Referência da noite carioca, fomos conversar com os sócios da Night Rio, empresa responsável por alguma das melhores noites da cidade. Vem conhecer esta história!

“Gosto de fazer festa para os jovens se esbaldarem”, afirmou Bruno Malta (Foto: Divulgação)

Quem frequenta a noite carioca provavelmente já ouviu falar da Night Rio. A empresa é referência quando o assunto é produção de eventos, organizando as festas de uma das casas mais badaladas da Zona Sul carioca, o Palaphita Gávea. O grupo de sócios, formado pelos irmãos Malta, Bruno e Bernardo, e parceiros Rafael Moraes, Guilherme Peixoto, Daniel Galvão e Rodrigo Sholl contabiliza quinze anos de tradição no ramo. “Quando as pessoas estão pulando e suando eu sei que está dando certo. Gosto de fazer festa para os jovens se esbaldarem. O objetivo é fazer com que se saia mais feliz do que estava antes de ir para a noite”, afirmou Bruno Malta. O segredo deste grupo é apostar no dinamismo do mercado, o que inclui variados ritmos e temas visando sempre a inovação. A ideia é remar de acordo com a maré, estando sempre ligado às pautas que rolam nas conversas da juventude. “Nós beiramos os 30 anos, mas nos sentimos como garotos de 18, porque temos que nos manter jovens. Caso isto não aconteça, vamos ter um sentimento de saudosismo e os eventos não vão emplacar. É preciso tentar entender o que os jovens querem e curtir com eles, sentindo a atmosfera. Trabalhar com noite não é ficar no Facebook fazendo enquete, isto não dá certo”, garantiu o sócio. O grupo organiza as festas Nosso Sonho, Arca de Noé, SubaJovem, Grande Baile de Máscaras e Vambora.

O grupo de sócios e parceiros Bernardo Malta, Rodrigo Sholl, Rafael Moraes e Bruno Malta são apaixonados por divertir as pessoas (Foto: Divulgação)

Quem vê a marca consolidada no mercado nem acredita que um dia o grupo passou por dificuldades. A verdade é que o início dessa história foi bastante conturbado e cheio de altos e baixos. No entanto, enfrentar alguns desafios foi a chave para garantiu o sucesso atual. Bruno recebeu um convite do irmão, Felippe Malta, para trabalhar com a noite carioca e não duvidou antes de aceitar, afinal sempre gostou de se comunicar e festejar. Atualmente, Felippe é empresário de artistas da música eletrônica, como Cat Dealers.“Começamos a nossa empresa trabalhando sobre algo que não existe mais, por causa da evolução da internet: o site de noite. Através destes portais, e de flyers distribuídos nas ruas, os jovens descobriam quais eram os eventos da cidade naquele final de semana. Nós juntamos a força do site, criado pelo Felippe, com o meu núcleo de amizades, que era muito grande, e montamos o negócio”, comentou Bruno, que é o atual sócio majoritário da Night Rio. O rapaz tinha todos os jovens da nata da sociedade carioca nas mãos, já que havia frequentado o colégio Santo Agostinho e a PUC-Rio.

Os irmãos Bruno Malta e Bernardo são um dos nomes a frente da Night Rio (Foto: Divulgação)

O site divulgava todas as festas do final de semana em boates da Zona Sul e Barra da Tijuca. Demorou algum tempo até que conseguissem organizar o primeiro festejo, pois os proprietários de casas noturnas não quiseram abrir espaço para os irmãos. Isto os obrigou a começar a fazer eventos no interior do Rio de Janeiro, tendo que atrair um público completamente diferente do alvo inicial. “Em uma das vezes, tivemos que acabar com a noite, porque o estabelecimento havia sido invadido por sapos. Nunca tinha visto isso na minha vida. Quando finalmente fizemos uma no Rio, recebemos um calote. Olhando para trás, parece que era um teste para ver se nós iríamos mesmo continuar no meio, porque passamos por muitas coisas”, brincou Bruno. Depois disso, ficaram responsáveis pelos eventos de domingo da Baronetti, um dos locais mais conceituados da época. Mesmo pegando o pior dia da casa, conseguiram conquistar o público. Com isso, receberam convites para trabalhar nos melhores clubs da Cidade Maravilhosa.

Bernardo Malta sempre foi mais ligado à elementos eletrônicos e Bruno Malta gostava de conversar. Estas diferentes personalidades foram, na verdade, o segredo do sucesso inicial (Foto: Divulgação)

O tempo no ramo obrigou os sócios a se adequar a diferentes formas de alcançar o público alvo, causado pelos avanços tecnológicos. A Night Rio começou, por exemplo, no mercado de website e, atualmente, investe no Facebook. “Antes nós cuidávamos da mídia no site. Se alguém anunciava conosco, tinha certeza que teria uma boa audiência no evento. Atualmente, todas as festas são divulgadas no Facebook. Isto democratizou muito, a rede social possui uma abrangência maior e o sistema foi mais inteligente, mas também fez com que nós tivéssemos que mudar a forma como vendíamos o nosso produto”, informou.

De acordo com Bruno Malta, houve uma melhora na aceitação do mercado. O carioca contemporâneo é um cara aberto, que escuta diferentes estilos sonoros. A prova disso é que a Night Rio já organizou festas voltadas para o funk, hip-hop, pop, eletrônica, rock, karaokê, shows internacionais, gastronomia e outros. Todos estes tiveram um público bacana. “A pessoa que frequenta Nosso Sonho, por exemplo, não é necessariamente funkeira. No dia seguinte, ela irá a um evento de reggaeton ou música eletrônica. Na verdade, esta nova geração está aberta para todos os estilos musicais. Não existe uma espécie de ‘vergonha’, que havia antigamente, de ir a eventos focados em gêneros diferentes”, informou Bruno. No entanto, outra regra do empreendimento é manter os pés no chão. O fato de o público ser receptivo não significa que deve-se apostar em qualquer nova moda que surja no mercado. O ritmo latino, por exemplo, caiu no gosto dos brasileiros há pouco tempo. Os primeiros eventos com este gênero começaram a ser feitos para quinhentas pessoas. O grupo foi aumentando a capacidade das celebrações conforme a demanda até chegar ao valor atual de cinco mil. “Para fazer uma festa é preciso começar primeiro para poucas pessoas e ir aumentando, para aprender tudo que dá certo e errado”, declarou Bernardo Malta. Tudo deve ser feito de forma organizada e controlada.

O Palaphita Gávea é um dos parceiros da Night Rio (Foto: Divulgação)

Enxergar este fato foi ainda melhor para a empresa já que o grupo é especialista em fazer festas para todos os tipos de gênero. “Não consigo me lembrar de nenhum estilo de festa que ainda não fizemos, a não ser que seja música clássica. Se nós não soubéssemos nos desdobrar e fazer um pouco de tudo, com certeza não teríamos emplacado no meio”, completou. Um dos segredos do sucesso da Night Rio é focar no dinamismo.

Além disso, o perfil do consumidor mudou. Antigamente, os jovens preferiam ir a boates que já conheciam e sabiam a qualidade do produto. Enquanto isto, a nova geração curte se aventurar em eventos novos, únicos e diferentes. Traçando novos objetivos para os empreendedores da noite. Ao mesmo tempo, os jovens ainda possuem uma fidelidade com eventos de qualidade. “A galera se identifica com o conceito e com o público que frequenta. No entanto, eles preferem que a mesma seja organizada em vários lugares diferentes a cada edição, o que representa um desafio para nós”, explicou Bruno.

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Mesmo os jovens correndo das boates, ainda existem algumas que conseguem enlaçar o público devido a qualidade e o conceito do espaço. Um dos maiores exemplos é o Palaphita Gávea, uma das maiores casas noturnas da cidade, localizada nada mais nada menos que no coração da Cidade Maravilhosa. Parte deste sucesso é responsabilidade da equipe da Night Rio, que são os verdadeiros organizadores dos eventos de lá. “Começamos fazendo o Réveillon no Palaphita da Lagoa e quando eles abriram o da Gávea, nos chamaram. O local está dando certo, principalmente, pela qualidade e pela constante mudança”, informou Bruno. A parceria já dura cinco anos e contabiliza cerca de cento e oitenta celebrações por ano.

Bruno Malta não esconde o sorriso na hora de falar sobre o Rio de Janeiro. Para o rapaz, é uma honra trabalhar na cidade onde foi criado. “Estamos trabalhando em uma cidade linda, cheia de belezas naturais que é muito procurada pelos turistas, logo, possui uma oferta de público muito grande. Estou feliz de trabalhar aqui, fazendo o que amo no melhor lugar possível. Por mais que tenhamos problemas no estado, não quero me mudar. Sempre quis vencer na vida aqui”, garantiu. O Rio dos que ficaram pode ser bom e complicado, ao mesmo tempo, mas não é dúvida para ninguém que este rapaz sabe administrar muito bem este jogo do empreendedorismo. “A parte ruim é que algumas pessoas deixam de sair à noite com medo da violência. O carioca também não quer mais pagar ingresso, tira onda falando que entrou de graça no evento e isto prejudica um pouco o mercado, afinal, o valor que ganhamos em cima das bebidas é inferior ao que receberíamos pelo ingresso, devido o imposto cobrado. Além disso, o Rio possui uma bolha imobiliária enorme, logo alugar um espaço é muito caro. De qualquer forma, empreender no ramo do entretenimento possui mais aspectos positivos do que negativos”, confirmou. E a gente fica orgulhoso de contar essa historia!