Salve Jorge! Ontem, a Arena Banco Original foi tomada pelo swing, simpatia e energia de Jorge Ben Jor. Carioca de alma, identidade e carisma, o cantor incendiou o Armazém 3 do Boulevard Olímpico com músicas que, de fato, atravessam gerações. No palco, que estava abençoado por uma imagem do santo guerreiro, Jorge Ben Jor cantou clássicos como “Mas que Nada”, “País Tropical” e “Menina Mulher da Pele Preta” e foi responsável por dar inicio à temporada de folia. A poucas semanas do Carnaval, a Arena Banco Original relembrou aquela mais linda história de amor. A composição de Ben Jor, “Taj Mahal”, feita em parceria com Gilberto Gil em 1975, continua sendo um dos ícones dos blocos e bailes de Carnaval, apesar dos mais de 40 anos de história.
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Antes do show, Jorge Ben Jor ganhou um belíssimo presente de um fã artista. No camarim, o cantor recebeu o quadro do artista plástico Rafael Meggetto, que reproduziu a imagem de Ben Jor em forma de cacique e com muitas cores e alegria, tal qual como o músico em cima do palco. Em entrevista ao HT, Rafael, responsável pela arte, explicou a referência com o líder indígena. “Ele é o cacique do bem, um dos caras que apresenta para todos a sua verdade. Esses ícones da nossa MPB são assim. Eles vivem intensamente a verdade e ensinam isso para a gente. Por isso o desenhei na forma de cacique”, disse Rafael Meggetto que acredita que a música de Jorge Ben Jor atravesse tantos anos por mexer com as emoções de quem escuta. “Para mim, toda arte se torna atemporal quando ela toca na alma do ser humano. E em relação à música não é diferente. Quando ela mexe com as emoções, independente do gênero, ela fica. Então, o Jorge Ben Jor vai ficar, para sempre”, analisou.
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E é esse o objetivo do fã e artista. Apaixonado pela música popular brasileira, Rafael Meggetto contou que a ideia por pintar o quadro de Ben Jor surgiu após uma recente decepção. Esta semana, a MPB FM, que era o palco da cultura nacional, saiu do ar e deixou muitos fãs do gênero órfãos de uma rádio carioca nesse estilo. “Eu participo de um evento toda semana na Barra em que eu pinto ao vivo. Depois, eu faço um leilão beneficente dos trabalhos que eu faço lá. Por causa do final da MPB FM, eu resolvi fazer uma série em homenagem aos grandes músicos da nossa cultura para mostrar que o que morreu foi uma rádio. Mas, a nossa MPB continua viva e eterna dentro de cada um de nós. E o Jorge, para mim, é o ícone da nossa música, por isso o primeiro”, explicou Rafael que foi incentivado por amigos a não leiloar esta arte e entregá-la ao seu gênio inspirador. “Para mim é um sonho. Eu amo e admiro muito o trabalho desse cara, e conseguir entregar a ele uma obra minha é espetacular”, disse.
Assim como Rafael Meggetto, a plateia da Arena Banco Original estava cheia de fãs e admiradores das músicas de Jorge Ben Jor. Entre eles, a jornalista e apresentadora do “Bom Dia Brasil”, Ana Paula Araújo, e o ex-jogador de vôlei, Giovane. Quem também compareceu ao Armazém 3 foi a fã Janina Melo, que estava matando as saudades do artista depois de mais de 15 anos sem assistir a um show. Ansiosa para o início da apresentação, a fã contou que estava vivendo um duplo revival na noite de ontem. “As músicas do Jorge Ben Jor fazem parte da minha vida desde quando eu era novinha. Inclusive, o último show que eu fui dele foi aqui no Armazém. Mas era em uma época que não tinha revitalização, Arena Banco Original e nenhum tipo de estrutura como hoje”, relembrou Janina que se declarou apaixonada pelo novo point dos cariocas no verão: o festival promovido pelo banco Original.
Já Larissa Nunes, destacou que o show de Ben Jor na Arena Banco Original era o seu esquenta para a folia. Segundo ela, as músicas do cantor são a cara do Carnaval e do Rio de Janeiro. “Não tinha como não aproveitar um show do Jorge Ben Jor, no Rio, justamente em fevereiro, né? Ele é a cara da cidade, da folia e do Brasil. Eu gosto muito da música dele e é muito bom vê-lo seguindo vários carnavais”, comemorou Larissa a longevidade artística de Jorge Ben Jor, que em 2017 completa 71 anos de vida.
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Com músicas tão antigas, mas com fôlegos de crianças, a atemporalidade também foi um quesito ressaltado entre os fãs que agitaram a Arena Banco Original. Enquanto Rafael Meggetto atribuiu a vivacidade da obra de Ben Jor às emoções e verdade do cantor, Derly Pereira acredita que o sucesso esteja relacionado à sonoridade original do artista. “O ritmo e as letras falam por si porque são atemporais. Qualquer música do Jorge pode ser cantada em diferentes épocas. Ele tem um swing e um som muito especiais. Por isso que a música dele mexe com todo mundo até hoje e eu adoro”, analisou.
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