Todo trabalhado nos passos de dança e no sex appeal, Jason DeRulo conquista o Rio com seu wiggle wiggle wiggle


Dono de dois dos maiores hits do ano, cantor mostra potencial para se tornar um grande nome do cenário R&B internacional

*Por João Ker

Saído da mesma escola que formou nomes como Usher e Chris Brown, o novo cantor/dançarino da black music, Jason DeRulo, fez a alegria das fãs e trouxe sua turnê “Talk Dirty” para o Rio de Janeiro na noite deste domingo (16/11). Após passar por São Paulo, o americano do Bronx subiu ao palco do Citibank Hall para um público formado basicamente por jovens entre seus 16 e 25 anos, todos ávidos por dançar o hit mais grudento do último verão e ver o wiggle wiggle wiggle do cantor.

Pois é, se você não for um grande fã de hip hop e/ou R&B, provavelmente não sabe que este já é o terceiro disco da carreira de Jason. O rapaz surgiu em 2010 com um single chamado “Whatcha Say”, que usava uma sample do maior sucesso até então da banda Imogen Heap, “Hide And Seek” (mais famosa por ter encerrado a segunda temporada da série The O.C. e depois ter sido amplamente gongada pelo pessoal do Saturday Night Live). A música em questão teve seu relativo sucesso, chegando ao topo da Billboard americana, mas nada que se compare à febre incansável de “Talk Dirty”, parceria com 2 Chainz que, apesar de repetitiva, é guilty pleasure de qualquer ser humano que goste de rebolar em uma pista de dança.

“Talk Dirty”

Previsivelmente, o show guarda seus dois maiores (e talvez únicos) trunfos da setlist para o final. Sim, porque por mais que tenha conseguido notoriedade com outras músicas, foi apenas com “Talk Dirty” “Wiggle” (parceria com Snoop Lion Dogg) que o cantor se firmou e provavelmente descolou um convite para despencar até a América do Sul. Ainda assim, é preciso dizer que ele sabe como entreter uma plateia: os passos de dança executados tanto pelo próprio quanto por seus dançarinos não ficam para trás em nada se comparados aos de grandes nomes já estabelecidos no gênero. Sim, do mesmo jeito que Brown e Usher, Jason tem seus momentos de break dance, sabe cantar sem playback – apesar de exagerar no autotune quando grava em estúdio – e ainda sensualiza sem camisa, mostrando o abdômen talhado sempre que tem a oportunidade. Entre passos de dança e ritmos calientes, é quase um Léo Santana (ex-Parangolé) que fala inglês.

Justiça seja feita, Jason ainda tem grandes chances de se tornar o maior nome do R&B. Ne-Yo parece que sumiu por tempo indeterminado, Usher não conseguiu voltar ao topo nem com sua participação no The Voice e Chris Brown, bem, parece que ninguém ainda esqueceu o que ele fez com Rihanna. Talvez com parcerias certas na produção e nas gravações, DeRulo seja visto como algo além de one hit wonder. Até lá, o máximo que ele pode oferecer é wiggle wiggle wiggle. Mas o público não parece se importar.

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