Arrastado há seis anos, julgamento do caso Rafael Mascarenhas é cancelado mais uma vez. Ao HT, Cissa Guimarães diz: “É uma tortura essa espera”


Irmã de Rafael por parte de pai, Mariana Belém também falou à reportagem: “Infelizmente a impunidade de crimes de trânsito no Brasil já é conhecida e eu só me agarro à fé mesmo de que algo realmente aconteça”

A Justiça do Rio de Janeiro protelou, mais uma vez, o julgamento do caso Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães e do músico Raul Mascarenhas. Rafael foi atropelado e morto, há seis anos, enquanto andava de skate dentro do Túnel Acústico – que, naquele fatídico 20 de julho de 2010, estava fechado para manutenção. Dois carros ultrapassaram a barreira da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio), atropelando Rafael, que foi a óbito.

O momento em que peritos realizavam a reconstituição do crime, há seis anos (Foto: iG)

O momento em que peritos realizavam a reconstituição do crime, há seis anos (Foto: iG)

Rafael de Souza Bussamra, que dirigia o veículo que atropelou o filho de Cissa; e seu pai, Roberto Bussamra, que confessou ter subornado policiais para livrar o filho do flagrante; chegaram a ser julgados e considerados culpados em decisão que só aconteceu cinco anos depois do crime. Rafael Bussamra foi condenado a sete anos de prisão em regime fechado e mais cinco anos e nove meses em semiaberto. Seu pai, Roberto, foi condenado a oito anos em regime fechado e nove meses em semiaberto.

Encaminhados ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste; ambos só ficaram presos por cinco dias graças a dois habeas corpus.  Desde então eles estão liberados pela Justiça para recorrerem em liberdade das condenações. Paralelo a isso, a defesa de Cissa Guimarães, representada pelo advogado Técio Lins e Silva, entrou com um recurso ao habeas corpus que deu liberdade a pai e filho em 2015. A audiência aconteceria nesta terça-feira (19). Porém, mais uma vez, houve adiamento.

Ao HT, Cissa, abalada, disse que “espera que (a decisão da justiça) aconteça o mais rápido possível, porque, para a família, é uma tortura essa espera (de seis anos)”. Irmã de Rafael Mascarenhas por parte de pai, Mariana Belém – filha de Raul Mascarenhas e Fafá de Belém – disse à reportagem que esse foi o habeas corpus mais rápido que já viu na vida. “Hoje faz seis anos que almocei e curti meu irmão pessoalmente pela última vez. Estava esperançosa que essa coincidência trouxesse boas notícias, mas parece que para a nossa justiça medíocre há de acontecer quase um milagre e não uma coincidência para que algo aconteça. Infelizmente a impunidade de crimes de trânsito no Brasil já é conhecida e eu só me agarro à fé mesmo de que algo realmente aconteça”, lamentou.

Rafael Mascarenhas e Cissa Guimarães (Foto: Reprodução)

Rafael Mascarenhas e Cissa Guimarães (Foto: Reprodução)

Mariana ainda lembrou o fato de, durante todos os esses anos, ouviu muito de que “no caso do Rafa haveria justiça por ele ser ‘filho de famosa’, como se isso o definisse”. “Pois bem, seis anos depois, nada de justiça e esse sentimento ruim no peito. (….) A justiça de Deus é certa, mas a dos homens está de revoltar por aqui”, finalizou. Procurado, o advogado Técio Lins e Silva, que passa essa tarde no fórum da cidade, não foi encontrado.

Rafael Mascarenhas, Mariana Belém e Raul Mascarenhas (Foto: Reprodução)

Rafael Mascarenhas, Mariana Belém e Raul Mascarenhas (Foto: Reprodução)