Juntos a gente sempre fica mais forte. É por isso que o site HT se juntou ao designer de interiores Newton Lima, que, além de ser o nosso novo colunista, também é realizador e cenógrafo. Todas as segundas, o paulista de Taubaté, mas cidadão do mundo e dono de um olhar atento e muito criterioso vai dividir com a gente sua coluna sobre os temas que lhe são mais caros: o design brasileiro e do mundo, arquitetura, decoração e o que mais couber e vier do seu radar ligado 24 horas por dia. “Sempre fui muito interessado pelo modo de vida das pessoas, onde vivem e de que maneira. Desde criança tinha um olhar diferenciado para os layouts das casas e espaços, e propunha novas soluções na minha cabeça. Esse interesse sempre despertou um “q” de consulta nas pessoas ao meu redor”, explicou Newton, que é formado em administração de empresas e tem MBA em gestão de Negócios e revolucionou o seu universo mais recentemente.
“Morei 1 ano em Londres, quando estudei história da arte. Ao voltar, me mudei para o Rio de Janeiro, envolvido em projetos relacionados a empresas de food service que buscavam espaço no mercado local, onde tive muito contato com arquitetos e empresas de mídia e imagem. Retornei à capital paulistana no final de 2015, quando abri meu escritório de interiores”, enumerou. Para apresentar melhor nosso colunista hype e um pouco de sua visão de mundo que o fizeram virar uma referência e um sucesso nas redes sociais – seu Instagram @newtonlimaofficial em pouco menos de seis meses já contabiliza mais de 20 mil seguidores e milhões de likes -, batemos um papo com ele sobre assuntos diversos, mas que transitam, de alguma forma sobre a área de sua expertise e temas que vão ser abordados em sua coluna semanal no site HT. O resultado da conversa, cheia de significado e significante, você lê em seguida. Vem com a gente:
HT: O que o design representa no mundo contemporaneo?
NL: Conforto e bem estar estão em pauta mais do que nunca. O estilo de vida atual requer uma pausa, num momento onde o indivíduo sinta-se valorizado e cuidado. O design sempre esteve presente nas nossas vidas, mas poucos prestavam atenção ao conceito em si. A globalização facilitou esse acesso: o “ir e vir” propicia a comparação dos meios de vida, e com isso a criatividade é exercitada.
HT: Qual o conceito da NLInteriores, sua empresa?
NL: Compartilho minhas experiências no intuito de transformar e trazer novas possibilidades em torno do que é belo e prático.
HT: Quais as principais dificuldades de se empreender em tempos de crise?
NL: Parece um clichê, mas reinventar-se traz oportunidades! Temos que sair mesmo da caixa, da zona de conforto. Mídias sociais estão a nosso favor!
HT: De que forma o design de interiores pode ser útil em tempos de crise?
NL: Pessoas querem que suas expectativas sejam atendidas e o design de interiores é um poderoso facilitador nesse quesito. Essa é a maior habilidade requerida em tempos de crise.
HT: Cliente e designer nem sempre tem a mesma visão. Como equacionar os dois olhares?
NL: Partindo da premissa de que não existe “bonito e feio”, tudo fica mais fácil. As partes devem dialogar a fim de que pré conceitos sejam diferenciados de valores e crenças.
HT: Qual seu estilo favorito de decoração? E o que não usaria de jeito nenhum em um projeto?
NL: Leio muito, viajo sempre. Caminho bem entre o clássico e o ousado. Não abro mão das cores nos meus projetos, e sou bastante cauteloso com peças e mobiliários étnicos. Busco criar projetos atemporais.
HT: De que forma você se inspira?
NL: Entender o modo de vida das pessoas é como dialogar dentro da formação dos conceitos em torno do estilo e conforto requerido por elas.
HT: Qual sua viagem inesquecível? E o que mais você aprendeu nela?
NL: O sul da França me surpreendeu muito! Perceber que é possivel viver com pouco, e que o pouco não tem relação alguma com falta de estilo aprimorou minhas idéias.
HT: De onde vem os produtos mais interessantes em termos de design hoje em dia?
NL: Os produtos mais legais e interessantes são aqueles que você olha e pensa: “nossa, como não pensei nisso antes?”
Ficamos muito preocupados com inovações tecnológicas que deixamos de lado algumas praticidades aparentemente óbvias!
HT: O Brasil é uma referência em design de móveis e arquitetura. O que falta para sermos um grande centro de design no mundo?
NL: Concordo que já sejamos uma referência, mas ainda pagamos um alto preço sendo um pais em desenvolvimento. Aspectos políticos e sociais sempre ganham mais visibilidade na mídia, e o nosso design incrível se torna um mero coadjuvante.
HT: O que você acha do atual design brasileiro?
NL: Alguns nomes já estão aí, temos gente talentosíssima e persistente no mercado. Feiras e eventos no eixo Rio-SP tem sido cada vez mais frequentes e isso ajuda bastante. Somos um povo muito criativo, nossos traços são bastante autênticos.
HT: Quais são suas principais inspirações?
NL: Nos projetos, sou fã de Sig Bergamin. Sempre admirei sua trajetória e maneira de compor cores e estampas. Sempre via muitas revistas, e as materias mais instigantes eram dele. Em contrapartida, amo o mobiliário escandinavo. Linhas retas e minimalistas, incríveis!
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