Parece que as manifestações e divergências entre coxinhas e petralhas ainda vão durar por muito tempo no nosso país. Dessa vez, elas chegaram até o “Programa do Jô”, na Rede Globo, que recebeu ontem (19/04) a ministra da Agricultura Katia Abreu (PMDB-TO) e a atriz Mayana Neiva. Durante os primeiros minutos da atração, o apresentador promoveu um debate com a plateia sobre o que eles acharam da votação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Pois bem, não demorou muito para que Jô fosse surpreendido com um grito de “Fora, Dilma”, que não pensou duas vezes em repreender o rapaz.
“Fala bobagem, fala. Aqui não há manifestações políticas, nunca houve e nunca haverá. É uma plateia imparcial”, disse. “Para as pessoas, dependendo de quem eu entrevisto no programa, eu sou PT ou PSDB. Basta eu convidar alguém de um partido aqui que as pessoas acham que eu sou desse partido. Eu não tenho partido, mas é claro que eu acompanho o cenário político”, contatou o apresentador.
Já durante a entrevista com a Kátia Abreu, a ministra disse a Jô que a sessão do impeachment foi um verdadeiro show de horrores. “Todos ficaram impactados com aquele cenário. Antes de terminar a votação, fui para o Palácio do Alvorada. Ela (a presidente Dilma) disse que nunca imaginou que fosse viver de novo um golpe”, disse ela, que ainda aproveitou para ressaltar seu posicionamento perante a crise. “Não votei nela. Ela é do PT e eu estava no PSD na época. Eu nunca imaginei que seria uma pessoa próxima a ela, e isso me fez mudar de opinião. Eu acredito na honestidade dela. A presidenta é pragmática e quis compreender a dificuldade do setor agropecuário”, relatou.
A ministra também aproveitou o espaço para fazer duras críticas ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Imagina se a presidente Dilma tivesse feito um décimo do que esse senhor já fez. É inadmissível. Isso não ocorreria em qualquer país civilizado do mundo”, argumentou que ainda classificou a denúncia que levou à aprovação do afastamento da presidente como um erro e lembrou que governadores adotaram práticas semelhantes.
No entanto, não é a primeira vez que a plateia se manifesta para reafirmar seu posicionamento político. Em dezembro de 2014, Jô Soares mostrou insatisfação quando um rapaz exaltou apoio ao deputado Federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Na ocasião, ele era acusado de ferir o decoro parlamentar ao dizer que “não estupraria Maria do Rosário porque ela não merecia”. “Quem foi que gritou esse absurdo? Maluf está na plateia? Quem que gritou? É só para eu saber”, questionou Jô, ainda irritado.
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