos e a parte mais fitness como congelados saudáveis sem lactose”, explica.
“Eu sempre tive o consultório do meu pai como refúgio desde pequena, pois ficava ao lado do meu colégio e eu ia para lá. Ao conversar com os pacientes do meu pai na sala de espera, eu sempre era inspirada a também buscar impactar tão positivamente as pessoas ao meu redor. Desde o início da minha vida, sempre me encantou poder ajudar os outros, ou seja, a possibilidade de fazer o bem a alguém. Tanto a medicina quanto a gastronomia podem aumentar muito a qualidade de vida e melhorar o dia a dia das pessoas”, enumera.
O que você sugere para Sair da Caixa? “A frase mais importante é que temos que nos permitir, ser feliz e alcançar nossos sonhos. Nos permitir viver, porque o que acaba com a nossa confiança somos nós mesmos e justamente aqueles que mais nos amam, pois são as pessoas que, por medo, querem nos limitar num anseio de nos manter em segurança e longe de frustrações. Outra coisa que sugiro é fazer as escolhas de forma estratégica e calculada. Não é preciso ter tanto medo de errar, arriscar e sair da zona de conforto, mas é preciso sempre lembrar que a plenitude que não está no final e sim no caminho”. Bacana, Luana!
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