Tiago Santiago lança livro sobre magia, comenta o sucesso “Mutantes” e nega que antiga novela global seja satanista


Autor da trilogia “Mutantes” e de dois dos maiores sucessos da História da teledramaturgia da Record – “Prova de Amor” e “A Escrava Isaura”, Tiago Santiago investe em carreira internacional e fala em entrevista exclusiva sobre o seu novo projeto literário, o livro “Os Caminhos do Mago”. Neste, o autor investiga caminhos esotéricos e místicos num produto editorial de não-ficção. Tiago lembra ainda o caso da novela “Olho no Olho”, trama global de 1993, que assinara como colaborador, ser acusada de ser satanista. Hoje a trama tem aura “cult”. Repercute seus sucessos na TV, especialmente na Record, e sonha em escrever duas das quatro obras que ainda estão presas no SBT após seu desligamento do canal

*Por Vítor Antunes

O misticismo sempre deu a tônica da obra de Tiago Santiago. O autor o aplicou em todos os seus trabalhos, quer literários, quer teledramatúrgicos, quer teatrais. Típico de sua personalidade artística, Santiago lançou “Os Caminhos do Mago” pela Editora Txs. Autor marcou a história da teledramaturgia, especialmente da Record TV, ao assinar os maiores sucessos da casa: “A Escrava Isaura”, “Prova de Amor” e a trilogia Mutantes. Lamenta a ausência da emissora de Edir Macedo no investimento do gênero fantasia em sua teledramaturgia em detrimento de uma posição mais proselitista em seu audiovisual. Santiago comenta também sobre sua passagem pelo SBT, que resultou em uma ação judicial entre ele e a casa diante da não plenitude do contrato estabelecido entre as partes. E ainda refuta as acusações que “Olho no Olho”, novela da Globo de 1993, teve algo de satanista.

Os Caminhos do Mago (Foto: Reprodução/Editora TXS)

OS POÉTICOS CAMINHOS DA MAGIA

Tiago Santiago tem uma longa trajetória no caminho do misticismo. Ainda em seus primeiros trabalhos como autor – até mesmo como ator – ele lançou mão do seu gosto pelo tema e o emprestou à arte. No início dos Anos 1990 escreveu “Francisco”, uma peça biográfica de São Francisco de Assis, e fez a adaptação teatral de “Brida”, best-seller de Paulo Coelho, que anos mais tarde seria adaptada, por outros autores, na extinta TV Manchete. O encontro com Paulo Coelho nesta ocasião, bem como o mergulho e o seu estudo nas religiosidades, fez nascer o livro “Os Caminhos do Mago”, lançado semana passada.

Sob a ótica de seu autor, este “é um livro de não-ficção, que tem tudo a ver com essa constante na minha carreira e na vida, que é escrever sobre questões espirituais. É um livro que, na verdade, aborda a história das minhas experiências com diversas culturas e tradições, sempre analisando o pensamento mágico nelas”.

A magia existe em todas as culturas e rituais mágicos que todas as religiões têm. Tanto na magia da cabala, que é uma antiga tradição dos hebreus milenares, como no Wicca, que é uma tradição céltica da Grã Bretanha, e passando pelas religiões afro, pelo espiritismo, budismo e zen-budismo – Tiago Santiago

Tiago Santiago no lançamento do livro (Foto: Christiano Soares)

O escritor prossegue dizendo que seu livro trata-se “de uma viagem por muitas experiências diferentes e eu procuro ver o que há de comum nas religiões”. Diz ele que em “Os Caminhos do Mago” há um capítulo de mantras, meditações e orações, onde eu estabeleço um comparativo entre as religiões, observando, por exemplo o que há de comum entre elas. E o que há em comum entre as religiões é o que nos assemelha enquanto humanos”.

Para o autor, seu projeto é “um livro ecumênico, para quem gosta do assunto espiritualidade e esoterismo, mas é, também um livro sobre filosofia, que investiga a realidade, o ser”, analisa.
Um dos capítulos, inclusive, dedica-se a homenagear Paulo Coelho, pois que encontraram-se durante a adaptação para o teatro de Brida. Um dos capítulos, inclusive, chama “A magia de Paulo Coelho”. Santiago considera-o como “um encontro muito lindo. Eu já conhecia as músicas do Paulo e já havia ficado encantado com “O Diário de um mago”, que narra a passagem dele pelo caminho de Santiago de Compostela, e reencantei-me com “O Alquimista”.

Com exclusividade, o autor declamou um trecho do capítulo no qual reverencia Paulo Coelho:

Fiquei encantado para sempre com um alquimista, pleno de pérolas de poesia e sabedoria em uma linguagem simples e clara a motivar cada um a acreditar em si mesmo conectar o coração e a alma do mundo, em busca da lenda pessoal do próprio caminho, através das escolhas, sempre a melhorar e entender a linguagem dos sinais num momento presente. Saber o que se quer e agir para realizar o sonho que é o que torna a vida interessante” – Tiago Santiago em “Os Caminhos do Mago”

As memórias que Santiago traz de seu encontro com Paulo Coelho têm sempre um recorte voltado à fé. Mesclam misticismo, gratidão e admiração: “Imagina qual não foi a minha surpresa ao ver a mim, um iniciante pesquisador de magia, convidado a adaptar “Brida”? Paulo me trouxe o sufismo e a sua sabedoria e foi de grande influência em minha vida. Eu lembro de sua fé e de suas orações. Visitei-o quando ainda morava em Copacabana e tenho saudades dele”.

Tiago Santiago vive na ponte aérea Rio-Los Angeles (Foto: Deco Monteiro)

Tiago hoje divide-se entre duas cidades. Mora em Los Angeles há cinco anos, donde acompanha de perto o crescimento de seu filho, de 14 anos. Naquela cidade transformou-se em estudante, ao fazer um curso voltado a roteiristas profissionais na UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles), além de haver feito outras oficinas, e estar desenvolvendo projetos. Disse estar com roteiros prontos, outros em andamento e conta com colaboradores norte-americanos para dar-lhe “uma visão nativa, local. Estou aprendendo a fazer como eles fazem, o que era um sonho meu que não havia podido realizar”.

Tenho apresentado projetos consistentemente, tanto às emissoras como ao streaming e estou na expectativa de que algum executivo brilhante reconheça que minhas obras têm um alcance popular. Eu acho que, em algum momento, isso vai acontecer [de eu ser contratado]. Estou na expectativa de um sim. Como diz Lady Gaga, a gente toma vários ‘nãos’, mas é o sim que faz toda a diferença. E um sim só já é o suficiente – Tiago Santiago

Ainda que esteja em solo americano, mantém sua casa no bairro do Itanhangá, Rio de Janeiro: “Vivo numa ponte aérea de 15 horas”, disse.

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DEMÔNIOS, MUTANTES E DITADURA

No início dos Anos 1990, Santiago iniciou uma parceria com o autor Antônio Calmon. O primeiro trabalho de ambos em parceria foi “Vamp”, imorredouro sucesso do autor. Depois, estiveram juntos em “Olho no Olho”, controversa trama exibida às 19h, em 1993. A novela vinha com uma audiência mediana, dentro do esperado para o horário na época, quando a Revista Contigo, de 1993, trouxe em sua capa a manchete “Satanistas garantem: Olho por Olho atrai o mal”. A afirmativa afetou os índices da trama, que, na média final atingiu o esperado pela emissora, ainda que não seja considerada um grande sucesso.

Capa da Revista Contigo apontava a existência de satanismo na trama de “Olho no Olho”  (Foto: Reprodução)

Santiago explica-nos como essa assertiva alcançou-os. E não apenas isto. Conta que a premissa da trama era outra. Não haveria demônios, exorcistas e paranormais, mas um núcleo ainda mais incomum: “Calmon queria fazer algo bem diferente, que envolvia extraterrestres”. Algo reiterado por Calmon no livro Autores, Histórias da Teledramaturgia: “(…) Uma novela chamada Vênus (…). Descobria-se que os personagens vinham [daquele planeta]”.

Porém uma série americana daquela contemporaneidade, “3rd rock from the sun”, impediu que “Vênus” fosse ao ar. Calmon, então, elaborou a sinopse de “Olho no Olho” em uma semana. E, obedecendo ao pedido de Boni, executivo da TV Globo na época, Tony Ramos viveu o protagonista – um padre exorcista.

Tiago Santiago diz que a afirmativa da revista colocou como se “a novela tivesse más energias, energias do mal, e isso não existia. Ela tratava da luta do bem contra o mal, mas como havia um personagem que se apresentava como demônio, atribuiu-se à trama uma energia negativa”. O colaborador de Calmon prossegue dizendo que “a novela não teve uma audiência ruim. Estava dentro do padrão esperado e teve um pouco de queda depois do ti-ti-ti envolvendo esta questão de satanismo, mas não havia nada disso. Calmon sempre foi muito espiritualizado e não havia intenção nenhuma de retratar esse tema. Havia, sim, uma intenção de mostrar o triunfo do bem. Houve sim bastante problema, foi uma novela difícil de realizar. Calmon chegou a trocar os colaboradores”.

Ainda que tenha tido uma audiência standartizada no Brasil, “Olho” foi muito vendida no exterior, segundo afirma Santiago, que diz gostar muito do núcleo que desenvolvera, o de um dos protagonistas jovens, Aleph (Felipe Folgosi), que enveredou numa viagem mística para o Macchu Picchu, no Peru.

Felipe Folgosi era Aleph, em “Olho no Olho” (Foto: CEDOC/TV Globo)

A contrário de Santiago, o autor titular, Calmon, diz no livro supracitado que “’Olho por Olho’ é a novela que menos gosto, por ue existia a figura do demônio na história (…). Houve uma rejeição do público. Além disso, minha vida particular ficou terrível na época. Nunca mais quero mexer com essas coisas negativas. Eu evito (…). Demônio nunca mais!”.

Com o cancelamento de “Vênus”, Calmon só conseguiria implantar um núcleo de ET’s em “Começar de Novo”, de 2004, ano em que Santiago já estava na Record, escrevendo “A Escrava Isaura“, e que rivalizava com a novela global. A nova adaptação do clássico do romantismo foi bem mais sucedida que o folhetim exibido pela Globo. Curiosamente, já houve ao menos outras três tramas brasileiras a trazerem extraterrestres entre seus  personagens: “Tarcísio e Glória”, de 1988; “O Amor Está no Ar”, de 1997, ambas da Globo; e “Os Estranhos”, de 1969, protagonizada por Regina Duarte… e Pelé! Nenhuma das quatro novelas/séries citadas fez sucesso. Já personagens demoníacos estariam presentes em “Corpo a Corpo” (Globo, 1984), “Suave Veneno” (Globo, 1999) e em “Apocalipse” (Record, 2017), por exemplo. Destas, somente a primeira trama logrou sucesso – ainda que nunca tenha sido reprisada.

Patrícia de Sabrit e Felipe Folgosi em “Olho no Olho”. Aleph e Cacau eram os paranormais “do bem” e saltavam raios laser azuis dos olhos, a contrário dos maus, que tinham lasers vermelhos (Foto: Reprodução/TV Globo)

Trama que ficou “na média”, “Olho no Olho” destoa de outra bem sucedida parceria Calmon/Santiago, como “Vamp” e de outras tramas em parceria com Carlos Lombardi, como “Uga Uga” e “Kubanacan”. Todas fenômenos de audiência, assim como aquelas assinadas como autor titular por Tiago na Record “A Escrava Isaura”, “Prova de Amor” e “Mutantes”. Ambas as últimas são, até hoje, segundo o autor, a maior média de audiência da emissora.

Sobre a trama dos Mutantes – trilogia de 587 capítulos e fenômeno do fim da década de 2010 – Santiago diz que “foi um momento mágico da minha vida. Eu queria fazer, inicialmente, um ‘Quem matou?’, onde os membros de uma família iam morrendo e teria de ser descoberto o assassino, mas isso já havia sido feito. Então parti para um outro caminho, e pensei em algo original, inspirado em Stan Lee (1922-2018) e aproveitando de uma peça chamada “DNA”, escrita por mim e dirigida por Bibi Ferreira (1922-2019), na qual abordávamos as pessoas transgênicas, geneticamente modificadas”.

Os cientistas hoje em dia já têm capacidade de inserir genes de outras espécies no DNA humano. É algo que é proibido, que é tabu, mas que qualquer estudante de Biologia saberia fazer. Então, a gente imagina que aquele universo dos mutantes possa estar acontecendo em experiências secretas em algum lugar do mundo. A gente não sabe onde isso vai dar, na verdade” – Tiago Santiago

Rafael Calomeni era Órion, em “Os Mutantes – Promessas de Amor” (Foto: Divulgação/Record TV)

O autor prossegue dizendo achar que “essa coisa dos superpoderes sempre atraiu às pessoas. Esses componentes transformaram a novela num grande sucesso, já que todos os personagens tem dons – uns da cura, outros da inteligência e em rivalidade, os que são violentos, raivosos, agressivos. A segunda temporada da novela trouxe o lado alienígena, o que também traz este fascínio popular. Esses quase 600 capítulos estão aí até hoje na boca do povo e nos memes”.

Como são inúmeros os perfis no Twitter e no Facebook a postar recortes divertidos das novelas da trilogia, classificando-as como “humor involuntário”, perguntamos ao roteirista se essa história o incomoda. Ele negou. E alegou que as cenas eram intencionalmente cômicas e reproduziram a sua intenção: “A novela era uma comédia também. Era engraçada, era entretenimento. A gente não pode esquecer disso. Tinham cenas que eram de uma comicidade escancarada, popular, intencionalmente propostas assim. As pessoas às vezes pensam tratar-se de comédia involuntária, quando na verdade a novela era feita para ser engraçada. Tanto que a obra se perpetuou através dos memes. Eu fico feliz por haverem criado esse fenômeno popular que perdura até hoje”.

Eu lamento que a Record não tenha tido a inteligência de investir nesse universo, porque a Marvel é dona do Homem Aranha, dos X-Man e ela continua investindo nisso. A TV tem esse patrimônio de grande alcance popular que poderia estar gerando novos produtos e a Record não investe, mas enfim, é uma decisão deles. Eles teriam a oportunidade de investir nisto, mas hoje eu os vejo focados nesse projeto de proselitismo religioso através das novelas – Tiago Santiago

Betty Faria em sua única experiência no SBT, em “Uma Rosa Com Amor” (Foto: Reprodução/SBT)

Em 2009 o autor desligou-se da Record e foi para o SBT, contratado a fim de fazer quatro novelas. No canal de Sílvio Santos, Santiago escreveu duas: “Uma Rosa com Amor” e “Amor e Revolução”. Esta última foi a única a não ser um sucesso popular. Ainda que seja um trabalho do qual o novelista se “orgulha muito em haver escrito e haver colocado no SBT, que é uma emissora popular. Fomos acompanhando a  cronologia dos acontecimentos dos anos 1960 e a ditadura (…). Esse movimento de polarização entre direita e esquerda são componentes estruturais do Brasil que permanecem até hoje”. Tiago lamenta que o “SBT não tenha reprisado [Amor e Revolução] e eu creio numa eventual reprise da trama numa possível vitória candidato Lula, ao passo que não a vejo sendo reexibida numa possível vitória bolsonarista. É uma novela muito crítica ao Governo Militar, ainda que tenha, também, muita crítica à guerrilha armada”.

Santiago relata que os bastidores da trama não foram necessariamente amenos: “Houve uma tentativa de censura por parte dos militares da reserva e eles não conseguiram vencer. Eu não tive interferência no meu processo criativo, tive liberdade e não precisei fazer ajustes”. A novela, em cada fim de capítulo constava de um depoimento de uma pessoa ativa na Ditadura. Majoritariamente, pessoas da oposição e alinhadas à esquerda “torturadas efetivamente. Porém, um depoimento eu queria que tivesse ido ao ar e não foi, que era o ex-marido da presidente Dilma Rousseff. O SBT entendeu que não seria conveniente colocá-lo no ar. Espero que o tenham guardado já que trata-se de uma memória viva do que aconteceu”.

Nico Puig e Patrícia de Sabrit em cena de tortura em “Amor e Revolução”. Ousada novela para os padrões do SBT (Foto: Divulgação/SBT)

A ausência (ou a pouca presença) de personalidades ligadas à direita – quer militares, quer figuras adeptas ao regime militar – foi sentida na época. Tiago diz que “também foi oferecido espaço aos defensores do regime que dessem os seus pontos de vista. Chegamos a ter depoimentos de militares, até mais de um, se não me engano, que continha a sua versão sobre o momento político do Brasil nos Anos 1960/1970, e a possível ameaça comunista no Brasil”.

 Acho que os grandes heróis do Brasil foram os democratas, que conseguiram, através da sociedade civil, restaurar a democracia no Brasil. Eu sou um apaixonado pela Constituição de 88. Acho que ela tem aguentado todas essas intempéries politicas desde o governo Collor, até o governo Bolsonaro”

Tiago relata que o SBT o contratara para escrever quatro novelas, e fizera duas naquela casa. A saída de Tiago daquela emissora foi muito ruidosa e acabou num entrevero jurídico. É o que ele explica, e termina sua fala com um arrependimento: “Eu tinha esperança que essas novelas pudessem ser feitas pelo SBT. Acabou que a gente tinha uma cláusula de prazo de 20  anos após a exibição do primeiro capítulo, que nunca fora exibido. Isso já tem quase 20 anos e eu não tenho vontade de apresentar esta novela em outras emissoras. Eu gostaria muito que ele [Sílvio Santos] produzisse. Depois de encerrados os 20 anos, eu me sentiria à vontade para montar em outras casas, ainda que a Lei de Direitos Autorais garanta cinco anos para obras futuras, e esse tempo já passou, eu não tenho o interesse em entrar num novo conflito jurídico. É uma besteira. De alguma maneira eu me arrependo de ter entrado com uma ação na Justiça contra a emissora. (…) O que eu gostaria era de que o SBT cumprisse sua palavra e as produzisse, já que pagou por elas (…). Se ele quiser produzir, eu vou adorar já que são obras que têm a cara da TV e objetivam atingir o público infanto-juvenil e estão lá inéditas”.

Giselle Tigre e Luciana Vendramini protagonizaram o primeiro beijo gay do SBT, costumeiramente tido como o primeira da televisão (Foto: Reprodução/SBT)

Ao iniciar esta matéria rememoramos a peça de teatro e o livro “Brida”, de Paulo Coelho. Agora retomamos esta citação usando um diálogo entre a protagonista e o Mago, também personagem fundamental da obra. Brida virou-se ao Mago e perguntou-lhe o que era magia. Ele respondeu-lhe: “Magia é uma ponte. Ponte que permite a você andar do mundo visível para o invisível”. Tiago Santiago prova que não só a magia, mas a arte, permite haver a ligação entre esses dois mundos. Que a arte também é uma ponte.