Benedito Ruy Barbosa: “Odeio história de bicha. É injusto transformar: mulher que é sapatona é perfeita, a que não, não é legal”


Para o autor de “Velho Chico”, podem existir tramas com temática gay, “mas não pode transformar isso em aula para as crianças”

beneditoruybarbosa

Autor de tramas lúdicas, de cunho político e com cenário rural (“O Rei do Gado” e “Velho Chico” são algumas delas), Benedito Ruy Barbosa rasgou o verbo no começo dessa semana, no Museu do Amanhã, na região central do Rio de Janeiro, durante a festa de lançamento de sua próxima trama para a faixa das 21h da Rede Globo. “Odeio história de bicha. Pode existir, pode aceitar, mas não pode transformar isso em aula para as crianças. Tenho dez netos, quatro bisnetos e tenho um puta orgulho porque são tudo macho pra cacete”, disse ele em entrevista ao “Extra”. Sua filha, Edmara Barbosa, e seu neto, Bruno Luperi, que estão escrevendo o texto de “Velho Chico” para Benedito supervisionar, tentaram conter o autor, mas sem sucesso. “Deixa eu falar, ué. É a minha opinião”, bravou ele, para continuar.

“Não sou contra, não acho errado. O que acho é que quando eu tenho na mão 80 milhões assistindo minha novela, tenho que ter responsabilidade com as pessoas que estão me assistindo. Tenho que saber que tem muito pai que não quer que o filho veja, porque eles não sabem explicar, não sabem como colocar. Muita gente reclama disso para mim. O que não é justo é você transformar: só é normal o cara que é bicha, o que não é bicha não é normal. A mulher que é sapatona é perfeita, a que não é sapatona não é legal. É assim que estamos vivendo”, opinou Benedito, às vias de completar 85 anos. “Velho Chico”, que narra um Romeu e Julieta às margens do Rio São Francisco, com críticas sociais nas entrelinhas, estreia no próximo dia 14.